Eu era somente uma carta

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Estava olhando para seu rosto de forma estática, não sabia o que falar, seus olhos piscavam de forma calma e o jeito em que me olhava parecia que estava com paciência

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Estava olhando para seu rosto de forma estática, não sabia o que falar, seus olhos piscavam de forma calma e o jeito em que me olhava parecia que estava com paciência. Mas eu não sei se queria falar, por mais que ela me passasse confiança.

- Então Melinda... - ela tentou falar mas eu a interrompi.

- Não sei o que falar sobre isso - Já respondi o que eu tinha certeza do que ela iria me perguntar.

- Bom, eu não a conheço mais, porque não me fala um pouco de você? - Ela fala como se realmente quisesse me conhecer, como se não soubesse de nada do que eu fiz ou porque fiz. Solto um riso pelo nariz

- Meu nome é Melinda Donovan. Tenho 18 anos e estava no 1° semestre da faculdade de administração quando... - Dessa vez ela quem me interrompe.

- Não, eu quero saber de você - Ela fala apontando para mim - Hoje eu quero saber de você, Quem é Melinda Donovan?

- Eu sou péssima falando sobre mim. - Respondo

- Vou lhe fazer algumas perguntas então, tá bom? - Beatrice perguntou, e eu faço um sinal positivo com a cabeça enquanto a vejo escrevendo coisas em seu bloco.

Até que o divã é confortável ou ela quem me fazia se sentir assim, apesar de não conseguir falar sobre as coisas, eu confio nela. Não sei se é por conta de seus longos cabelos negros, seus óculos quadrados, seu belo gosto para roupas sociais ou por ser minha melhor amiga enquanto estávamos no fundamental. Mas eu confio.

- Porque escolheu cursar Administração? - Me perguntou já olhando para mim.

- Para administrar as empresas do meu pai no futuro. - Respondi e ela voltou a anotar em seu bloco.

- Como está lidando sobre a sua mãe está no hospital? - voltou a perguntar

- Do pior modo possível - Não a olhei nos olhos quando disse isso. Não consegui, não por não ser verdade, talvez, por ser culpa minha.

- Ok, é de se esperar isso, é sua mãe - Beatrice me olha com solidariedade. - Vou te perguntar agora, sobre o término do seu relacionamento, seu pai me disse que o término veio a pouco tempo, certo? Logo depois da da sua mãe ir para o hospital. - me mexi desconfortável no divã, com a sua pergunta.

- Ei! - Chamou minha atenção - Tá tudo bem, você sabe que pode confiar em mim, entende que tudo o que me contar nunca poderá sair daqui, né?

- Depende - digo e ela me olha sem entender - Quando há suspeita de risco à vida do paciente ou de terceiros. Quando há violência doméstica em curso, negligência ou abuso de incapazes. Quando o psicólogo recebe uma ordem judicial...

- O que você me falar põe a vida de terceiros em risco? - pensei um pouco no que ela disse e fiz que não com a cabeça - está sofrendo violência doméstica? - Novamente fiz que não - Irei receber uma ordem judicial?

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