IV - Pensamentos violentos

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(Capítulo não revisado. Meta de comentários: 150.)

Após tantos treinamentos, palavras sendo instaladas dentro de minha mente para que eu jamais esquecesse o porquê de ainda estar vivo, eu considero esses anos como um prelúdio para o que estaria me esperando. Cai mais em devaneios sobre esse momento do que posso me lembrar, supondo como seria acabar com a vida de Bucky Barnes, como ele lutaria contra mim, como suas mãos tentariam quebrar meu pescoço, mas nada me preparou para esse beijo.

Não beijei muitas pessoas em minha vida para conseguir comparar o que é esse beijo, exceto que a raiva que se instala dentro de mim queima como fogo dentro de meu peito. A vontade de esfaquear Bucky Barnes se revela mais presente e sufocante do que eu esperava e é quase impossível conter esse desejo. Quero enfiar a lâmina em seu peito e girar dentro de seu coração enquanto observo a vida oscilar dentro da imensidão de seus olhos azuis. Assumo que essa raiva, esse desejo por sua morte, devesse desaparecer ao beijá-lo, mas me pego pensando em prosseguir, não só com esses instintos de violência. Isso me assusta. O fato de existir outra coisa dentro de mim além da violência e raiva.

Apesar de toda a vontade de querer matá-lo, tudo que faço é ceder ao seu toque.

Me desfaço nesse sofá, tentando respirar contra os lábios de Barnes.. Eu quero odiá-lo por isso, por me fazer beijá-lo como se o desejasse tanto quanto ele está me desejando agora. Enterro meus dedos em seu cabelo, o aproximando tanto quanto posso, beijando a sua boca com tanto desespero que parece que minha vida está dependendo disso. As mãos dele agarram minhas coxas e a facilidade que ele tem para me puxar para seu colo é o suficiente para retirar o restante de meu fôlego.

Bucky tem gosto de vodka barata e menta, uma combinação imprevisível, porém... Saborosa. A palavra se perde dentro de mim, buscando um significado para explicar sua origem, de onde ela veio, porque está ali. A boca de Barnes está ali, pressionada contra a minha, os dentes encontrando meu lábio inferior antes de morder.. O som que escapa de mim é sujo, quero fechar os olhos de vergonha quando gemo.

Agarro os ombros dele com força, segurando minha sanidade entre os dedos para que não acabe enlouquecendo antes que essa missão termine. Sinto, no entanto, que já estou enlouquecendo, beirando a um nível de insanidade que a HYDRA jamais conseguiu me fazer sentir. Tantos anos pensando que a HYDRA me destruiria, me deixaria louco, mas o que realmente está me fazendo enlouquecer é o fato de estar beijando Bucky Barnes.

O maldito Soldado Invernal.

Os dedos de Barnes envolvem meu pescoço, engasgo com o movimento e tento me afastar, pensando que serei estrangulado, porém Barnes me agarra e puxa para perto. Ele não permite que eu vá muito longe, desesperado por cada centímetro que consegue alcançar de meu corpo. Ele está em toda a parte, com sua pele quente e lábios macios. Sinto que estou na beira de um precipício e vou me jogar a qualquer momento, em direção a loucura.

Barnes afrouxa o aperto em meu pescoço e se afasta, encostando a testa na minha. Inconscientemente, com os olhos fechados e ofegante, eu tento me aproximar, alcançar seus lábios.

– Desesperado por isso, Charles? – ele sussurra e quase consigo sentir o sorriso perigoso em seus lábios.

Quero dizer a ele para não se sentir tão confiante, que isso não passa de uma encenação, que eu jamais beijaria ele se tivesse outra escolha. Não posso dizer nada, no entanto. Há tantas palavras em minha mente, tanto a dizer, mas o que eu faço é acenar com a cabeça, respirando com dificuldade.

– Você quer isso? – Bucky pergunta, abaixando a cabeça para encontrar meu pescoço. Tento respirar fundo, mas acabo engasgando quando sinto os lábios dele beijar meu pescoço. – Fale comigo, Charles.

A missão da minha vida - Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora