A sala era toda branca com estofado do chão ao teto, com apenas a porta de aço como escapatória do lugar, isso além de quatro câmeras instaladas no teto. Ao ouvir a voz de Joker fez Harley se arrepiar por completo e definitivamente não foi de um jeito bom, junto dela, um guarda entrou apenas para colocar uma cadeira para a doutora e saiu em seguida fechando a porta.
A doutora se senta e suspira antes de abrir o caderninho para fazer suas anotações como era de costume.
—Bom, Joker —disse com um tom de desgosto na voz —o que aprontou desta vez?
—Me diga você, puddin, o que têm feito depois do nosso término? —sorriu de orelha a orelha enquanto a encarava —não esperava te encontrar já no Arkham pra me ajudar a sair —solta uma risada frenética.
—Não me chame de puddin, eu sou Harleen Quinzel. E não estou aqui para te soltar ou para te ajudar, meu sonho é que você apodreça nessa sala medíocre completamente sozinho e que eu também me livrasse dessas sessões horríveis —desabafou nervosa.
—Calma, calma! —levantou as mãos em rendição — O que aconteceu com esse coraçãozinho amargurado? É a falta das noites no tapete de urso com um suco de uva?
—Se fode, seu canalha! —disse ainda mais nervosa, quase gritando — agora responde a maldita pergunta: o que caralhos você fez dessa vez?
—Essa sim se parece com a minha Harley! —falou animado se levantando —eu só explodi um hospital, nada demais… —disse calmo.
—Primeiro: não sou sua. Segundo: já disse pra me chamar de Harleen, se possível de Doutora Harleen. Terceiro: por que fez isso?
—Estava entediado...Gotham estava muito calma, precisava de um pouco de caos, todos precisam de um pouco de caos na vida —diz simplista.
—Me diz que era um hospital abandonado...—fechou os olhos, estava quase perdendo o controle.
—Não era —deixou outra gargalhada escapar —desculpa, me lembrei do desespero de todo mundo tentando sair quando me viram com o controle do lado de fora —explicou entre risadas.
—Você me enoja —o olha com desprezo se levantando.
—Você me amava, lembra? Não me trate assim agora, vadia! —disse nervoso desferindo um tapa em seu rosto.
Harleen olhava para o chão branco da sala com a mão no local onde recebeu o tapa enquanto o palhaço ria sozinho depois do que fizera. Tudo voltava em sua mente, cada vez que ele a batia, que a humilhava e destratava, às vezes em que a torturou por puro tédio. Não era justo ela tratar dele, era castigo demais, uma prisão seria melhor do que isso.
—GUARDAS! —gritou, e quando a porta se abriu, juntou toda a sua força e deu um soco no rosto de Joker, que por mais impressionado que havia ficado com a reação da loira, não conseguia controlar o riso diante da dor — reze para Bruce Wayne mudar sua psiquiatra, porque se eu voltar aqui, você sairá...mas em um caixão. —finalizou deixando o local e indo rapidamente em direção ao banheiro.
Ao entrar no grande banheiro do sanatório, Harleen se escorou na parede ao lado da pia e deixou as lágrimas saírem, aquilo tinha sido demais para ela, ainda mais depois de finalmente ter se libertado dele. Ter todas aquelas lembranças de volta em sua mente e ainda ter que ir vê-lo quase todos os dias, aturando suas piadas sem graça, suas provocações nojentas e sua falta de controle era uma tortura pior do que ela achava que teria no inferno. Agarrou seus joelhos os puxando para perto do peito e fez algo que não fazia nem no orfanato religioso onde cresceu: ela começou a rezar. Rezar para a sua cabeça parar de lembrá-la de tudo aquilo, rezar para que Bruce a tirasse dessa situação, rezar para nunca mais precisar entrar naquela sala porque sabia que sua ameaça não era da boca para fora.
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The Brain! Harlivy
FanficPamela Isley trabalhava como uma máquina, toda a sua inteligência, dedicação e postura impunha medo e respeito em quem a via. Harleen Quinzel odiava trabalhar, mas era a melhor em tudo que fazia. Sua maluquice, energia e espontaneidade trazia a fel...