Acordo sentindo a brisa suave e aquele cheiro de maresia que há muitos anos eu não sentia. A última vez que tinha ido a praia foi em minha morada na Europa e mesmo assim não era o que podemos considerar praia, porque as de lá jamais serão iguais às daqui.
Puxo um pouco mais a coberta virando de lado. Eu precisava me levantar, mas estava tão cansada e hoje mais tarde os príncipes chegariam com Dumas e eu sabia que as coisas ali não continuariam calmas.
Seria Pedro com suas crises de ciúmes, eu tendo que conviver com a Imperatriz, as princesas "conhecendo" melhor seus futuros maridos. E pra finalizar minha lista de coisas pra Luísa, eu ainda tinha meus filhos.
Há 2 meses eu havia tomado uma decisão muito difícil pra mim, mas que eu sabia ser o melhor pra ele.
Dominique havia ido pro Liceu. Meu primogênito havia completado seus 11 anos, e eu não podia mais adiar isso. Não tinha como. Era o melhor pro futuro dele, e com a morte de Eugênio eu precisava tomar as decisões por nós dois. Não foi fácil, não estava sendo fácil. Mas ele estava gostando e isso acalmava meu coração.
E o que mais me confortava era saber que não era fora do Brasil, era ali e eu poderia ve-lo sempre que quiséssemos.
Finalmente tomo a coragem que me faltava e salto da cama. Coloco o robe por cima da camisola e saio do quarto. Nem me dei ao trabalho de procurar por Pierre, sabia perfeitamente onde e com quem ele estava.
Com Pedro.
Havíamos trago ele pra praia conosco, não sem antes uma pequena discussão, claro.
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" Flashback "- Luísa não podemos esconder ele do mundo pra sempre! Uma hora ou outra ele terá que sair, as pessoa terão que o ver e sim saber que é meu filho! - Pedro fala alto.
- Eu não estou dizendo que vamos fazer isso pra sempre Pedro! Só estou dizendo que ele ainda é pequeno! E quanto ao fato de ser seu filho, você não tem com o que se preocupar, isso é só olhar pra cara dele! Eu só carreguei na barriga, porque o resto! - Falo irritada.
O sorriso que ele dá me irrita mais ainda.
Pedro amava, idolatrava o fato de Pierre ser sua cópia. Até o olho era do mesmo tom de azul. Nem se um dia eu quisesse podia negar ou mentir que Pierre não era filho dele. A genética não me ajudou nesse ponto.
- Isso te irrita? O fato do meu filho ser minha cópia?
- Nosso filho!!! - Falo ainda brava. - Não me irrita, só.. só...
- Só? - ele fala se aproximando, puxando meu corpo pra junto do seu. - Só te deixa com ciúmes? - o maldito sorriso ainda ali.
- Para Pedro! Não tô com ciúmes nenhum! - Falo tentando me soltar.
- Tá sim! - o infeliz fala beijando meu pescoço
- Não tô! Só estou pensando no trabalho que vou ter com ele quando crescer, se continuar sua cópia assim!
A gargalhada dele preencheu o quarto. Uma das coisas mais prazerosas pra mim era ver Pedro sorrir. Mas sorrir mesmo, não só por educação.
- Ele vai fazer 1 ano ainda e você já tá pensando no futuro? Nas noras? E aliás, isso foi uma elogio?
- Que noras o que!!! E não estávamos brigando agora? Você já tá aí se achando nos elogios!
- Mas foi você quem disse que terá trabalho com nosso filho! E não, não estávamos brigando, estávamos e estamos conversando! - ele fala ainda me olhando.