— Minha capacidade auditiva continua excelente —me sento com calma— não há necessidade de aumentar o tom de voz
— Você está bem? —Lila pergunta ainda segurando minha mão
— Estou, obrigada —sorri e volto meu olhar para Klaus— Ficar me encarando com cara feia não vai adiantar de nada
— Além de arriscar sua vida, você confia ela a alguém que conheceu a meses? —questiona ainda em um tom elevado
Me levanto indo ficar em sua frente, incomodada com sua forma de falar
— Não fale assim dela novamente —digo séria olhando em seus olhos— e eu já disse para abaixar o tom
Com o canto do olho vejo Lila se levantando
— Não precisa sair toda vez que Klaus está presente Lila —digo ainda encarando o loiro em minha frente
— Vou dar uma volta, volto depois
A espero sair mas continuo em silêncio encarando Klaus
— Qual é o seu problema? —pergunta irritado segurando meu braço— eu pedi para ficar em segurança e é isso que você faz?
Puxo meu braço me livrando de seu aperto, o empurrando para a parede em seguida
— Qual é o seu problema Niklaus? Eu não sou um de seus híbridos que você pode controlar, ou gritar quando se sentir contrariado —explodi com raiva— Você não tem direito de tratar os outros como bem entender
Seu olhar não era o mais agradável, ele odeia que o confronte, mas sabe que uma hora eu iria perder a paciência
— Você é imprudente e eu saio como errado? —sorriu com raiva— você mal a conhece, e confia mais nela que em mim
— Você está com ciúmes da Lila, pelo amor de Deus —o encaro incrédula— Pra começar nós dois não temos nada e eu confio em quem eu quiser, e segundo eu sei que você jamais me apoiaria em procurar minha mãe, acha mesmo que eu te contaria?
— Sua mãe te preferia morta do que comigo, como você quer que eu apoie essa loucura?
— Ela não me queria com você, porque você me traiu —retruco— foi por causa das suas ações que ela desaprovou nosso casamento
— Já tivemos essa conversa —levanta o tom novamente perdendo a paciência que lhe resta
— Eu já te disse para não gritar! —avanço o prensando contra a parede, segurando em seu pescoço— não tivemos essa conversa, porque quanto mais eu penso mais dói, você me traiu e eu passei tanto tempo apaixonada por você que não sei mais o que fazer para conseguir esquecer esse sentimento, a grande parte dos meus amigos estão mortos, e os que estão vivos te odeiam o suficiente para se afastarem de mim, então eu não vou me desculpar por ter ido pedir ajuda para minha mãe, se você não gostou o problema é seu
Eu quem o estava sufocando, mas quem não era ele que estava ficando sem ar, esse é o problema de ignorar a dor, em algum momento você tem que senti-la
A verdade é que por mais que as vezes me pegava pensando em tudo o que aconteceu, desde que eu voltei tentei ignorar tudo e viver sem pensar em nada, nem nos que se afastarem ou os que voltaram
Stefan está perdido, e sofrendo pela perda da Elena, e eu nem ao menos tirei meia hora do meu dia para conversar com ele
Kol desde que voltou tenta se aproximar, mas tudo que consegui fazer foi me afastar de todos, para não me reaproximar de Klaus
Ficando sem ar Klaus tira minha mão ao redor de seu pescoço, segurando meu ombro em seguida
— Todos os dias eu penso em tudo que poderíamos ter tido se eu fosse alguém melhor, todos os dias me culpo por ter beijado outro alguém enquanto estava com você —diz e coloca a mão no meu queixo, fazendo eu o encarar— eu não consegui te contar por medo, porque não queria te ver do jeito que você ficou quando Mikael te contou a verdade, eu sinto muito por tudo que causei
Mesmo não querendo sinto meu olho arder, apoio minha cabeça em seu peito deixando algumas lágrimas rolarem, enquanto ele faz carinho em minha cabeça
Ficamos um tempo tempo ali até que me acalmasse, mas quando olhei em seus olhos e percebi que não era a única a chorar, uma pergunta veio em minha mente
— Por que? —sua expressão confusa me permitiu continuar o raciocínio— porque você fez tudo isso Nik, eu te amava mais que tudo, droga eu morreria por você!
— Eu era jovem e imaturo, fui levado pelo desejo de saber como seria beijar outro alguém depois de transformado
— E como foi? —pergunto querendo encerrar o assunto
— Logo depois fui consumido pela culpa, foi quando matei pela primeira vez —explica e me olha nos olhos— Bella, você foi e sempre será a mulher da minha vida, eu tento fazer o que acho melhor pra você, tento fazer com que você não se machuque
— Mas me machuca no processo —sorri amarga— que ironia
O silêncio se instalou no cômodo, nenhum dos dois ousou falar algo, mas a proximidade estava me deixando desconcertada
Ouso levantar o olhar quando o pego me encarando, também sem ter o que falar, engulo em seco quando sua mão vai para minha nuca
Tudo em mim dizia para que eu me afastasse, mas simplesmente travei, não conseguia me mover, mas também sabia que aquilo não acabaria bem
Sentir seu toque novamente, nossos corpos tão próximos, tudo estava me deixando louca, bem no fundo uma parte minha implorava para que ele continuasse
O desejo transmitido em seus olhos me instigava a continuar, e mesmo tentando controlar as reações meu corpo ousava em me trair
Acabando com a pouca distância entre nós, Klaus juntar nossos corpos me beijando, é incrível como parecemos perfeitos um para o outro assim
Sem pensar em nada ao redor, ou em toda dor já causada em nosso relacionamento, mas foi quando percebi o que estava fazendo que coloquei a mão em seu peito me afastando sutilmente
— Eu não posso, por mais que eu queira esquecer tudo, eu não posso —sussurro com a testa colada na sua— eu preciso colocar em primeiro lugar, e não é ficando com você que estarei fazendo isso, vou passar um tempo em New York para resolver uns problemas e esfriar a cabeça, levarei a Lila comigo caso ela queira
— Eu posso esperar mais um tempo por você, mas não pense que desistirei —sorriu ainda colado a mim— Tome cuidado
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Angels like you, Damons like me
VampireA distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande.