Prólogo.

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"Estilo carrasco e não haverá julgamento

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"Estilo carrasco e não haverá julgamento

Você não sabe que fica melhor morto?Tudo o que vejo é vermelho." 

 "I See Red" - Everybody Loves an Outlaw.


            Washington, DC - Condado de Chelan.

25 de Outubro de 2017.

              Olhar desfocado, boca seca, corpo imóvel e mente inativa, uma boneca sem vontade própria. Acordei-me completamente desnorteada, em um lugar em que não era meu dormitório, em um lugar estranho e distante, com paredes e tetos brancos, me sentia como se estivesse em um paraíso distorcido. Um pesadelo. Olhando em volta, procuro alguma coisa que pudesse identificar o local em que estava e em um canto daquele quarto esquisito, encontro uma pequena mesa de ferro com uma carta em cima da mesma, esforçando meu corpo dolorido, arrasto-me até aquele canto, para tentar inutilmente saber de minha localização. 

                E é ali que encontro aquele pedaço de papel em branco, colocado ali apenas para me dar falsas esperanças de informações distantes. Bufando, me afasto daquela mesinha e me arrasto novamente até o local em que estava deitada, aquilo não deveria nem ser chamado de cama, um lugar que sustenta apenas um fino e quase imperceptível pedaço de espuma, não poderia ser chamado de cama, nem mesmo aqueles trapos sujos em cima da mesma, poderiam ser chamados de lençóis. 

"Não posso ligar para isso agora" - Pensei - "Preciso arranjar uma forma de sair daqui".

                Pensando em maneiras de fugir ali sem ser notada, porém, antes de formar um plano concreto, um barulho lhe tira a atenção. Passos. Vários passos vindo em direção da porta de ferro trancada que dava acesso ao meu confinamento. Preparando-me para atacar em qualquer sinal de perigo, a porta se abre lentamente e várias pessoas vestidas com roupagens pretas e acessórios de segurança, adentram seu quarto.

 "São eles.... Agentes da agência..." - Engolindo em seco, eu me deixo intimidar por aquelas mulheres com expressões frias carregando armas de grande porte.

                   Erguendo os punhos em frente ao meu corpo, preparo-me para uma possível luta... O que certamente não acontece. O que me deixa confusa por aquelas mulheres poderosas estarem me olhando fixamente, sem mover um músculo se quer, paradas ali esperando por algo que certamente eu não sabia o que poderia ser. Contudo, quando menos espero, uma mulher alta, loira, esguia e vestida em roupas completamente diferentes das daquelas mulheres, aparece entre as mesmas. E como se fosse tóxica, as mulheres em sua volta se afastam à medida em que a loira se aproxima de mim.  

                    E é ali que a reconheço.... 

Minha criadora...

New York, New York City.

21 de Outubro de 2021 - Dias Atuais.

                 Quatro anos atrás nunca havia imaginado o que aquele dia poderia ter feito com minha vida em diante. As memórias ainda estão frescas em minha mente, como se isso tivesse acontecido ontem ou hoje de manhã. Agradeço fielmente a minha criadora por isso, se não fosse por ela anos atrás, o que seria de mim hoje? Inutilmente ignorada em um canto qualquer? 

                  Ela me deu poder, força e o melhor de tudo... Me deu frieza. Antipatia para lidar com as coisas e crueldade para lidar com outras. Essa sou eu hoje e agradeço completamente a ela por isso. Se não fosse por ela também, eu não teria um chip implantado em meu sistema límbico, localizado em meu cérebro. Essa parte é responsável pelas emoções e comportamentos sociais, ou seja, não sinto nada... Nada... Sou como um frasco vazio. Não consigo sorrir - apenas forçadamente para as missões, nunca por vontade própria - não sinto empatia, dor, sofrimento, alegria, tristeza e nenhuma dessas besteiras características de humanos normais. Nem ao menos sinto essa coisa chamada "amor", um dos sentimentos nos quais eu não entendo por quê as pessoas ainda querem sentir. 

"Minha querida, Claire... Amor só serve para iludir aqueles mais fracos, você é melhor do que qualquer sentimento, minha bela criação.... Você foi moldada para não sentir nada..." — Foi isso que minha criadora falou e eu concordo com ela, concordo completamente.

                     Quando eu tinha apenas 2 anos de idade, a agência me tirou de minha família de origem, mas, como eles dizem... Eu fui escolhida para um propósito... E meu único propósito é acabar com a vida daqueles que atrapalharem com a vida dos clientes da agência. Eles são os únicos que deverei servir e ser fiel. Eles e minha admirável criadora.

                        E vai ser assim...

Para sempre...












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