Capítulo 3

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Notas iniciais

Eis aqui mais um capítulo desta interessante história, espero que façam uma boa leitura e que gostem 🥺💕.

☀️🌑

Empregando confiança nos passos pelo salão e cumprimentando aqueles que continuaram a seu lado mesmo após a desavença com o casal de também Elementos Maiores, Ari sorri inclusive para aqueles que estão contra a sua pessoa, mostrando não se importar com o que é dito pelas suas costas. Diferente de seus irmãos que permanecem juntos nos mesmos grupos de conversa, não é alguém apegado a permanecer rodeado de seres clichês e bajuladores. Trajado em uma camisa branca e sua calça social de linho, segue caminho até a Mãe Terra para que tenham uma conversa um tanto mais séria e confidencial, afinal apesar de não demonstrar, Ari era mais sensível do que muitos achavam e também uma pessoa que sentia demais... Não um coração de pedra como muitos murmuravam. Mais tarde, se fosse possível, gostaria também de poder esclarecer algumas coisas com Ravi e Nair, pois seria justo resolver de uma vez por todas os rumores que ocorreram antigamente e retornam automaticamente no dia atual pela união dos astros. — Com licença, Senhora. Podemos conversar um pouco? Talvez não seja tão digno de tomar seu tempo agora, logo em meio a essa diversão toda, mas preciso falar algo. — com um semblante mais sério e levemente altivo como de costume, faz uma pequena reverência a Eloá.

Contemplando a bela paisagem que era possível de ser vista pelo salão imenso, em uma das paredes que possuíam aberturas aqui e ali, Eloá ouve uma voz doce atrás de si, mas também séria e sabia exatamente de quem se tratava afinal ela conhecia cada um de seus Elementos, cada um de seus seres mais preciosos. — Ah, Ari… É bom lhe ver, estava esperando sua visita. — diz a mulher com um sorriso acolhedor como uma manhã de sol. — Mas não diga isso, hm? Claro que é digno e sou toda ouvidos, lhe escutaria com minha total atenção.

— Bem, agradeço. Ultimamente, digo também me referindo ao longo das últimas décadas e hoje mesmo, ouvi comentários rudes até mesmo para mim sobre o que fiz e como meu jeito afetou Lua e Sol no último eclipse. — diz com um pequeno sorriso forçado por não estar muito confortável com o assunto. — Ouvi coisas como se eu tivesse inveja do que construíram apesar da distância, como sou inseguro com a maneira que lido e brinco com as situações de forma ácida… E até que sou um monstro por isso. Creio que não é muito confortável, mesmo que não demonstre. — não conseguindo encarar a Mãe Terra que lhe observava de modo imparcial, Ari volta o olhar para uma das aberturas e bem a tempo de ver uma estrela se deslocando rapidamente pelo belíssimo céu de Murwarid.

— Bem… — a mulher iniciou lentamente enquanto procurava as palavras certas para utilizar naquele momento. — Devo dizer que muitos desses murmúrios não cheguei a saber até um tempo atrás, quando Ciel contou-me sobre tudo o que vinha ocorrendo desde o último encontro. — revelou então, agora pondo-se ao lado de um dos Ventos observando a paisagem junto a si. — Não sabe como me partiu o coração ouvir cada uma dessas palavras, mas imagino como seja ainda mais difícil para você. Sabe, Ari… O que você fez não foi certo, nem um pouco, mesmo tendo sido mal interpretado por muitos. Eu sei e conheço cada um de vocês... — indica os Elementos do salão como um todo. — E justamente por isso quero ouvir o seu lado. Precisa tirar esse peso de seus ombros e não precisa negar para mim, hm? Eu vejo isso em seus olhos, meu bem.

Respirando fundo mesmo que não fosse de fato necessário, apesar do corpo presente ser "humano", Ari volta o olhar para a Mãe Terra e coloca as mãos no bolso. — Fui rude, preciso admitir isso, mas tinha medo de perder meu amigo. Nair se apaixonou e eu entendo que não conseguiríamos ficar mais tanto tempo próximos… Hoje entendo… Ele passava algumas das noites com a mente avoada, como os humanos poderiam dizer, mas continuava em seu astro, estando a maior parte do tempo conversando com a Comandante Tainã sobre seus sentimentos, sobre Ravi. Lua foi um dos primeiros amigos que tive uma grande conexão e um dos únicos que não se importava com meu jeito meio azedo de vez em quando, que não julga quem eu sou. Existem seres e seres, sabe? Acho que a maior parte dos que conheço só querem estar ao meu lado por ser lindo assim. — diz soando sincero apesar de parecer uma brincadeira, deixando difícil a interpretação se há algum sarcasmo na frase. — A culpa não é de Ravi, nem de Nair, e eu não tinha o direito de espalhar boatos de uma traição infundada por aí, sendo que conheço meu amigo. Tem o direito de se irritar comigo, mesmo tendo parecido uma brincadeira inofensiva pra mim, no início.

Eclipse - No limiar da SaudadeOnde histórias criam vida. Descubra agora