NA// antes de tudo, quero dizer que esse capítulo já está pronto há algum tempinho mas, acabou que outras ideias foram surgindo com alguns spoiler que foram saindo e eu o fui engavetando. Resolvi postar então pra vocês. Não é alegre, mas fala de amor. Espero que gostem ❤️ . . . .
A calmaria e o silêncio daquela noite só eram quebrados pelo ressonar, agora calmo de Pedro, que dormia tranquilo sobre meu peito. Seus braços estavam rodeados a minha cintura e ele se agarrava ao meu corpo como uma tábua de salvação.
Continuo com meus carinhos calmos em seus cabelos, deixando vez ou outra um beijo ali, e era praticamente impossível conseguir evitar que as lembranças do acontecido na semana passada, na noite que chegamos aqui, viessem em minha mente, eu nunca tinha visto Pedro tão vulnerável. . . "Flashback"
Quando saio do trocador usando só a camisola e me deparo com um Pedro deitado em nossa cama com Pierre do seu lado, sei que tem algo errado.
- Amor? - Pergunto me aproximando cama. - Meu amor tá tudo bem? Por que pegou Pierre do berço? Ele acordou? - Pergunto mas vejo meu filho ressonando calmamente. - Pedro? - chamo novamente, me sentando ao seu lado, levando minhas mãos ao seus cabelos e rosto e eu sinto minha mão molhar.
Pedro estava chorando?
- Pedro, o que aconteceu? - seguro seu rosto o fazendo me encarar.
- Eu fechei as janelas, e vou deixar ele dormir aqui conosco essa noite, é mais quente pra ele.
- Como assim mais quente?
- Não quero que ele pegue um resfriado. Ele não pode! E aqui em Petrópolis é tão frio essa época!
- Meu amor ele não vai pegar um resfriado! - Falo sorrindo mas ainda o vejo tão sério.
- Ele faz 1 ano semana que vem Luísa. Um ano.
- Sim, 1 ano! - Falo com um sorriso, pegando no pezinho de nosso filho.
Mas Pedro permanece imóvel, somente havia voltado a olhar pra Pierre. Reparei que ele segurava a mão de nosso filho.
- Pedro, eu estou preocupada! O que aconteceu? - pergunto mais uma vez, mas novamente só tenho dele o silêncio.
Respiro lentamente, eu não iria força-lo. Eu nunca havia visto ele daquela forma, e alguma coisa tinha, mas iria esperar seu tempo pra falar. Pedro era assim, tinha seus momentos de silêncio e pensamentos e quando a gente menos esperava ele vinha falar.
Puxo a manta grossa que havia separado pra aquela noite, e coloco sobre ele e nosso filho, dou a volta na cama e me deito do meu lado, passando meus braços sobre os dele, e abraçando ele e Pierre.
E meu coração se parte mais uma vez em mil, ao ver que as lágrimas continuam a rolar por seu rosto. Levo minha mão ali, limpando cada uma, e fazendo um carinho em seu rosto, na tentativa de acalma-lo e dizer que estava ali com ele pra tudo.
Quando acordo mais tarde naquela noite, quase dia na verdade, porque vejo os primeiros raios de sol saindo, noto que Pedro não está na cama e que em cima de mim e Pierre tinha outra coberta.
Olho meu filho que continua da mesma forma, dormindo tranquilo, alheio a tudo a sua volta. Levanto com cuidado pra não acorda-ló e faço do meu lado o mesmo que Pedro havia feito do dele, coloco almofadas pra ele não cair.
Pego o robe e coloco sobre a camisola, saio do quarto a procura de Pedro e não demoro em achá-lo no jardim, ele havia levado uma das cadeiras pra lá e estava sentado olhando o céu. Estava gelado, e ele apenas de pijama.
Puxo uma das mantas que cobriam o sofá e vou até ele com calma pra não assusta-lo, e com mais calma ainda, passo a manta por seus ombros quando chego.
Ele nem se mexe.
- Tá gelado aqui! E eu tô começando a ficar preocupada com você! - aliso seus cabelos que estão úmidos do sereno, enquanto minha outra mão repousa em seus ombros. - Conversa comigo, por favor! - falo.
- Pierre vai fazer 1 ano!
- Sim meu amor, nosso menino tá crescendo! - falo sem entender.
O vejo respirar fundo, ainda olhando pro céu.
- Eu tô com medo! - ele fala de repente.
- Pedro, o que foi? - me sento em seu colo, pegando seu rosto em minhas mãos. - Você tá gelado! - olho em seus olhos e vejo ali uma tristeza tão grande, que meu coração se parte. - O que fizeram com você?
- Eu passei a noite inteira aqui, pedindo pra ele não ir também! Pedindo para estrelas e pra Deus. Todos eles se foram com 1 ano, eu ... eu tô com medo Luísa! - e o homem que sempre foi minha fortaleza desmorona na minha frente.
Em lágrimas, soluços e medo.
E eu então entendi. Seu medo, seu desespero, sua proteção exagerada. Seus dois meninos haviam ido com pouco mais de um ano, e o fato dessa idade está chegando pro nosso filho trouxe lembranças dolorosas demais pra ele. Seu último filho, Pedro Afonso havia morrido devido a uma forte febre acusada por um surto de gripe, que também havia pego Isabel na época, mas infelizmente o pequeno não resistiu. Por isso o medo dele, que Pierre ficasse resfriado.
- Meu amor ....
- Eu to com medo! Porque tudo parece dar errado com meus meninos nessa idade! Eu, eu não vou suportar outra perda Luísa, não vou!
- Não vai ter perda! Olha pra mim! - seguro seu rosto em minhas mãos. - Pierre está bem! Está protegido, dormindo tranquilo e alheio a tudo! Ele não está resfriado, pelo contrário! Ontem ele andou por esses gramado inteiro com você lembra? - pergunto no que ele balança a cabeça.
- Eu ... eu
Ele começa mas não consegue terminar.
- Shiiiii! Tá tudo tudo bem! Nós estamos bem! - falo o envolvendo em meus braços e sentindo na mesma hora seus braças me rodearem e me apertarem contra ele. E seu choro ser abafado em meus cabelos.
E ficamos ali, até eu sentir seu pranto parar e ele se acalmar. Não me importei com o frio ou sereno. Naquele momento ele precisava de mim.
"Fim do Flashback"
O aperto mais em meus braços e me permito finalmente dormir, não sem antes rezar e pedir mais um vez pelo proteção e saúde de meus meninos. . . . E no dia seguinte, com um fim de tarde lindo, com um céu laranja por um sol que se punha, nós comemoramos o primeiro ano de Pierre.
O primeiro de muitos que ainda estavam por vir. E estavam todos lá, suas irmãs, sei irmão, os cunhados e nos, dois pais babões.
Foi um lanche pra celebrar a benção e o milagre que ele era em nossas vidas. Agradecer e pedir.
E Pedro não o tirou dos braços, hora nenhuma.
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Se existia medo nele ainda, estava muito bem controlado e caso ele resolvesse aparecer de novo, ele sabia que podia contar comigo e recorrer aos meus braços.
Braços esses que seriam sempre sua morada de amor e proteção. Assim como era dos nossos filhos. Sim, porque tínhamos 4!