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     Kiara não demorou nem dois minutos para abrir a porta depois de me ouvir esmurrá-la várias vezes, e demorou menos ainda para arregalar os olhos depois de passá-los pela minha face

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     Kiara não demorou nem dois minutos para abrir a porta depois de me ouvir esmurrá-la várias vezes, e demorou menos ainda para arregalar os olhos depois de passá-los pela minha face.

- Meu deus, o que aconteceu com seu rosto? - Questiona horrorizada enquanto puxa meu braço, dando espaço para que eu entre no local.
- Trevor está velho mas sua força continua a mesma - Sorrio sem graça - Relaxa, não é como se eu não estivesse acostumada.
- Sabe bem que não é normal uma pessoa se acostumar a tomar uma surra, não sabe? - Seus olhos me encaram preocupados.
- Sei - Dou de ombros.
- Vem, vou fazer algo pra você comer, está pálida - A garota sai pela casa ainda puxando meu braço para que eu a siga.

     Passar a tarde na casa dos Carrera fez com que eu me sentisse uma adolescente de novo, como se nada houvesse mudado e como se eu nunca tivesse deixado de ser a inconsequente que chapava junto da melhor amiga na varanda do quarto dela.

Tudo tinha mudado no momento em que coloquei os pés pra fora dessa ilha.

Eu sabia que sim.

Mas ainda assim me sentia leve em ter esses momentos normais nem que por algumas horas.

- Hey, preciso ir trabalhar mas se quiser pode ficar aqui - Kiara sai do banheiro já vestida com seu uniforme, uma visão particularmente familiar.
- Ainda trabalha no Cassino? - Questionei curiosa.
- Sim, seu pai é um filho da puta mas ele me paga bem - Ela sorri de canto me encarando pelo espelho enquanto arruma o cabelo.
- Tecnicamente sou eu quem te paga bem agora - Solto num tom de divertimento.

     Eu havia explicado a Kiara tudo que tinha acontecido mais cedo, e fiz a mesma prometer que ficaria de bico calado, pelo menos por enquanto.

- Sendo assim, quero um aumento - A garota dá uma gargalhada e não consigo evitar de rir também
- Posso pensar no seu caso - Digo.

     O silêncio confortável paira sobre o ar enquanto Kiara agora se maquia, ajeito minha postura me sentando sobre a cama e pensando bem antes de falar:

- Posso ir com você?
- Claro chefe, posso te emprestar uma roupa se quiser, vai que tem alguém interessante lá hoje - Ela pisca pra mim e gargalho novamente.
- Fala sério Kiara, só velhos vão no Willians - Digo enquanto caminho até o banheiro.
- Melhor ainda, vai que você arruma um sugar daddy - A garota ri alto enquanto reviro os olhos não conseguindo conter o sorriso.
- Agora mova essa bunda até o chuveiro, você está uma derrota - Ela me empurra totalmente para dentro do banheiro, fechando a porta sem que eu pudesse ao menos responder - Vou separar uma roupa pra te deixar irresistível - Grita.

    Tomo um banho rápido e saio enrolada na toalha, Kiara já não está mais em frente ao espelho mas observo algumas roupas jogadas sobre a cama. Estico meu braço alcançando uma saia preta que reconheço como minha, não consigo não rir, inacreditável, a safada me roubou essa saia quando tínhamos uns 16 anos.

     Termino de vestir a saia e meus olhos pousam sob o top preto em cima do travesseiro, juntamente com uma camisa de botões, também preta.

     Solto meus cabelos do coque mal feito após estar devidamente vestida com o top, coloco a camisa preta por cima, enfiando um dos lados por dentro da saia e deixando alguns botões da parte superior abertos. Eu poderia facilmente colocar só o top se quisesse arrumar algo essa noite, assim como Kiara sugeriu, mas penso que os roxos imensos pelo meu abdômen não são tão atrativos assim.

    Ando até a penteadeira, torcendo para que minha amiga tenha algum corretivo do meu tom, mas não encontro nenhum.

- Kiara, sua mãe se importaria se eu usasse um corretivo dela? - Grito da escada.
- Fique à vontade - Ela grita de volta.

     Abro a porta do quarto da Sra. Carrera buscando com os olhos a cômoda que ela costumava esconder suas maquiagens para que eu e sua filha não roubassemos. Localizo o móvel branco e caminho até ele, abrindo a primeira gaveta e pegando um corretivo que seja pelo menos próximo do tom da minha pele. Paro na frente do espelho enorme do lugar e espalho um pouco da maquiagem pelo roxo meio esverdeado do meu rosto.

     Não ficou totalmente coberto, mas já dá para não ser fixamente observado por olhos curiosos.

𝐆𝐀𝐍𝐆𝐒𝐓𝐀 - Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora