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O dia havia sido cansativo.

Assim que Dayane chegou no seu apartamento, fez o favor para si mesma de se jogar no sofá. Suas pernas estavam em um estado caótico - dor e cansaço. Nunca havia passado tanto tempo trabalhando, com uma pausa de apenas uma hora para almoçar.

Puxou o celular do bolso do jaleco que usava - já que não fez questão de se arrumar para voltar ao lar - e verificou as horas; 21:42. Viu algumas mensagens de amigas e a principal, Miguel. Nove mensagens de Miguel estampada na sua tela de bloqueio. Revirou os olhos e bloqueou o celular antes que a ânsia tomasse conta de si, de tão superficiais que são as mensagens.

Depois de alguns longos minutos deitada, Dayane foi até o primeiro quarto do corredor. Andando em passos lentos e cautelosos, abriu a porta, e avistou a melhor coisa que já fez na vida: Sofia dormia tranquilamente. Seu peito subia e descia num compasso confortável e controlado. Ela se aproximou, sentou ao lado da menina e fez um carinho lento no seu cabelo. Deu um beijo casto e cheio de saudade na bochecha da mesma. Ele mexeu um pouco e despertou lentamente. Dayane admirou aqueles belos olhos castanhos, cor de mel.

- Mamãe? - Falou numa voz rouca. Dayane abriu um largo sorriso.

Oi, meu amor. - Falou baixinho, acariciando mais o cabelo de Sofía. - Eu tava morrendo de saudades.

- Eu não consegui ficar acordada te esperando, mamãe. Eu tentei. Juro. Desculpa.

Não se preocupe. A mamãe que chegou um pouco mais tarde hoje.
- Posso ficar acordada com você?

- Nada disso. Já está muito tarde. Eu vou tomar um banho e dormir logo. - A menina assentiu lentamente. Dayane sorriu, depositando mais um beijo na bochecha da filha. Sofia bocejou, fechando os olhos de tamanho sono que sentia. Boa noite, mí amoré. Eu te amo.

- Também... te amo. - Falou lentamente, fechando os olhos completamente e voltando a dormir.

Dayane se levantou devagar e foi em passos lentos até a sala. Encontrou ana sentada no sofá, sustentava sua bolsa no antebraço.

- Olá, dona Dayane. Boa noite.

Ela se levantou, encarando sua patroa.

- Boa noite, Ana. Mil perdões por ter te deixado até tarde. Não posso prometer que será a última vez, mas tentarei avisar na próxima.

- Não se preocupe, senhora. Amo aquela menina como se fosse minha filha.

Dayane sorriu da forma como ela falou. Ana era babá de Sofía há uns oito meses. E pegou um carinho enorme pela menina - e deixando bem claro, quem não pegaria? Dayane se gaba por ter uma filha tão carismática com todos. É, realmente, ela a criou muito bem.

O celular de Ana, notificou algo e ela olhou rapidamente.

Meu táxi chegou, senhora.

-Certo. - Dayane abriu sua bolsa e retirou três notas de cem euros. Estendeu para Ana que a olhou sem entender. - É pela minha demora de hoje. Você trabalhou bem mais do que seu horário normalmente.

- Senhora, não precisa. Eu não quero mais dinheiro do que o ótimo salário.

Após uma pequena briguinha entre pegar ou não pegar, Ana acabou ficando com o dinheiro após Dayane ameaçar a demitir. A mesma disse que ela poderia tirar o dia de amanhã de folga. Pediu para que tirasse o dia para ela. Ana óbvio, não recusou.

Após se ver sozinha em um apartamento enorme, Dayane decidiu não perder tempo. Tomou um banho rápido, numa água extremamente fria para acender seus neurônios. Após o banho, sua barriga estava implorando por comida; foi na cozinha, e agradeceu mentalmente a Ana por deixar um pedaço da torta de frango para ela. Sofía com certeza, iria comer tudo.

Da vida até a morte || DaylineOnde histórias criam vida. Descubra agora