𝐼𝑠𝑎𝑏𝑒𝑙𝑙𝑎
Pego o celular que vibra sem parar no banco do passageiro, atendo sem ver quem é, por estar prestando atenção na estrada
— Alô? —atendo colocando no viva voz
— Cadê você? —escuto a voz de Damon e automaticamente faço careta
Não temos nos falados muito depois do clima que rolou a um tempo atrás, talvez pelo fato da Rose ou da repórter que ele ta namorando
— Por que? —questiono estacionando o carro
— Não vi você saindo hoje, e também não está no seu quarto —explica— onde você está?
— Ocupada —respondo descendo do carro— vou ficar fora por alguns dias
— Está fugindo? —pergunta desacreditado
— Damon, deixa de ser idiota —resmungo— não estou fugindo, mas tenho uma vida e amigos além de vocês
— Com isso você quer dizer que?
— Que vim visitar um amigo, não estou muito longe —explico— se Klaus aparecer me liga, e voltarei
— Você só pode estar de brincadeira com a minha cara —esbraveja irritado— é sério?
— Tchau Damon, me liga se precisarem da minha ajuda —me despeço desligando na cara dele
Conheci Pedro alguns anos atrás, estava de passagem por New York e conheci ele em um barzinho
Desde então criamos uma amizade surreal, as vezes me pego questionando como nos damos tão bem
Pedro colocou na cabeça dele que queria fazer faculdade, o motivo? As universitárias, as festas e toda a farra que um universitário pode vivenciar
— Um café por seus pensamentos —escuto a voz de Pedro, me viro rápido o encarando
O moreno abre os braços com um copo de café em cada mão, corro em sua direção o abraçando
Uma das coisas que mais gosto em Pedro é seu perfume, porque MEU DEUS o homem cheiroso, seu perfume forte me faz o apertar mais ainda
— Bom te ver também Ma —ri assim que o solto
Reviro os olhos pelo apelido, que ele sabe que não gosto
— Digo o mesmo Black —debocho pegando o café de sua mão
Caminho com ele pela faculdade, enquanto o mesmo me conta as novidades
— Você vai a festa comigo —Diz parando do nada
— Que? —olho querendo rir dele— de jeito nenhum
— A Mariazinha, por que? —insiste fazendo bico— por mim —junta as mãos implorando
Não aguento segurar e acabo gargalhando, recebendo um olhar sério de Pedro
— Você vai me embebedar igual a última vez —ri com as lembranças vindo a mente— e não me chame de Mariazinha
— Eu te ofereço só os primeiros copos, o resto da noite é por sua conta —gargalha voltando a andar
— Da última vez você me deixou dançar na mesa —o repreendo— eu estava parecendo uma doida
— Uma doida sexy —completa, o encaro cruzando os braços— que? Você estava sensualizando durante a dança
— E você deixou seu cretino —empurro seu ombro de leve— tive que aturar você zombando de mim durante a semana toda
— É pra isso que os amigos servem, não é? —pergunta— seremos os mais gatos da night —gesticula passamos seu braço por meu pescoço
Ri negando com a cabeça, ultimamente tudo em que penso é como ajudar, como deixar de ser inútil, talvez tudo que eu precise é um tempo para mim
— Não vai me embebedar? —pergunto olhando em seus olhos
— Eu nunca te embebedo —ri se defendendo— e qual é a graça de sair, e não voltar bêbado pra casa?
— Pedro, Pedro —alerto— se embriagar não resolve os problemas
— Mas me faz esquecer —bufa ficando tenso— não adianta perguntar, não quero falar sobre isso
— Eu nem falei nada —levanto minhas mãos em rendição— mas diz aí pra mim, é por menina?
Paro de andar para encara-lo, vendo o mesmo desviar encarando a árvore
— Você ta de brincadeira né Pedro —cruzo os braços— ta sofrendo por amor?
— Quer mesmo falar sobre sofrer por amor? —pergunta ignorante— você quase não se abre quando o assunto é sentimentos, ta na cara que foi magoada
— Isso não vem ao caso —resmungo estalando a língua no céu da boca
— Ta vendo? —retruca— É só uma garota que anda me tirado do sério
— Que mais? —me sento no banco próximo de nós
— Ela é teimosa, chata pra um caralho —bufa fechando os olhos— mas é gostosa
Olho desacreditada no que ouvi, em anos nunca vi Pedro assim por uma garota
— Você gosta dela? —pergunto amarrando meus cabelos
— Não! —responde de imediato me fazendo rir
— E por que a afobação pra responder? —o encaro com a sombrancelha arqueada— não é feio estar apaixonado, é fofinho
— Depois que eu comer passa! —resmunga me fazendo fechar a cara
A maneira que mulheres são tratadas nesse mundo é ridícula, por mais que ele esteja apenas tentando se convencer de algo, esse tipo de comentário é nojento
— Pedro, amor da minha vida —me sento de lado, o encarando— não fala assim, soa extremamente babaca, paixão não passa com uma transa, e não se refere assim a uma mulher
— Assim como? —pergunta sem entender
— Depois que comer passa? —olho irritada— você está se referindo a um ser humano, não um pedaço de carne! daí você faz o que? Da um pé na bunda da garota? Se você quer só dormir com ela, você já deixa isso claro de primeira, nem perde tempo tentando conquistar e fazendo mil promessas
— Tabom mamãe —levanta as mãos sarcástico— o que importa é que vamos a festa
— não, não vamos —insisto
— Izzy —faz biquinho me olhando
— Que coisa feia, um homem desse tamanho fazendo bico —gargalho da cara dele— eu posso até ir, mas você vai me apresentar a tal garota
— A Maria —bufa revirando os olhos
— E para de me chamar de Maria —o empurro sem paciência já
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Angels like you, Damons like me
VampiroA distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande.