1 : Contra a corrente

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KAROL

Chegando no inauguração a primeira coisa que fiz ao entrar foi respirar fundo umas vinte vezes.

Talvez seja exagero.

Não conseguia conter o tamanho da felicidade que me consumia. Guardei comigo esse desejo por um longo tempo e hoje se tornou realidade.

É inacreditável. Um sonho sendo realizado.

Irei cuidar de cada canto desse lugar com todo meu coração.

A Sol do oceano.

Meu SPA de beleza e estética.

Ainda parece que estou dormindo. Só que de olhos abertos. O que seria bem estranho.

Avistei Gastón sorrindo pra mim e fui em sua direção, bastante feliz em vê-lo.

Ele é uma ótima pessoa e amigo.

Graças a Deus que, apesar do que aconteceu ele não ficou mal ou se afastou.

Agora sei que devo maneira na bebida, principalmente champanhe. Muito embora eu prefira vinho.

Faz você cometer loucuras.

Me admirei outra vez ao passar enfrente a um dos vários espelhos do SPA.

Meu vestido roxo com decote entre as coxas estava perfeitamente encaixado em meu corpo. Adorei de verdade o que vi no espelho. Assim como meu cabelo de ondas bem enroladas que agora estava vermelho escuro.

Sim, estou ruiva.

Uma ruiva elegante e muito gostosa, devo confessar.

Porém sei que logo pintarei ele de novo. Vermelho significa muitas coisas, uma delas é amor. E ... No momento não tenho o meu do meu lado.

É um pouco melancólico lembrar disso.

Suspirando apaixonada cheguei onde Vietto conversava animadamente com Lupita e uma morena com cara de anjo.

Pelo jeito que se olhavam, acho que vai rolar algo a mais que só uma conversa.

— Kah! Essa é Angel, uma amiga. – Disse todo sorridente.

Amiga... Sei.

A mesma corou ao notar que a observava.

— Olá! Sou Karol Sevilla , espero que esteja gostando da festa.

— Angelica. – Disse me admirando.– Oi, sim estou gostando muito. – Respondeu me dando um beijo na bochecha sem tirar os olhos de Gaston.

Mordisquei a unha tentando não ser invasiva.

— Gas, pode vir comigo um minuto? – Perguntei entrelaçando nossos braços.

— Claro! Um momento. – Piscou para Angel que corou levemente e assentiu.

Puxei o mesmo para um canto e o encarei.

—  Você me parece bem animado. Isso é bom, ainda mais depois do que me contou...– Constatei feliz.

— Estou sim. Não se preocupe, as coisas melhoram com o tempo, cabe a nós permitimos e enfrentarmos o que tiver que ser. – Falou me olhando com admiração.

Ao menos espero que seja somente isso.

— Não entendi muito bem, mas concordo com o que diz. Devemos enfrentar de frente e não nos acovardar diante a primeira dificuldade que surgir. Se quer recomeçar e ter algo sério com aquela moça, não esconda nada. Os segredos podem destruir o que de melhor podemos ter. – Tentei aconselha-lo mesmo não sabendo muito.

— Obrigado! Você tem um ótimo jeito com as palavras. – Agradeceu me abraçando forte.

— Com licença! Também quero abraço! – Lupita disparou tirando as mãos de Gaston de mim.

Revirei os olhos.

Nem um pouco ciumenta.

— Está maravilhosa, vadia!

— Eu sei.

— O boy tá longe, mas parece que deixou o ego dentro de você, né! – Disse se referindo ao Ruggero.

Meus olhos pareciam estar fora de foco quando senti o coração saltitando no peito.

Como posso sentir sua presença se não o vejo. O convidei, mas não fiquei tão esperançosa. Além do mais, ele estava bastante ocupado tentando encontrar Giovanna e Murilo. Soube disso por dona Margareth.

Ela me prometeu que viria também. No entanto não a vi.

Fechei os olhos querendo de verdade que estivesse aqui.

Meu amor...

Onde você está?

RUGGERO

Esfregando as mãos uma na outra folheei os papéis analisando cada um atento a qualquer erro.

Os minutos se passavam como num piscar de olhos fazendo assim com que finalmente pudesse esquecer um pouco dos meus problemas e receios.

Precisava vê-la.

O ar que respiro é para ela.
Todo meu ser.

Saio do escritório indo até o estacionamento. Chegando lá peguei meu carro e sai depressa da vaga.

Precisava de um banho e trocar de roupa. Afinal tenho que ficar cheiroso e limpinho para minha garota.

Porque bonito sempre estou.

Sorrio imaginando seu sorriso ao me ver.

Puxei a gola da camisa buscando ar, o ar-condicionado parecia que estava quebrado. O calor dentro do carro parecia que ia me sufocar.

Aquela sensação de novo invadiu meu peito e fecho os olhos por dois segundos.

— Está tudo sobre controle. Tudo sobre controle.

Proferi voltando a prestar atenção no volante.

Os carros passavam apressados como se fosse uma corrida maluca.

Meu celular começou a tocar e deixei querendo chegar logo no meu apartamento.

Preciso de você, Karol... Tanto.

O barulho irritante da chamada ao som de Delicuentes- Sim, coloquei essa toque, agora quero quebrar essa droga.

Apoio o aparelho no lugar corretamente e atendo.

— O que foi? – Exclamei exasperado e com raiva.

— Sua vó... A Dona Marg. Ela... – começou cauteloso.

Um pulo saiu do meu peito.

— O que tem a minha vó? – Gritei nervoso.

Que merda aconteceu agora?

Tomara que não seja o que estou pensando.

— Ela sumiu! – Disse eufórico. – Alguém a levou, senhor! 

Bjsss de luz 💫

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