Mente Criminosa

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Índia.

Virei pro lado sentindo um braço em cima de mim, coisa que é muito estranha já que eu só vi o Leandro ontem de manhã

Abri os olhos na maior preguiça e demorei pra raciocinar quem realmente tava ali

Como que eu vim parar aqui? Deus?

Duas opções, faço um escândalo e o morro todo vai saber ou eu levanto na paz de Deus e sumo

Tirei o braço do Vilão de cima de mim e levantei agradecendo a Deus por tar com a mesma roupa de ontem

Vilão tava na mesma mais sem a camisa e mesmo não querendo eu tive que admirar aquilo.

Olhei pra ele observando cada detalhe e algumas tatuagens que tinham por ali.

Ele diferente do Leandro não tem tantos desenhos, apenas alguns com significados grandes pra ele.

Rosa nas costas, Vidigal no abdômen, um relógio com leão que marca às 4 horas da invasão da morte do pai dele e a nossa frase em um dos braço, a grande cruz e um palhaço no outro braço e mais alguns desenhos pequenos que ele deve ter feito durante esses anos.

Desviei o olhar e saí do quarto descendo as escadas, engraçado como essa casa continua do mesmo jeito

Exatos 7 anos que eu não entro aqui

Quando a gente ainda tava juntos a gente subiu o morro inteirinho e tinha uma casa bem grande no meio de uma rua sem saída

A gente literalmente invadiu a casa e a sorte é que não morava ninguém

Eu meio que me apaixonei na casa, e quando o Vilão começou a subir de cargo na boca ele comprou

Sim, nunca foi fácil pra nenhum de nós essa vida de crime, não é porque ele era filho do dono e eu era namorada dele que ia ser de mão beijada

A gente começou sendo aviãozinho, entregava uma droga na esquina, avisava quando vinha polícia, depois foi pra vapor, tinha mais comando, mandava em uns e obedecia outros e hoje é o que é

Aprender a contar droga, cobrar, atirar, ameaçar e o pior que no tempo era matar

Foi foda, pai dele não dava moleza pra caralho nenhum e deve ser por isso que era um baita de um bandido de respeito, Brasil inteiro tava ligado em quem era esse homem.

Deu a arma na minha mão e só falou pra apontar na testa do cara e atirar

Ordens do padrinho a lei é obedecer

Saí da casa e como a rua é absolutamente vazia foi tranquilo

Peguei a chave do carro pouco me fudendo pro Vilão que vai ter que descer a pé, não mandei me trazer pra cá.

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Deitei no sofá e coloquei minha cabeça no colo da tia que tava sentada enquanto prestava atenção no programa

Rosa: Kaique e Arthur tavam aí atrás do Diogo e perguntaram de você

Índia: cansam de mim nunca.

Rosa: e você tava aonde? sumiu junto com o doido, que que aconteceu em?

Fez desenhos imaginários no meu cabelo 

Índia: ué aconteceu nada.

A porta se abriu e apareceu o outro todo molhado do suor com a camisa em cima da cabeça

Vilão: minha vontade de te matar ta voltando

Rosa: para de brincar com essas coisa menino.

Ele olhou pra minha cara e apontou o dedo na minha cara

Foquei na Fátima Bernardes falando com uns velhos

Até o Vilão começar a gritar pra alguém levar uma toalha e uma bermuda pra ele

Rosa: vou descascar a batata, leva as coisa pra ele

Índia: ou tia

Murmurei reclamando e subi as escadas indo pro quarto antigo do Diogo

Desci as escadas e bati na porta do banheiro xingando ele.

Voltei pra sala e não demorou muito pra ele aparecer se jogando no meu lado

**Plantão da Globo**

- durante essa madrugada os drones da bope rodearam diversas das favelas do Rio de Janeiro, entre elas o Vidigal, que foi flagrado os traficantes descarregando caminhões com diversas caixas, na gravação é visto, Vilão, chefe de uma das maiores facções do Brasil, saindo de dentro do container com uma arma, o que levou a polícia a ter certeza que a carga era de armamento

**Plantão Globo**

Passou o vídeo da gente descarregando durante a madrugada

Vilão: pra que isso?

Índia: eita chefe de uma das maiores facções do Brasil.

Falei rindo e ele jogou a almofada em mim

Vilão: tua sorte que eu coloquei capuz na tua cabeça

Índia: orgulho pro meu papai pensar que eu não faço mais esse tipo de coisa.

Ele riu e eu neguei com a cabeça

Vai brincando boba.

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