Capítulo 10

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Miami Beach/ Edifício L'ATELIER RESIDENCES/ 09:00M

Point of view Emma Swan

-  Bom dia, Emma. - ouvi a voz da Regina em plena manhã.
 
-  Bom dia. - respondo ainda deitada enrolada em meu edredom.
 
Regina praticamente me acordou nua, apenas enrolada em um roupão de banho de cor preta.
 
-  Está tudo bem??- ela perguntou ajeitando o roupão. - Vou tomar banho rápido, daí a gente toma um café merecido, ok? - disse ela se virando indo até a cozinha.
 
-  Regina, poderia me trazer um copo d'água? - Pergunto após ver a jarra juntamente com um copo de vidro em cima da bancada.
 
"Levantei-me", dobrando toda minha "roupa" de cama. Regina acenou dizendo que a água estava ali.
 
-  Ah, obrigada. Estava com sede. Me conta, descobriu mais alguma coisa sobre o caso que estava investigando? - olhei para ela sem a mínima pretensão de deixá-la envergonhada.
 
-  Minha equipe e eu estávamos investigando o caso ainda. Bom deixa eu tomar meu banho, pois eu estou atrasada. - Regina sorriu de nervoso. - É como está sua perna?? Teve alguma melhora depois que saiu do hospital? -
 
-  Um pouco, eu ainda sinto um pouco de incômodo. Eu não ainda não sinto movimento algum, mas só de estar viva já me dá um alívio. -
 
-  Não posso dizer que fico feliz por você, porque nesse estado eu não ficaria. Nos vemos mais tarde. Antes que me esqueça, Ruby me mandou mensagem dizendo que está bem! -
 
-  Qualquer coisa estou no banheiro. Preciso que me faça um favor mais tarde. -
 
-  Favor? Pois não, diga? - pergunto como se fôssemos íntimas.
 
-  Eu vou precisar sair hoje, mas preciso que você esteja arrumada antes das 20:00. Eu contratei uma enfermeira particular para cuidar e lhe ajudar para o que precisar. Ela ficará disponível todos os dias para você.
 
-  Não precisa de nada disso, Regina. Eu fico muito grata por você está me oferecendo todas essas regalias, mas infelizmente não posso aceitar. - Regina me olhou cruzando os braços e frisando um sobrancelha.
 
-  Não, eu faço questão. Você salvou minha vida, se jogou na frente daquela bala por mim. - Os argumentos dela não eram válidos nesse momento.

-  Muito obrigada mesmo, mas quando eu melhorar eu lhe devolver tudo que está fazendo por mim. -
 
-  Não se preocupe, agora preocupe ir. Daqui a pouco ela vai chegar.
 
-  E qual é o nome dela? - Abri a porta da geladeira guardando a jarra.
 
Me locomover naquela cadeira de rodas era um pouco difícil e complicado, mais era o que eu tinha no momento. Melhor do que passar o dia inteiro em cima de uma cama como seu eu fosse invalida.
 
Bem, invalida eu estava, mais o que eu pudesse fazer para mudar isso eu iria fazer, isso até as sessões de fisioterapia começar a fazer efeito.
 
-  É Ashley Boyd, mas não se preocupe que antes de subir ela vai avisar na recepção, ok? - Respirei fundo com um grande alívio.
 
Regina foi para o banheiro tomar sua ducha, ela estava um pouco abatida, mas não quis alertá-la. Passando-se alguns minutos vindo do banheiro. Regina soltou um grito de socorro.
 
-  Regina, tá tudo bem aí? -
 
-  Sim, claro. Por que não estaria? - ouvi um suspiro e logo em seguida dei três batidas na porta. - Fique tranquila, não é nada. - Essa mulher estava muito estranha.
 
-  Tem certeza? Você parece assustada. - Bati outra vez esperando que Regina me respondesse.
 
Forcei a porta com toda minha força, fazendo um grande esforço devido a posição que eu estava na cadeira. Eu queria ver do que se travava esse grito. Abro a porta do banheiro e me deparo com ela sobre o vaso sanitário nua e, uma barata ao lado do piso do box. Minha primeira reação foi rir, mas isso não seria adequado.
 
-  O que está fazendo? - Eu não conseguia parar de rir dentro da minha cabeça, Regina tinha pavor de barata. Não estava conseguindo crer que, Regina Mills tem medo de barata.
 
-  Não vai fazer nada? Anda! Tira esse bicho nojento daqui, vai!!- Ela estava tremendo enquanto a barata estava quieta na dela.
 
Peguei um chinelo que estava jogado no canto do banheiro. Dei uma leve porrada no inseto. Regina sorriu descendo do vaso sanitário. Ela  me abraçou em forma de agradecimento.
 
-  Você não viu nada, hein. - Regina fixou o olhar entre meus seios. - Bom, preciso ir agora. Obrigada pelo favorzinho.

Regina saiu do banheiro correndo e indo para o quarto se trocar enquanto eu só sabia rir. Voltei para sala ouvindo Regina murmurar, falar sozinha.
 
Alguns minutos depois...
 
Regina saiu do quarto com uma regata preta e um jeans escuro. Pendurou um blazer cinza. Me lançou um olhar penetrante e abriu a porta. - Até mais tarde. - disse ela mandando um beijinho.
 
Agora estava só a espera da tal enfermeira chegar. Ouço um leve som do interfone chamando o nome da Regina em alto tom.
 
-  Bom dia, srta Mills . -
 
-  Bom dia, desculpas mas ela não se encontra. Gostaria de deixar um recado? - perguntei enquanto me ajeito no sofá da sala de estar, outra dificuldade, passar da cadeira para qualquer lugar que eu queira "habitar" temporariamente.
 
Nunca me esqueço na primeira noite aqui, em que Regina teve que me carregar no colo pois eu não conseguia sair da cadeira sozinha, então tudo que eu fiz foi me acabar de chorar enquanto a morena de olhos castanhos me tomava em seus braços e me colocava com toda a delicadeza do mundo em cima da cama.
 
-  Ah, desculpas. Você deve ser a Liz , né? É pra avisar que a enfermeira que a senhorita Mills contratou já está aqui na recepção. -
 
Até que enfim a infeliz havia chegado.
 
-  Qual é o seu nome? - Perguntei logo após ouvir um chiado do outro lado da linha.
 
-  Pois não, posso mandá-la subir? - pensei muito antes de responder.
 
-  Sim, claro. Quando ela subir avisa que a porta está encostada, ok? - Ela agradeceu e logo após desligou.
 
Do corredor ouvi passos de alguém subindo as escadas. Logo depois a mulher bateu na porta murmurando.
 
-  Alguém? - disse a mulher ao ouvir minha voz.
 
-  Entra, a porta está aberta. - Ouvi o barulho da maçaneta girar suavemente
 
-  Emma? - Não foi difícil reconhecer aquela voz.
 
-  Eloise? - me virei com dificuldade para observa-la. - O que está fazendo aqui, você foi presa. Deveria estar atrás das grades.

-  É... mas a justiça do nosso país tem muitas falhas, eu preciso agradecer a elas. Não tente gritar ou algo do tipo. -
 
-  Não vou gritar, mais quero saber o que diabos você pretende aqui? - A mulher sorriu, mais dava pra ver pelas suas expressões que ela estava bem abatida.
 
Ela sinalizou com a cabeça o sofá onde eu estava sentada, acenei com a cabeça para ela se acomodar ao meu lado, o que eu poderia fazer? A mulher já tinha tentado me matar uma vez, agora eu aqui sem poder me locomover direito seria alvo fácil, então eu teria que jogar diante suas regras. Ela se sentou ao meu lado e cruzou suas belas pernas respirando fundo.
 
-Quero que venha trabalhar comigo. - Oi? Como assim gente?
 
-  Tá dodói da cabeça? - Perguntei com os olhos arregalados.
 
-  Não Liz , preciso de alguém a frente de meus negócios enquanto o FBI está atrás de mim. - Olhei profundamente dentro de seus olhos procurando algum tipo de brincadeira.
 
Mais isso não era nem preciso, Eloise  era uma traficante de pessoas, ela não viria aqui na casa de uma agente do FBI apenas para tomar o chá da tarde.
 
-  Caso eu aceitasse, você por acaso viu a forma que eu estou? Como diabos eu faria alguma coisa? - Agora assim que a mulher arreganhou muito mais seus dentes.
 
-  Mais isso é mais do que perfeito, em uma cadeira de rodas com essa sua carinha de princesa  passaria despercebida sem problemas. Há desculpe por isso. - Disse apontando para minhas pernas, eu na mesma hora fechei minha cara.
 
-  E se eu recusar? - Ergui uma sobrancelha em pura afronta.
 
-  Mandarei matar o grande amor da sua vida, e falar nisso vocês duas são lerdas, morando no mesmo teto e nenhum beijinho se quer. - Ela gargalhou com minha cara de paisagem.
 
Ai foi que a realidade bateu em minha cara.
 
Eloise  estava indiretamente/diretamente ameaçando a Regina, eu sabia que essa mulher a minha frente seria capaz de tudo. Se eu estava da forma que estava isso tudo era culpa de Eloise, agora me juntar a ela? Não seria demais?
 
Na mesma hora lembranças da invasão a boate inundou meu pensamento, em como tudo aconteceu. As explosões, as ameaças e eu me jogando em frente de uma bala para salvar a vida de Regina Mills. A mulher que eu era completamente apaixonada, a mulher que jamais me olharia com outros olhos, só via em mim uma amiga e uma obrigação.
Então pensando nisso tudo tomei a decisão, a que eu sei que seria correta.
 
-  Eu aceito! -

Eu me joguei em frente de uma bala para salvar a vida dessa mulher, e agora ela estava aqui cuidando de mim e me carregando em seus braços para cima e para baixo, então nada mais do que justo eu começar a retribuir o favor. A minha meta agora era:
 
Manter Regina Mills viva.

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