No oceano pacífico, ao lado da costa asiática, um galeão seguia conduzindo em seu porão, toneladas de moedas destinadas ao reino da Coréia. Além da riqueza em prata, o navio também transportava um governador e seus dois filhos.Alguns oficiais da Marinha Real participaram da jornada de volta para casa, para garantir a segurança de uma das famílias mais importantes da Coréia.
A viagem estava no seu quadragésimo dia e todos estavam cansados e entediados, por estarem cercados por apenas água, sem nada para fazer. Mas dentre todos, havia um ômega que estava apreciando a viagem, pois ao contrário de todos ali presente, ele adorava histórias que envolviam o mar, em específico Piratas.
Debruçado sobre a proa, Choi San observava o navio diminuir a velocidade conforme a noite ia chegando. O comandante da embarcação achou mais seguro diminuir a velocidade de noite, devido a pouca visibilidade que teria, assim seria mais fácil impedir que o galeão colidisse com qualquer outra embarcação.
- Você já pensou como seria viver em alto mar? - ele questionou ao irmão mais velho, que lhe fazia companhia em todos os momentos da viagem.
- Desconfortável, insalubre e perigoso. - O ômega mais velho respondeu um pouco longe da proa. - Por favor, San, desça daí e afaste-se para não cair.
O mais novo se afastou da frente do navio e voltou-se para seu irmão.
- Seria fascinante - ele suspirou - muitas são histórias contadas sobre alfas valentes, que levam a vida desbravando os mares em busca de tesouros.
- Você quis dizer, Bandidos. - o mais velho corrigiu, fazendo San bufar e revirar os olhos - a pirataria não é como contam nos seus livros de romance, San, piratas são alfas bárbaros e cruéis-...
- Mal interpretados - o mais novo interrompeu. - É óbvio que os oficiais da Marinha Real espalham histórias exageradas a respeito destes alfas - ele ficou um tempo em silêncio enquanto seu irmão o encarava ainda incrédulo. - Eu gostaria muito de conhecer um navio pirata e me juntar a tripulação.
- Você está louco? - o mais velho o questionou com os olhos arregalados. - Se papai te escuta dizer isso vai ficar de castigo até que se case.
- Não quero me casar Yunho- lamentou, cruzando os braços - Quero ser pirata.
- Não fale coisas bobas. - repreendeu com a voz baixa para não chamar a atenção dos marinheiros que trabalhavam pelo convés - um bom ômega deve se casar e dar filhos ao seu alfa. Formar uma família, e ter uma vida calma e pacata.
- Fale a verdade, irmão. Você está satisfeito com esse noivado? Quer mesmo casar e levar uma vida controlada pelos outros? Casar sem amar aquele alfa.
Yunho suspirou olhando a sua volta hesitando em responder.
- Comodoro Choi é um alfa de boa família. Tenho absoluta certeza de que vamos ser felizes juntos. E quanto ao amor...ele aparece com o tempo. - Ele voltou a atenção ao mais novo - Aconselho que pare com essas ideias absurdas. Se continuar assim, nunca conseguirá um bom casamento.
O ômega mais novo suspirou magoado. A conversa não continuou mais naquele assunto, e logo eles foram chamados ao camarote, para fazer sua refeição ao lado de seu pai.
Naquela época do ano, a luz não se mostrava tão visível no céu, deixando que as únicas luzes ainda vistas fossem as estrelas e as do próprio galeão, não sendo o suficiente para iluminar o caminho que tinham que seguir. A velocidade do navio estava quase nula devido a escuridão em que se encontravam.
O breu era tanto que ninguém notou quando um navio de velas negras se aproximou sorrateiramente pela esquerda. A bandeira hasteada na embarcação, ostentava o desenho das nuvens durante uma tempestade violenta ao mar.
Um tiro foi disparado, e duas bolas de canhão presas em uma corrente foram lançadas no mastro principal do Galeão, quebrando- o ao meio junto algumas velas, e consequentemente impedindo a fuga pelo ataque repentino.
O barulho foi tanto que acordou até mesmo os oficiais que dormiam tranquilos na cobertura inferior da embarcação. Quando os marinheiros saíram para fora do interior do Galeão, só então entenderam o que estava acontecendo, quando viram as luzes do outro navio um tanto longe, acesas. Nada puderam fazer por conta das velas destruídas, então uma fuga seria impossível no
momento.
- Preparem os can-... - Antes que o comandante pudesse terminar a ordem, diversos alfas surgiram a bordo, escalando o navio e subindo pelas cordas presas nos ganchos que foram lançados e presos na madeira do próprio galeão. Eles se aproximaram ainda mais em pequenos botes.
Um alfa de cabelos castanhos, apontou sua arma em direção ao rosto do comandante, o fazendo desistir de sacar a própria arma e erguendo suas mãos em desistência.
O comandante pediu calma aos marinheiros e aos sub oficiais, o caos foi o impedido de se instaurar e assim eles puderam notar que aquela se tratava de uma invasão pirata.
Um alfa alto e imponente, de cabelos brancos, andava entre os outros com a cabeça erguida, parecendo um rei. Ele andava entre os piratas e oficiais despreocupado como se caminhasse em um campo verde ao pôr do sol, e não em um navio inimigo da Marinha Real em plena invasão.
- Quem está no comando? - questionou olhando para seus alfas.
- Este aqui - o alfa de cabelos castanhos aproximou trazendo com si um homem retido, apontando uma arma para sua cabeça calva.
- Boa noite. Meu nome é SeongHwa - o alfa de cabelos brancos apresentou - se, colocando a mão no cabo da espada ainda na bainha. - Falo em nome do capitão do Storm, Song Mingi. - Ao ouvir tal nome, o medo cresceu no coração dos marinheiros e até mesmo do comandante. – E nós gostaríamos que todos colaborassem, para que não ocorra um banho de sangue desnecessário. Por isso se rendam pacificamente e pouparemos suas vidas levando apenas sua carga de valor.
- Tu-tudo bem - afirmou gaguejando e erguendo suas mãos vagarosamente, ordenando aos marinheiros: - Não façam nada.
Logo, toda a tripulação foi amarrada na proa do navio, sendo vigiados por um alfa de longos cabelos prateados, e alguns outros.
Um alfa com uma cicatriz no olho direito, segurando uma katana longa, saiu de um dos camarotes trazendo com ele, o governador Kim.
- Olha só o que eu encontrei. - Disse sorrindo divertido.
- Seus bastardos malditos, vou mandar enforcar cada um de voc-...- Sua fala foi interrompida por um forte soco em seu rosto, fazendo-o tombar para o lado quase caindo.
- Amarrem-no com os outros. - SeongHwa ordenou - e procurem por mais alguém escondido.
- Não! - o comandante gritou desesperado. - Não há ninguém lá dentro, eu juro!SeongHwa olhou para o alfa com a cicatriz no olho e sorriu de canto. Com um movimento da cabeça, ordenou que ele fosse atrás de alguém escondido nos camarotes. O governador ainda tentou impedir, mas levou um chute no rosto o fazendo tombar para o lado.
O alfa armado com uma katana entrou em um dos camarotes procurando por mais alguém, quando teve certeza de que estava vazio, ele se dirigiu ao outro quarto que era um pouco menor. Ele viu entre dois barris a ponta de uma cabeleira loira, sorriu vitorioso se aproximando e chutando o barril para longe, revelando dois ômegas abaixados se abraçando.
- Levantem-se os dois - ordenou com a voz grave. Yunho se levantou trêmulo, mas seu irmão continuou parado em choque. - Eu mandei levantar, porra!
San fechou os olhos e soltou um chiado quando seu braço foi bruscamente agarrado, Yunho tentou impedir que machucassem seu irmão, porém foi empurrado para longe. Ele tentou mais uma vez salvar seu irmão, desta vez se agarrando no braço do alfa.
- Por favor senhor - implorou ao alfa - ele é apenas um servo, não te dará nenhum lucro - mentiu- leve-me no lugar dele... so-sou Jeong Yunho, filho do governador. - O alfa largou o ômega menor interessado no que Yunho falava. - Leve-me no lugar dele e terá grande lucro com um pedido de resgate.
O alfa então agarrou o braço de Yunho e o levou para fora do camarote. O ômega mais novo apenas se encolheu no chão chorando em silêncio pelo irmão e pelo seu ato de covardia e inutilidade. Era ele quem mais gostaria de conhecer os Piratas, e agora estava tremendo de medo e incapaz de falar qualquer palavra diante deles.
- Este ômega diz ser filho do governador - o alfa com a cicatriz informou a SeongHwa ainda segurando seu braço com força.
SeongHwa o estudou de perto, o ômega manteve seu olhar no do alfa apenas por alguns segundos e já desviou. Ele tinha um colar o mesmo brasão de família que havia no cinto do governador.
- Terminamos - outro alfa se dirigiu ao homem loiro - carregamos tudo que tinha no porão e objetos de valor para os botes.
- Ótimo. - SeongHwa respondeu levando sua atenção a tripulação. - Agradecemos pela cooperação - olhou para o alfa da cicatriz - leve o ômega para o bote e o amarre.
O alfa assentiu e logo estava descendo com ele pelas cordas até o barco. Assim como o restante da tripulação, remando de volta para o Storm.
Contínua..

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Storm - Yungi [ABO]
FanficO Capitão Song Mingi é um dos piratas mais temidos dos sete mares. Ele é conhecido por suas roupas negras, e sua fama de sanguinário impiedoso, terrível e violento. A bordo de seu assombroso navio, Storm, ele e sua infame tripulação estão em busca d...