Capítulo 10

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Maria Eduarda

O Rodrigo não estava brincando quando disse que traria outra pessoa para cá. O homem mandou duas e agora sou chefe da sala da frente. Não vou reclamar, realmente estou precisando de ajuda. Em pouco tempo acumulei as funções e Marcia, que já não era de muita ajuda, logo saiu.

Fiquei com receio de estar perto do Arthur, mas as minhas preocupações acabaram quando outra garota passou a atendê-lo. Manuela foi muito rápida na seleção e serei eternamente grata por isso.

O problema é que agora eu preciso falar com ele sobre a festa de hoje à noite. Acompanhei tudo pessoalmente e não tem como enviar a Sara à cova do leão se eu sou a responsável.

Faço uma preparação psicológica, respiro fundo algumas vezes, passo a mão pela minha roupa, a fim de tirar alguma imperfeição, e repito meu novo mantra:

— Eu posso. Eu posso. Eu posso — e repetindo essas palavras mentalmente, pego meu tablet, vou e bato na porta. — Com licença, Arthur.

Eu posso! Eu posso! Não olhe para os olhos dele, Maria Eduarda.

— Sente-se, Duda. Está tudo certo para hoje à noite?

Eu posso. Eu posso...

— Sim, senhor. Todos os convidados confirmaram presença, com o buffet está tudo certo também, a única alteração é que aumentei o número de garçons.

— Algum problema, Maria Eduarda?

— Não — respondo sorrindo, só que sem contato visual.

Eu posso.

— Então, por que não está olhando para mim? — Eu posso! Eu posso! Eu posso! — Olhe para mim, Maria Eduarda.

Eu posso! — Levanto a minha cabeça. — Eu posso. — Olho em seus olhos. E-eu posso...

— Boa menina, melhor assim. Então, voltando a lista... — ele se levanta, olha pela janela e volta-se para mim.

Provavelmente, Arthur está esperando que eu fale alguma coisa, mas eu não posso, estou totalmente concentrada nessa bunda moldada pela calça justa. — Você está muito encrencada, Duda. Eu acho que posso... ainda. — Balanço a cabeça para limpar todo pensamento ruim que esteja permeando minha cabeça pervertida.

— Você não especificou as bebidas, então, tomei a liberdade de encomendar uma variedade bem equilibrada. Como sei que algumas mulheres gostam de drinques, contratei um barman.

— Ótimo, obrigado. — Ele fica sério e seu olhar é penetrante. — Quero você lá, Maria Eduarda. Isso não é um pedido, é uma ordem.

Arthur sorri e eu descubro que NÃO POSSO!

— Sim, senhor! — Nossa, Duda. Você é um caso perdido.

Saio da sala meio atordoada pelo efeito que ele tem sobre mim. Eu não sei o que está acontecendo, mas o que era puramente sexual está se tornando em algo mais. Só que eu não sei o que esse "mais" significa. Eu me conheço e sei que isso vai me corroer, ficarei pensando e pensando nisso, quando deveria evitar qualquer situação parecida. Preciso ligar para a Manu e para Bia, avisá-las que serão o meu socorro nessa festa, pois onde as duas estão é diversão na certa. Bem, no caso de Bia, se não for diversão será barraco. Adoro!

Assim que me sento em minha cadeira, alcanço o celular e ligo para Manuela.

— Oi, Duda.

— Oi, Manu. Está sabendo da festa do Arthur?

Para Ser Minha (Trilogia Dono de Mim - Livro 02)DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora