Whatever It Takes - Rivusa

Chapter 4

Riven

   Ontem quando chegamos a casa, arrumamos as malas e nos acomodamos cada um em seu devido quarto.

   Disse a Musa que poderia descansar, que depois mostraria todos os cômodos da casa a ela.

   Acabei de acordar mais estou com preguiça de levantar, meus olhos mal se abrem tentando acostumar-se com a claridade do quarto. Procuro meu celular para verifica o horário e vejo que já são quase 6:30.

   Eu me sinto muito bem quando venho pra cá, o barulho do mar, os pássaros, tudo contribui para que eu relaxe e esqueça pelo menos um pouco dos meus problemas. Não sei por que chamei Musa para vir comigo, e não sei por que ela aceitou, mas pelo o que me lembro do que ela me contou naquela madrugada, ela não tem boas lembranças da casa.

   Aqui é o meu lugar preferido, talvez seja a única coisa que venha do meu pai que eu goste. Ele é aquele típico pai controlador que exige muito de você, e que faz questão de deixar claro que você é um merda e que não presta pra nada; não sei como minha mãe ainda está com ele.

   Ele já a traiu várias vezes e mesmo ela sabendo, eles continuam juntos.

   Minha mãe e meu irmão são os únicos que se salvam, minha mãe é um amor, é aquele tipo de pessoa que contagia a todos com sua alegria, que de alguma forma tenta fazer com que os outros tenham um dia melhor, sempre sendo amorosa e carinhosa com todos, até mesmo com desconhecidos.

   Eu sempre a admirei e ainda admiro, ela encherga e espera coisas boas das pessoas, e eu sou completamente o oposto, sempre esperando o momento em que elas iram me desapontar.

   E meu irmão, o que dizer dele, ele é um garotinho muito esperto e muito parecido com a minha mãe — ainda bem — com o mesmo espírito e alma boa dela. Com apenas 10 anos já sabe distinguir muito bem o certo do errado — sabe melhor do que eu que só faço merda — ele também não tem uma relação boa com meu pai e eu agradeço muito por isso, de modo algum gostaria que ele seguisse os passos do nosso pai.

   O meu maior medo é decepcionar eles e acabar me tornando igual meu pai. Minha mãe e meu irmão são os únicos que eu realmente amo e que eu faria de tudo até mesmo dar minha própria vida por eles.

   Decido me levantar pois acabo de lembrar que tenho que fazer compra, esqueci completamente que não tem comida aqui, e como hoje é domingo o mercadinho aqui de perto fecha antes do almoço e eu sei que se eu ficar mais um pouco na cama eu vou acabar dormindo e só vou acordar depois do meio dia.

   Vou até o banheiro do meu quarto tomar um banho; depois do banho faço minhas higienes e vou em direção as escadas, passo pelo quarto da Musa — que fica ao lado do meu — e percebo que a mesma não está lá pois a porta do quarto está aberta e a cama está intacta como se ninguém tivesse dormido nela.

   Desço as escadas e não encontro a fada em lugar algum, procuro na sala, na cozinha, na lavanderia, mas não a encontro, vou até a varanda e a vejo sentada na areia observando o mar.

- Bom dia - cumprimento fazendo com que a fada se vire para mim.

- Bom dia - ela responde com um sorriso e volta sua atenção para o mar - aqui é tão lindo.

- É mesmo - digo admirando a paisagem, apesar de ser cedo, o céu já esta azul, o sol já está raiando e sua luz reflete na água cristalina do mar, o balançar das ondas, o cantar das gaivotas no céu é tudo lindo, por mim eu ficaria aqui pro resto da minha vida, sem me cansar de levantar todos os dias e observar a mesma paisagem dia após dia - estou indo no mercado, quer vir junto? - a convido - não sei do que gosta, e você vai precisar se alimentar durante o tempo em que ficaremos aqui - brinco; a pergunta que mais me faço é "pq estou sendo tão legal com ela?".