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Os braços musculosos do mais velho rodeavam a cintura fina do outro a seu colo, Felix tinha seus cristais azuis arregalados enquanto seu coraçãozinho batia contra seu peito como se quisesse chamar atenção, o loiro até mesmo sentia vergonha que o outro pudesse ouvir com clareza o som acelerado de batidas em seu peitoral, suas pequenas mãos soavam e tremiam com leveza ao mesmo tempo que apertavam com força a camisa do acastanhado entre seus dedos fazendo assim os nós de suas delicadas mãos ficarem brancos como neve, se é que possível Lee ficar mais branco do que já era normalmente e até havia sim ficado mais pálido contra a confissão tão espontânea e surpreendente que Hwang fizera. Já ao contrário de Felix, Hyunjin tinha um semblante calmo e sereno como a madrugada estrelada o que era completamente contraditório pois seu interior fervilhava nervosamente e seu órgão responsável por transportar sangue para o resto de seu corpo estava tão acelerado quando o do garoto a seu colo, o professor realmente não havia pensado duas vezes em admitir aquilo que teve certeza na madrugada passada enquanto via o outro dormir tão serenamente deitado com a bochecha gordinha e avermelhada prensada contra seu peito com os cabelos loiros quase brancos espalhados por ali ele tinha uma aura tão bela e angelical ali deitado em cima de si praticamente ressonando com os lábios grossos e rosas levemente abertos enquanto os cílios longos tocavam-lhe a pele pálida tão inocente, tão desprotegido e frágil, parecia tão seu, seu garoto e de mais ninguém. Suas duvidas em relação a "amar" se confirmaram ao ver o quão entregue estava a aquele ser, ele se viu amar quando percebeu que os sorrisos do outro eram mais importantes do que os seus próprios, e poderia ser até cedo demais falar algo daquele porte a um adolescente que pela primeira vez está descobrindo esses sentimentos mas, Hyunjin passou sua vida toda batalhando e se arriscando garantindo o futuro brilhante em que vivia agora aos vinte e seis anos quase vinte e sete e se declarar apaixonado a alguém não era nada para si, bem, pelo menos ele achava que era mas agora com seus batimentos cárdicos elevados e a testa começando a suar de nervoso percebeu que não era tão fácil assim como achou que iria ser. Mas ele não se importava Hwang apenas queria se mostrar presente para seu menino, mostrar o quanto o amava e estava disposto a fazer qualquer coisa por si, e se o ditado "mover montanhas por ti" não fosse figurativo o acastanhado com certeza levaria ao literal.

— Hyunjin Hyung — Os olhos azuis piscaram rapidamente batendo os cílios compridos com velocidade e o outro admirou aquilo, pois Felix parecia uma criancinha curiosa com seus olhos pequenos e córneas gigantes e brilhosas como o sol batendo no mar — Você está a falar sério? — Perguntou inocentemente.

— Não pensas que estou a gozar contigo, pois não? — Revidou esfregando o nariz contra a bochecha carmesim do loiro que resmungou algo baixinho e o olhou aos fundos dos olhos seu coraçãozinho batia contra seu peitoral ainda mais acelerado que antes.

— Você foi a melhor coisa que aconteceu comigo — O menor admitiu timidamente corando mais se é que possível — Em todos esses anos as únicas pessoas que eu tinha era o Chan Hyung e o Jisung — Lembrou-se do amigo que o aconselhava todas as tardes, Jisung era assim, mesmo não vendo Felix sabia que o mesmo estava mal, sabia quando o pequeno garoto estava ferido então com suas piadas sem graça ou histórias de seu dia a dia fazia o possível para arrancar sequer um sorriso do loiro — E agora eu tenho você — Uma pequena lágrima formou-se dentro do olho azul logo escorrendo-se pela bochecha correndo a caminho de seus lábios.

— Não me agradeça! — Hyunjin sussurrou não retirando seus olhos do pequeno — Eu quem deveria ser grato por ter achado alguém como você, és uma das pessoas mais fortes que conheci Felix!

— Eu forte? — O menor franziu as sobrancelhas.

— Sim, imagine... — Hwang colocou suas mãos por dentro da camisa que havia emprestado ao menor levando as mesmas para a cintura fina do mesmo acariciando aquele local calmamente com as pontas quentinhas de seus dedos compridos — Você aguenta não apenas o fanatismo de seus pais, você aguenta as agressões, os xingamentos, as dores psicológicas, a morte... —Referiu-se ao avô do loiro que entendeu muito bem — Você aguentou a solidão.... Mas agora você tem a mim e não precisa mais aguentar ela, porque eu vou estar aqui quando você se sentir sozinho! — Aproximou-se lentamente juntando seus lábios aos do mais jovem dando-lhe um beijo calmo e com o gosto do doce comido pelo menor instantes atrás.

Síndrome de Waardenburg • Hyunlix Onde histórias criam vida. Descubra agora