-Merda, será que ninguém escutou o que eu falei.- Praguejei batendo à porta do escritório.
-Quero que ligue pra todos os patrocinadores, e refaça o relatório, não vou tirar férias e nem dar férias ao setor de contabilidade enquanto essa merda não tiver sido resolvida.- Falei já irritado com a minha secretária, sabia que ela não tinha culpa, mas sinceramente, não estava ligando pra nada no momento a não ser com esse erro absurdo que cometeram. Não pago ninguém pra ser incompetente.
-Tudo bem senhor.- Ouvi ela dizer com a voz tremula.
Não era conhecido pelo meu gênio implacável por nada, apesar de justo, odiava erro besta, e pior ainda, odiava perder. Nem que eu precisasse ficar mais tempo na cidade e me atrasasse pro voo de férias da família. Eu freto um jatinho. Eu vou de carro. Não vou. Tenho varias opções, mas com certeza resolvo esse problema dos patrocinadores.
Fiquei até tarde na empresa, fui para casa já era de madrugada. Não consegui aproveitar minha noite com nenhuma mulher, e não seria nada mal uma pra tirar meu estresse. - Pensei me jogando na cama depois de uma banho gelado.- No outro dia ainda teria algumas coisas pendentes pra resolver antes de pegar estrada para minha cidade natal e de lá pegar o voo pro litoral.
Cheguei na empresa cedo, pedi a minha secretaria que levasse meu café ao escritório e já comecei a resolver os problemas comuns, pra poder me ausentar por uns dias, e logo depois iria checar os relatórios da contabilidade.
Já tinha ido quase o dia todo, e eu ainda estava na metade do caminho pra minha cidade natal, sabia que provavelmente não daria tempo de pegar o voo com o restante da família, mas chegando lá eu fretaria um jatinho e estaria no litoral amanhã à tarde. Estava distraído esperando o bombeiro terminar de abastecer quando recebi uma ligação da minha mãe.
-Alô dona Sônia.
-Meu filho, que bom que você atendeu, já está a caminho?- Falou com a voz esperançosa.
-Sim mãe, metade do caminho, por que?
-Clara perdeu o ônibus pra vim pra cidade, porque não terminou as provas a tempo, e lá está chovendo muito, ela acha que não vai conseguir vir pra cidade porque não está saindo ônibus para cá, você pode buscá-la no campus? Não deve estar muito longe. - Disse com a voz aflita pelo que eu percebi.
-Tudo bem mãe, ainda não cheguei lá, me manda o número novo dela que quando eu estiver perto mando uma mensagem pra vê onde a pego.- Falei com segurança tentando fazer com que ela ficasse calma.
-Ok meu filho, vou enviar. Beijo, tome cuidado na estrada.
Terminei de pagar ao bombeiro, comprei umas coisas na lojinha do posto e segui estrada. Depois de algum tempo recebi uma mensagem da minha mãe com o endereço e número de Clara, logo salvei nos contatos.
Fazia uns anos que não via Clara, não lembro da última vez, um pouco antes dela ir pra pra faculdade ou foi perto do seu aniversário de 15 anos, eu acho, uma pirralha ainda, de aparelho, cheia de espinhas, e com o cabelo cor de mel enorme, gostava de pirraçar ela, parecia que nunca crescia. Acho que nessa época eu ainda namorava Suzana, até eu perceber que só queria foder sem compromisso. Agora a gente só saía de vez em quando, não vou fingir que não reparo que ela queria que fosse como antigamente, mas eu era um moleque, não sábia o que era bom, e agora ela sabe que é isso ou nada, continua vindo pra mim porque quer. Meu celular começou a tocar me assustando, vi no visor o nome do meu melhor amigo.
-Fala aí Lucas.
-Cara, não acredito que você não vai com a gente, sua mãe ficou chateada contigo, mas seu pai apaziguou quando explicou o que houve na empresa. Não acredito que me largou nessa boca de sinuca, agora eles querem saber tudo o que estou fazendo da vida, você e Clara vão me pagar.- Falou grunhido.
-Ó cara, não fica assim não, - Dei risada do paspalho.- Já já eles vão enfartar, saber que você virou um boêmio depois que saiu de lá da empresa.
-Cala boca, espero que quando você chegar eles te encurralem também.- Disse fingindo irritação e dando risada logo depois.
-Quando quiser voltar pra lá, sabe que seu lugar sempre vai estar disponível.- Falei sério, depois de rir com ele.
-Eu sei, eu sei. - Falou desconversando.- Vê se vem tranquilo, não inventa de querer pilotar o avião, trás minha irmãzinha inteira ou eu te esfolo vivo.
-Tá bom cara, estou quase chegando lá, bom voo pra vocês.
- Tudo bem. Toma cuidado na estrada, Clara disse que ta chovendo muito por lá.
- Ok.
Assim que desliguei, começou a chover horrores, esperava que conseguíssemos pegar o voo quando chegasse em casa, estava quase chegando na cidade que Clara estava.
Assim que cheguei fui pro endereço indicado na mensagem da minha mãe. Quando parei na porta liguei para Clara vim pro carro.
- Alô. - Disse a voz melodiosa do outro lado da linha.
- Clara? É o Thomas.
- Á. Oi Thomas. Já chegou?
-Sim, estou aqui na frente, quer ajuda com a bagagem?
-Não, já estou descendo em um minuto.
-Tudo bem.- Falei desligando.
Menos de um minuto avistei-a descendo a escadaria, e em nada lembrava a garotinha de aparelho com espinhas, de anos atrás, que Deus me ajudasse, porque aquela beldade gostosa ia ficar horas do meu lado e era irmã do meu melhor amigo, praticamente da família.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nos braços do ceo piloto
RomanceDesde que se vê como gente Clara sempre conheceu Thomas, seu modelo de namorado e homem perfeito, mas o que ela não podia negar era o terrível hábito de arrogância dele e suas constantes pirraças para com ela. Suas famílias eram amigas, e ele sempre...