EXTRA

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Vem, mãe. Sofía segurou na mão de Dayane, - a puxando para o jardim da casa de Miguel. - Vem logo.

Dayane estava sentindo algumas dores no pescoço - resultado de ter dormido de mal jeito numa poltrona do hospital, mas resolveu ir ao chá de revelação do bebê que a mulher de Miguel estava esperando. A decoração estava impecável, eles não seguiram o típico azul e rosa, e sim o colorido, tudo estava muito alegre, a cara de Miguel.

– Ei, day. — Miguel se aproximou de Dayane, já que teve que pedir para Sofía ir buscá-la para a festa. - Tudo bem?

- Tá tudo ótimo, Miguel. - Dayane sorriu. Independente do seu cansaço, Miguel  e nem ninguém ali, tinham nada haver com isso. - A festa está linda. A decoração foi minimamente pensada, não foi?

Miguel sorriu, passando a mão pela barba - Confesso que deixei tudo nas mãos da Júlia, ela estava muito irritada e apreensiva por causa da gravidez, e parecia só se aliviar quando falávamos da "decoração do chá de bebê", então, fiz esse pequeno favor a ela.

- Gravidez e seus hormônios, não é? - Miguel  sorriu, balançando a cabeça positivamente.

- Qual sua aposta, day? Menina ou menino?

- Eu acho que é outro menina. Vamos fazer a duplinha.

- Eu e a Júlia achamos que é uma menina. Ela tá sentindo dentro dela, e se ela é mãe, e tá se sentindo isso, quem sou eu pra contrariar?

- Vocês... - Dayane fez menção de falar algo, mas foi interrompida ao ver Sofia se aproximando com o irmão. Gael estava soado de tanto correr com as outras crianças, seu rosto estava vermelho, e ele chorava um monte.

- O que foi que aconteceu, meu amor? - Dayane se apressou em perguntar, enquanto pegava Gael nos braços.

- Ele caiu do chão, mamãe. - Dayane notou, então, que o menino estava com o joelho e o braço direito um pouco arranhados, não tinha quase nada de sangue, mas como todo Mello gosta de drama... .- Eu tentei dizer a ele que ia passar, assoprei no lugar, mas não adiantou.

- Vou pedir pra trazerem uma água pra ele, e uma pomada pra passar ai. - miguel disse, se retirando logo em seguida.

- Vai ficar tudo bem, Ga. Vai passar. - Sofia passou a mão lentamente por cima dos arranhões. Day sorriu ao ver o quanto eles cuidavam um do outro. Como da outra vez em que Sofía tinha tirado uma nota baixa em uma atividade de matemática, Gael não sabia o que estava acontecendo, mas ao perceber o quanto ela estava triste, ficou ao lado dela o tempo todo.

Dez minutos depois, Gael já estava brincando de novo com as outras crianças, e vai cair de novo, se levantar de novo, mas vai continuar brincando, e feliz.

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Dayane chegou em casa fodidamente cansada. Todo seu corpo doía. A sensação era que alguém tinha passado com um caminhão por cima do seu corpo. Seus olhos lutavam pra ficar acordados, sua mente pedia por descanso e ela já ia cessar isso.

Ao abrir a porta do apartamento, Dayane olhou para o visor do celular, já eram 7 horas da manhã, hoje era domingo. Sofía estava com o pai desde sexta, desde o chá de bebê – que á propósito, é uma menina. A animação deles foi contagiante - Gael já deveria estar bagunçando na casa da "vovó Néia", como Sofía mesmo a chama, e ela está ensinando Gael a chamá-la assim.

Ela sentia falta das crianças correndo pelo apartamento, sentia falta da bagunça, e incrivelmente, sentia falta de, às vezes, ter que gritar com eles, porém naquele momento, Dayane agradeceu por estar sozinha. Ela sabe que os filhos estão em boas mãos, então, sem preocupações. Ela precisava do silêncio.

Da vida até a morte || DaylineOnde histórias criam vida. Descubra agora