Vinte e sete anos atrás, Aelin Galathynius e sua corte salvara Erilea da destruição eminente. Em Prythian, a guerra contra Hybern estava acabada e os Grão-Senhores da Corte Noturna estavam sendo abençoados com a maior dádiva de todas: um filho.
Os r...
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PRYTHIAN, SEIS MESES DEPOIS
RHIAN DESCEU O MACHADO fazendo com que a madeira se partisse em duas. Ele respirou fundo e soltou, dava para ver o vapor de ar a sua frente. Já tinha se acostumado com o frio intenso da Corte Invernal. Pelo menos o trabalho de cortar a madeira o aquecia mais que as roupas. Só precisava de mais algumas, se continuasse por mais uma hora teria o bastante para Bentley conseguir fazer muita comida para a taverna, além de dar mais tempo para Cadman descansar, o coitado estava precisando.
Por um breve momento Rhian pensou em usar magia para antecipar o trabalho e voltar as suas pesquisas. Mas... Ele olhou ao redor, Bentley e Cadman estavam por perto, não podia arriscar estragar o disfarce de um humano normal. Não quando o casal tinha sido tão acolhedor com ele em um momento de necessidade, revelar a verdade não faria bem algum. O bruxo apertou o machado e continuou investido contra a madeira.
Nesses momentos sozinhos era inevitável não deixar sua mente vagar para tudo que tinha acontecido nos últimos seis meses.
Seis meses.
Ele nem conseguia acreditar. Seis meses que não via sua família, seis meses que não sabia o paradeiro de Malin, ou como voltar para seu mundo.
Isso mesmo, mundo. Rhian não demorou para descobrir o que passar por aquele portal tinha significado, assim que conseguiu sair do Meio e adquirir um mapa, suas suspeitas se concretizaram da pior forma possível. Ele sempre acreditou na existência de outros mundos, como não podia acreditar quando crescera com as histórias de Aelin? Mas agora vivenciar... Era outra questão. Uma questão bem bizarra e que estava acabando com sua mente de tanto pensar sobre.
Rhian parou abruptamente, ofegante. Ele balançou a cabeça, tentando clarear as ideias. Uma coisa de cada vez, pensou. Primeiro acharia Malin. Ele sabia, no fundo do seu coração, pelo elo de amizade que os unia que sua amiga estava viva, em algum lugar daquele vasto reino. Depois encontraria uma forma de voltarem, e só depois pensaria sobre como tudo aquilo tinha acontecido.
Sim, era melhor daquele jeito.
𓆩✵𓆪
Ao terminar de arrumar a casa, Malin olhou ao redor, mesmo cansada estava satisfeita com o seu trabalho. Parecia a melhor faxina dela em seis meses, Zoya sozinha conseguia deixar o lugar extremamente bagunçado, era sempre muito difícil arrumar tudo.
Mas agora estava um brilho, e ela merecia um banho quente bem demorado para como sua recompensa. Mesmo em seis meses fazendo as tarefas domésticas seu corpo não parecia se adaptar muito a isso, quem quer que ela fosse no seu passado com certeza não pegava no pesado.
