Capítulo II - A existência de um Coração.

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                  Se alguém da agência pudesse me ver naquele momento, com toda certeza eu já estaria sendo descartada

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                  Se alguém da agência pudesse me ver naquele momento, com toda certeza eu já estaria sendo descartada. Como poderia ser possível que apenas um olhar fizesse com que meu cérebro pifasse em menos de segundos? Com toda certeza meu treinamento estava com alguma falha e aquilo era o suficiente para que minha preocupação fosse gigantesca.

                   Sempre fui perfeita em tudo que faço e fiz, mas dessa vez, dessa vez não posso compreender o que aquele homem fez para que meu coração batesse tão forte. Meus exames físicos estavam todos em dia, o que me deixa ainda mais confusa por meu peito estar vibrando tão intensamente, pensei que meu coração havia sido descartado junto com meus sentimentos anos atrás, porém, me parece que estou errada. E eu nunca, nunca estou errada

                    O ar retoma com força por meus pulmões, fazendo com que eu abrisse minhas pálpebras bruscamente. Noto que estou em algo quente e confortável, o que de certa forma me deixa confusa. Eu não estava em pé?  Pisco algumas vezes para me acostumar com a claridade daquele local, quando percebo que estou no meio da calçada com meu futuro cadáver me segurando em seus braços fortes. Bom, pelo menos era para ser um cadáver

                     Encaro o homem de íris esverdeadas me observando com uma preocupação transparente, pelo que percebi ele não sabe muito bem esconder o que sente. E novamente, as batidas irritantes de meu peito me fazem gemer em reprovação e dor. Droga, que porra tem de errado comigo?. 

                   — I-Isso dói... — Minha voz sai mais fraca do que algum dia poderia imaginar, aquela não poderia ser eu, aquela definitivamente não era eu!

                      Primeiro: eu nunca sentia dor. Segundo:  meu coração nunca bateu daquele jeito, principalmente com a presença de um homem que aparentemente era bem comum! Tudo bem, ele poderia ter uma beleza extraordinária e até poderia exalar masculinidade em cada um de seus poros, mas ele continuava sendo um homem comum! Talvez eu esteja exagerando um pouco, apenas talvez! Terceiro: eu nunca me questionava desse jeito! Tem algo muito errado com meu chip. Não pode ser.

                    Uma dor dilacerante atinge tanto meu peito quanto minha cabeça, como uma dor de cabeça e um possível infarto. É, se antes eu não tinha certeza se algo estava errado com meu chip, agora eu tenho 99% de certeza. Tentando inutilmente controlar aquela onda de sensações diferentes me bombardeando a cada dois segundos, a voz rouca e grossa faz com que minha concentração e auto controle seja todo jogado no fundo de uma montanha de lixo. Que maravilha.

                   — Jesus! Você está bem, senhorita? Seu rosto está muito pálido! — Sua voz sai em um tom de preocupação surpreendente, se eu não estivesse a beira de ter um troço, talvez, apenas talvez, poderia rir daquele homem. Onde já se viu uma agente altamente treinada, pálida e sendo questionada se tudo estava bem?! 

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