Eu digo pen, e vocês dizem último:
Penúltimo!RUGGERO
Já me encontrava no quarto branco e fosco do hospital central de Cancún. Depois de duas cirurgias e outros cuidados.
Minha vó veio me ver e foi embora pra casa buscar algumas roupas pra mim. Karol ficou comigo, perguntando a cada minuto se precisava de algo.
Eu apenas a olhava e agradecia por ela estar bem, por estar aqui. Por segurar minha mão.
Estava prestes a desabar.
As palavras de Murilo serpenteavam em minha mente.
Era doloroso.
Só bastava fechar os olhos e as lembranças amargas, para as palavras ecoar na minha cabeça enfaixada e dolorida.
Como pude admirar um monstro?
Que me odiava por simplemente existir.Existir...
Se soubessem o tanto que tentei não existir e incomodar.
As lágrimas rolaram, Karol me olhou preocupada.
KAROL
Minutos antes...
— Encontraram ele. – Sussurrei para Lupita ao telefone e desliguei.
Esfrego meus olhos tentando tirar a maquiagem borrada. Chorei tanto que meus olhos ardiam.
Ah, meu Deus do céu.
Muito obrigada por trazê-lo de volta.
Meu Ruggero estava vivo. Vivo. Mas não sei nada sobre seu estado ou que pode ter acontecido com ele.
Ele estava na ITU, seu estado deveria ser grave. Porque ninguém vinha dizer o que aconteceu.
Os médicos entraram as pressas.
Um deles passou por nós e o parei , desesperada perguntei por notícias de Ruggero.— Ele está muito fraco e debilitado fisicamente. Os machucados estão inflamados por falta de cuidados e o grande corte na cabeça indica que perfurou o crânio, mas por sorte ou milagre não chegou ao cérebro e nem nada. O paciente precisa de cuidados e uma cirurgia. Um dos joelhos está muito machucado e lesionado pode causar a perda dos movimentos da perna esquerda que é a do joelho machucado. Seu corpo está muito desidratado, e a inflamação na garganta é um pouco preocupante, mas ele consegue falar. Vou dar o meu melhor para que se recupere e fique bem. E quanto a sua identidade não será revelada, sou amigo do doutor Leon, foi um pedido dele. Com licença, não podemos perder mais tempo.
Disse tudo e saiu.
Chorei, caindo sentada na cadeira.
O que fizeram com você, meu amor?
Dona Margareth me abraçou, também chorando.
— Vamos ter fé, ele ficará bem. – Gaston disse, afagando meu ombro.
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Minutos depois...
Depois que já estávamos no quarto.
Respirei profundamente, tentando passar forças pra Rugge que começou a desabafar comigo, inesperadamente.
— Sabe... Eu sempre fui uma pessoa um pouco difícil de lidar e conviver com outras... Apesar ter alguns amigos... Eu... – Respirou um pouco rouco. – ... estava sempre disposto a ajudar no que fosse preciso... E fazia sem esperar nada em troca... Gostava de ser útil e fazer o que podia para quem quer que fosse. Mas às vezes tinham aqueles que achavam que eu era obrigado e tinha porquê tinha que fazer tal coisa... Sem exitar ou discutir... Eu não deveria dizer nada, mas claro que dizia. E sofria as consequências por dar a minha opinião ou descordar... Sabe como isso me fazia sentir?
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Meu Delírio {É Você²}
RomansaÉ irresistível negar o que arde dentro de nós. Após terem vivido momentos de maneira intensa e deslumbrante Ruggero e Karol seguiram seus próprios caminhos de lados opostos. Mas o desejo e fascínio por mais que doa, também salva o coração de ser est...