𝒘𝒆𝒂𝒓 𝒎𝒚 𝒔𝒊𝒍𝒆𝒏𝒄𝒆 𝒍𝒊𝒌𝒆 𝒂 𝒎𝒂𝒔𝒌 [portuguese]

seven

Quando Will acorda, a primeira coisa que percebe é sua dor de cabeça latejante e sua aversão à luz do sol lançando seu violento caminho através das janelas. Ele se esqueceu de fechar as cortinas na noite passada. A segunda coisa que ele percebe é a dor nas costas por dormir no sofá. Não é tão ruim quanto a dor que ele teve durante sua última sessão. Quando Hannibal surge em sua mente, é quando ele se lembra de tudo com um sobressalto.

Ele se senta rápido demais, uma tontura agonizante tomando conta dele.

As memórias que ele lembra da noite anterior vêm a ele em frações. Corte as visões de Hannibal deslizando as pontas dos dedos por baixo da bainha de sua camisa, aqueles dentes afiados em sua pele frágil. Beijos, meu Deus, muitos e muitos beijos. Com as mãos tremendo, Will relutantemente encontra a série de chupões que Hannibal deixou em seu rastro na curva de seu pescoço. Em nenhum outro lugar; ele os manteve localizados.

Eles pinicam um pouco. Latejando, de uma forma prazerosa que Will realmente não quer analisar.

Ele alimenta os cachorros primeiro e engole um copo d'água como um homem morrendo de sede, apenas para afastar o pior de acordar com uma ressaca e dar a si mesmo algum tempo para se recompor antes de ser forçado a pensar sobre o que realmente aconteceu na noite anterior.

Hannibal não está em casa ou perto da propriedade. Desconfiado, Will verifica seu telefone e não consegue ver nenhuma mensagem nova dele. De alguma forma, isso faz seu peito doer, uma compressão ansiosa e nauseante.

Winston está sentado a seus pés enquanto prepara o café, choramingando.

Ele raramente reclama.

Will se pergunta se pode sentir sua angústia ou se há algo que ele quer que Will saiba. Se ao menos os cães pudessem falar. Ele o acaricia e bebe seu café na mesa de jantar que eles nem usaram na noite passada. Parece errado, como se ele devesse estar recebendo uma companhia, como se a dor no pescoço já tivesse passado. Como uma alucinação.

Quando ele fecha os olhos, tentando se concentrar puramente no calor da bebida que o permeia, ele se lembra da forma como os lábios de Hannibal se sentiam nos seus, a raspagem de sua barba por fazer quando eles se aninharam bêbados.

Como animais, ele pensa sarcasticamente.

Ele duvida que algum dia teria beijado Hannibal sem a ajuda de álcool, em parceria com as observações que Jimmy fez.

Will não tem ideia de como agir. O que dizer a Hannibal.

O que fazer.

Alana foi a primeira pessoa que ele beijou em anos. Hannibal foi a primeira pessoa que ele ficou desde a faculdade. Tanto amassos. Ele fica vermelho pensando nisso.

Ele se lembra especificamente de procurar o pênis de Hannibal e Hannibal puxando sua mão, poupando-o do constrangimento. Graças a Deus por isso.

E ainda assim, ele está um tanto desapontado.

“Eu beijei um homem”, ele diz a Zoe, que se ajeita de pé, passando as meias por ela. Ela rosna para ele, e ele joga para ela um biscoito que mantém em uma tigela sobre a mesa. Ele solta uma risada histérica, sem saber o que fazer. "Ele também é o Estripador de Chesapeake, não posso esquecer disto."

Os outros cães trotam em busca de biscoitos.

Depois de recompensá-los sem pensar por absolutamente nada, Will percebe com uma sensação de pavor que está programado para falar com Jack hoje. Para ir para Quantico.

Para falar sobre seu progresso com Hannibal.

Will enterra o rosto nas mãos, nauseado demais para soluçar, exausto demais para gritar. Ele vai até a geladeira para pegar algo para comer antes de se arrastar através das fronteiras estaduais, e se assusta quando encontra uma grande lata de metal, que não é a sua, obscurecendo a visão de sua comida.