A Protegida do Traficante

1. Surpresa ao extremo.

Emilly

Pensamentos on.

Assim que desci do carro do delegado Adson a única coisa que eu queria era sumir, corri até a casa dos meus pais e fiquei ali durante dois dias, só dormindo e chorando. Na manhã do segundo dia o Peter me achou. Me levou até uma pensão perto do centro de SP me trouxe roupas e comida...
Eu tentei explicar mais ou menos oque aconteceu, como não estava conseguindo falar sem chorar ele pediu pra eu parar e me comunicou que eu ia me mandar para outro estado até eu completar a maior idade.
E assim foi, fiquei no Rio Grande do Sul durante 3 anos. No dia do meu aniversário o Peter me ligou e avisou que assim que ele resolvesse os problemas da casa dele, ele iria me buscar só que não deu tempo, acabou acontecendo um pequeno acidente e eu tive que voltar. Ele não me deu o endereço dele só me falou que tinha uns amigos em Paraisópolis. Então assim que sai do aeroporto fui pra lá, alguém iria me ajudar.
Pensamentos off
.........

Chegada em Paraisópolis.....

Eu estava ali mas era a mesma coisa que não estivesse pois eu não conseguia falar e nem me mover. Assim que consegui sair daquela cidade o único lugar que eu podia ir era a casa do Peter, mas eu sabia que era no morro, mas quando eu consegui chegar até o morro depois de uns quinze minutos correndo. Eu gelei pois ele estava com uma arma nas costas sem blusa cheio de tatuagens, com um cigarro na boca. Ele também estava paralisado e branco igual papel. Eu tinha acabado de chegar do aeroporto, fiquei 3 anos fora do Estado de São Paulo na casa de uma mulher amiga do Peter pra me esconder do cabo Pontes, mas ele não sabia que eu estava voltando queria fazer uma surpresa, pelo visto eu que fui surpreendida ao extremo.

O clima foi quebrado quando um cara começou a bater palmas pra chamar a nossa atenção. Nisso ele gritou:

- aí menina viu um fantasma caralho ?

Sai do choque e olhei pra ele, mas logo virei a cara pra olhar pro Peter, logo soltei as minhas malas e sai andando a passos firmes e faltou pouco pra não gritar.

- Eu juro que vou te matar Peter Henrique.

Eu já ia correr na direção dele quando o cara que quebrou o nosso clima de surpresa me agarrou pela cintura e o Pan se levantou do banco ele ia correr provavelmente. Eu comecei a me debater nós braços do cara e gritava palavrões, foi quando o Peter se aproximou de mim já falando baixo e com a mãos meio que pra cima, no sinal de rendição.

- Sininho, por favor se a calma deixa eu te explicar.

- Sininho é o caralho Peter, você mentiu pra mim seu arrombado, eu falei pra você não se envolver nisso que eu ia resol...

Ele já me cortou gritando:

- EU SOU SEU IRMAO PORRA, VOCÊ SABE QUE FAÇO QUALQUER COISA PRA TE AJUDAR E OUTRA COISA EU TAMBEM TO METIDO NISSO ATÉ O ÚLTIMO FIO DE CABEBLO MEU. E LARGA A MINHA IRMÃ LEÃO.

Ele me largou e eu já caí de joelhos chorando pois eu já deveria imaginar que o Pan estava se envolvendo com algo errado pois ele me dava tudo do bom e do melhor desde o dia que eu fugi do orfanato, mas eu não queria isso pra ele. Eu senti o Peter me abraçando e me pegando no colo e eu logo passei meus braços no pescoço dele e as pernas na cintura, quando eu senti que ele estava de pé, não conseguia parar de chorar eu só escutei ele dando ordem pra alguém.

- Aí dente, pega as malas dela aí, e leva lá pro meu barraco.

Ele deu uma pausa e ia começar a andar mas voltou a falar:

- Ae chefe só vou levar ela lá pra cima daqui uns minutinhos eu volto fecho?

Não escutei nenhuma resposta mas ele já começou a andar, não deu nem um minuto e ele parou de novo e falou.

- Emilly eu preciso que você me largue e suba na moto.

Eu tirei o rosto do pescoço dele e olhei pro rosto dele, e eu só consegui assenti com a cabeça e soltei as pernas da cintura dele. Ele subiu na moto e me olhou dos pés a cabeça e disse meio que pensando em voz alta:

- Cacete não tinha um vestido pior pra tu andar de moto .

Dei um tapa na nuca dele e sorri sem graça e já fui subindo na moto. Antes dele sair eu respondi:

- Vamos logo, antes que eu quebre a tua cara.

Ele deu uma gargalhada e isso me fez sorri, eu estava morrendo de saudades dele. No caminho as lembranças daquele maldito dia veio na minha cabeça.

Pensamentos on: O delegado Adson que foi na minha casa me avisar que os meus pais morreram, e desde então era a única pessoa que ia me visitar. O Adson e o Peter eram os únicos que eu confiava, até aquela maldita festa de 15 anos pra nós meninas. Ali foi o dia que eu conheci o irmão dele o Cabo Silva. Eles chegaram na festa fardados, e o cabo estava com um buquê de rosas brancas na mão e o delegado estava com uma caixa de presente. Pensamentos off.

Fui tirada dos meus pensamentos com o Peter buzinando a moto e falando.

- Desce Emilly, já chegamos.!

Eu desci da moto e o acompanhei pra dentro da casa, nem olhei nada ao redor só queria conversar com ele logo, e entender tudo. Fiquei reparando nele, caracas quanta tatuagens esse menino fez. Deve estar pegando geral, da até um arrepio de pensar em alguém me tocando.
Fico ali parada analisando aquela sala maravilhosa.