Capítulo 09

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Oie...

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***

Maria Eduarda

Sempre que temos algum tempo, nós nos reunimos no apartamento da Manuela, no Recreio dos Bandeirantes, um dos melhores bairros do Rio de Janeiro. Sentada na varanda, penso em Arthur, o imbecil. Não acredito que me deixei levar por ele, um galinha sem-vergonha, babaca, lindo, gostoso e irritante. Não paro de pensar no seu cheiro, naquela boca, naquele beijo, em suas mãos no meu corpo reacendendo o meu fogo....

Definitivamente, sou um caso perdido.

— Duda?

Eu não vi Manuela se aproximar.

— Oi, Manu.

— Quero te pedir desculpas pelo que falei naquele dia, sobre você e o Arthur. Eu não tenho o direito de me meter na sua história. — Ela se senta na cadeira ao meu lado. — Eu, mais do que ninguém, sei como aqueles homens podem mexer com uma mulher. Às vezes tenho a impressão de que nem as lésbicas escapariam de se apaixonar por eles.

Rimos.

Mal sabe ela que concordo em gênero, número e grau, mas suas palavras ecoaram em minha cabeça durante horas. Manu havia voltado do shopping naquela tarde, onde ela e os homens foram. Minha amiga estava irritada e acabou falando o que eu não queria ouvir, só que foi muito necessário:

— Vou dar um conselho a você, minha flor: eles são os donos disto aqui, filhos de família rica, frequentadores da alta sociedade. Acha mesmo que a família permitiria o caso de um deles com uma funcionária? Tenho certeza de que você já ouviu que os pais já têm esposas escolhidas para seus herdeiros. Elas estão com eles neste exato momento, são as escolhidas. Afaste-se e preserve o seu coração. Só você tem a perder!

— Foi bom você ter aberto os meus olhos. Primeiro porque vacilei com você, garanti que não aconteceria nada e me deixei levar. Ele é meu chefe e essas histórias não dão certo na vida real, isso não é uma novela, onde tudo pode acontecer. Nem vou mencionar o fato de ele ser comprometido.

— Prometido, não comprometido — ela me corrige.

— Que seja! Ainda assim, não é certo. E outra, eu preciso dar um fim digno ao meu relacionamento com o Rogério. Quero viver e experimentar outras coisas, Manu.

— Sabe o que é pior? — ela fala como se fosse para si mesma. — Os filhos de uma boa mãe são sexys e sabem como usar isso ao seu favor.

— Fato — concordo totalmente.

Nós nos sentamos em sua varanda, ouvindo e rindo das proezas de Bia. O final de semana acabou sendo tranquilo e, melhor ainda, com boas companhias. Adoro essas meninas, Bia já morava em meu coração e Manuela também conquistou seu espaço.

Tentei ao máximo afastar os meus pensamentos sobre Arthur, mas eles são persistentes e insistentes. Posso sentir seu perfume somente com a lembrança de sua presença.

Aproveito o meu domingo para chamar o Roger e conversar por videochamadas, mas não fico surpresa ao vê-lo em uma festa, pois seus amigos vêm sempre na frente. Entretanto, desta vez não fico brava ou chateada, a nossa história acabou há muito tempo, eu que insistia em me manter na zona de conforto, afinal, estávamos juntos há anos.

Assim que desligamos, ligo para minha mãe e conto, ela fica indignada e diz que a minha vinda para cá virou a minha cabeça. Entendo a minha mãe, teve uma vida tranquila e construiu sua família lá, eu queria o mesmo para mim. Só que quero mais.

Para Ser Minha (Trilogia Dono de Mim - Livro 02)DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora