Angels like you, Damons like me

『28』

𝐼𝑠𝑎𝑏𝑒𝑙𝑙𝑎

Pisco os olhos repetidamente tentando me acostumar com a claridade, sem saber onde estou

Um leve aperto em meu pulso me faz perceber que estou presa, quanto mais tento me soltar a dor no pulso aumenta

— É aço reforçado, você só vai se machucar —escuto uma voz baixa porém familiar— eu tento a semanas

Acompanho o som da voz tentando ver quem é, mesmo com o rosto completamente coberto por sangue, seria impossível não reconhecer

— Pedro? —olho confusa por seu estado, sem entender o que está acontecendo— que merda é essa?

— Me desculpa —sussurra virando o rosto na direção contrária, evitando o contato visual entre nós— eu resisti o quanto pude

Respiro fundo esgotada psicologicamente, sem paciência para mais decepções

— Te desculpar por que? —pergunto ignorando meus pensamentos, que insistiam em me lembrar a fala de Mikael

Sai tão desnorteada que nem ao menos vi o que aconteceu logo em seguida, somente lembro de estar caminhando para fora de Mystic Falls, tentando aceitar a realidade

A dor em meu pescoço confirma que meu pescoço foi quebrado, mas por quem?

— Ele queriam saber onde Klaus estava, não sabia que pegariam você —explica cautelosamente, com medo da minha reação

Fico em silêncio olhando para a única porta em minha frente, imaginando como faria para sair daqui

Minha cabeça dói juntamente a garganta coçando pela sede de sangue, engulo em seco sabendo que estando fraca, não consigo ir a lugar algum

Os únicos sons ao redor são pássaros e o vento resultando nos galhos das árvores se chocando

— Você está bem?  —puxo assunto entediada

— Poderia estar melhor e você? —escuto seu suspirar e o encaro— você não parece bem!

— A vida gosta de me dar rasteiras —sorri desconfortável— nada que eu não possa aguentar

No fundo não estava mentindo só para ele, uma parte de mim queria acreditar que eu sairia bem dessa, como todas as outras vezes

Mas a outra parte sabe que nunca estive tão quebrada, que por maior que seja meu amor por Klaus, não fomos feitos um para o outro

A distância é a única maneira de me livrar de todo sofrimento possível, estando próxima a ele sei que meu coração falará mais alto

Em algum momento a razão precisa assumir o controle, por muito tempo me deixei ser levada pelo emocional, empenhada a sempre dar o melhor de mim

Mas realmente está na hora de levantar a cabeça e deixar os sentimentos de lado, entender que toda ação gera uma consequência, e considerar se vale a pena

Uma fumaça branca saindo do tubo de ventilação chama a minha atenção, assim que o vapor se intensifica começo a tossir, sentindo a verbena me enfraquecer

— Que inferno —reclamo em meio a tosses— quem é que está por trás disso Pedro?

— Que bom que perguntou —uma voz rouca soa por trás da porta sendo aberta— O seu pior pesadelo gatinha

Olho com nojo pela frase clichê e principalmente por seu tom malicioso ao se referir a mim

— Claro que é —resmungo tentando encara-lo, mas a fumaça me atrapalha— qual deles?

A risada sarcástica e forçada me incomoda fazendo meus olhos revirarem automaticamente

— Lucian —se apresenta enquanto se aproxima— mas tenho certeza que você ainda não me conhece

Com sua proximidade tive a certeza que não o conheci, que nunca nem ao menos esbarrei com ele na rua

— Pegou a garota errada, eu nem sei quem você é —respondo sincera— ainda dá tempo pra se arrepender e me soltar —alerto ameaçadora o fuzilando com os olhos

— Você é durona, eu ouvi os boatos sobre você —diz calmo enquanto coloca uma cadeira em minha frente— nada parecida com a garota que observo a meses

O encaro em silêncio, vendo o mesmo se sentar e cruzar os braços com um sorriso no rosto

— Tenta encostar em mim, e você vai ver o motivo da minha reputação —sorri ao ver seu sorriso sumir— não confunda educação com fraqueza!

— Claro! —gargalha se levantando— você é realmente muito educada, admiro seus modos

Tento acompanhar seus movimentos com os olhos, observando o que ele esta fazendo

— Minha rixa não é com você —explica pegando uma seringa, enquanto verifica o líquido nela— mas ser amada por Klaus Mikaelson te coloca em uma posição perigosa, ainda mais quando se trata de vingança

Devo ter cometido algum pecado muito grande em minha vida passada para estar pagando tanto nessa

Tudo o que eu queria é distância de Klaus, e acabo presa com um desconhecido qualquer, querendo uma vingança que nem é contra mim

— Seu amigo foi muito útil para que eu conseguisse sua localização —continua a falar enquanto se aproxima— foi difícil arrancar algo dele, para minha sorte com você não terá o mesmo problema

A cada frase minha mente viajava mais longe, sem entender nada, com uma leve dor de cabeça

— Nem pense em toca em mim —ameaço assim que ele se agacha apontando a seringa em direção ao meu pescoço— ou eu juro que irei te caçar até no inferno

Ignorando minhas ameaças o rapaz força minha cabeça para o lado, deixando meu pescoço a mostra, injetando o líquido logo em sequência

Fecho os olhos reconhecendo essa sensação, maldito veneno de lobisomem!

— O veneno foi retirado das presas de minha filha, a mesma que morreu com a tentativa falha de Klaus para criar seus híbridos

Poderia sentir pena dele por ter perdido sua filha, mas a única coisa que consigo sentir é ódio

Encaro Pedro que observava tudo em silêncio, com o olhar de quem se sentia culpado

A falação do tal Lucian já estava começando a me enlouquecer, sendo obrigada a ouvir suas lamentações, e explicações do quanto ele esperou para por seu plano em ação

— Klaus tirou a pessoa mais importante de minha vida —comenta passando uma adaga banhada em verbena em meu corpo— acho uma troca justa pegar o único ser que ele ama

— Klaus não virá atrás de mim, ou seja lá qual for seu tão planejado fim —digo em meio a dor da lâmina cortando minha pele— mas tenha certeza que quando eu sair daqui, porque eu vou, você será a primeira pessoa que irei procurar

Observo o homem se levantar e sair fechando a porta

— Izzy me desculpa —Pedro insiste

— Não é você quem me prendeu aqui Pedro, pare de se desculpar —digo irritada, sentindo o veneno se espalhando por todo meu corpo— vou arrumar um jeito de sairmos daqui