Eu Disse Não - Wayhaught

A garota solitária

2 meses depois...

Nicole Haught

Pelo menos uma vez na vida, você vai se apaixonar por uma pessoa quebrada, isso acontece com todo mundo. As chances estão contra nós de que alguém ou alguma coisa tenha chegado lá primeiro e destruído o afeto de alguém e deixado cicatrizes em seu coração e alma. E a pessoa que você ama será hesitante, nervosa, com medo de se ferir novamente, mas isso não significa que eles merecem menos amor só porque têm medo. São essas pessoas que precisam de mais atenção, que precisam de alguém que mostre a elas que ainda vale a pena amar, que nem tudo está perdido e que ainda há esperanças de serem felizes.

O sinal tocou anunciando o fim das aulas, olhei o meu relógio em meu pulso que marcava 17h. Era uma tarde chuvosa.

Caminhei pelos corredores da escola apressadamente, o fim das aulas era sempre uma agitação. Segui, indo diretamente para o estacionamento. Eu segurava o guarda chuva com força, por causa do vento forte. Fechei meus olhos assim que ouvi um estrondo, eu odiava trovões.

Mais a frente, avistei uma jovem conhecida com o mesmo problema que eu com o seu guarda chuva. Ela andava encolhida, sempre amedrontada com as pessoas a sua volta.

Me pergunto, o que aconteceu para ela ficar assim?

Um dos alunos passou buzinando, e ela deu um salto deixando escapar um pequeno grito. Alguns livros que estavam em suas mãos, acabaram caindo no chão, os molhando. Seu guarda chuva estragou por conta do vento. Vi que ela ficou irritada por causa disso e soltou um pequeno grunhido entre os dentes, jogando o guarda chuva agora estragado, dentro de uma lixeira próxima.

Eu me aproximei rapidamente, para ajudá-la. Um outro aluno, vinha correndo em sua direção, ela o olhou e tropeçou para trás, nos próprios pés, se eu não tivesse chegado a tempo e a segurado, ela teria caído no chão, molhado mais ainda a sua roupa, até mesmo se machucado.

-Opa, foi quase. -Assim que ela se virou, se encolheu. A morena tremia mais que tudo por conta do frio. Pelo menos eu achava que era esse o motivo. A ajudei a se posicionar e coloquei o meu guarda chuva em cima dela, cobrindo-nos da chuva.

-O...obrigada, teria sido uma queda feia. - Ela não esboçou nenhum sorriso, eu sentia que ela não estava muito confortável com a minha presença ali.

-Sim, teria. - Sorri tímida, e ela abaixou o olhar. - Eu sou Nicole, Nicole Haught. - Estendi minha mão para cumprimentá-la. Ela levou o olhar até ela e hesitou, mas mesmo assim segurou a minha mão.

-Waverly Earp. -Disse em um tom mais baixo e se não estivéssemos tão perto, eu não teria escutado.

Ela levantou o olhar e quando olhei em seus olhos, vi os olhos mais verdes claros e lindos que já tinha avistado na vida, mas estavam com a aparência triste, havia olheiras em volta deles. Seu rosto estava pálido, mas isso não atrapalhou em nada a sua beleza.

Eu já tinha visto a Waverly por aí, pelos corredores, mas nunca tinha falado com ela. Ela é uma garota misteriosa que vive sozinha, isolada e passa a maioria do seu tempo vago na biblioteca.

Fomos interrompidas por um forte estrondo que me fez encolher novamente. Waverly também se assustou, mas me encarou curiosa. Nem percebi que eu ainda estava segurando sua mão, por tempo demais.

-Desculpa! - Dei um sorriso envergonhado. Olhei para os meus pés e os seus livros ainda estavam lá. Me agachei para ajudá-la, ainda com o meu guarda chuva em mãos e ela também se agachou.

- Obrigada, Nicole. Eu acho que estou te devendo uma, por ter me ajudado. -Disse assim que nos levantamos. Ela sorriu timidamente sem mostrar os dentes.

-Tudo bem, que tal me pagar com uma xícara de café? Hoje a noite, o que acha? - Eu sei, fui um pouco ousada. Waverly por um instante congelou. -Waverly? - Tive que chamá-la novamente.

-De... desculpa Nicole, hoje não vai dá, eu tenho que ir para casa. - Ela abaixou o olhar para os próprios pés, parecia nervosa.

-Tudo bem, deixa para a próxima então. - ela levantou o rosto - E é sério! - Pisquei para ela, e ela deu um leve sorriso sem mostrar os dentes, totalmente acanhada. Ouvi uma buzina e Waverly levantou o olhar em direção ao carro. Uma mulher mais velha sorriu para ela e ela acenou.

-Eu tenho que ir agora, obrigada mais uma vez. - Assenti.

-Se cuida, Waverly. - Ela não olhou para trás, ela não disse nada, apenas seguiu para o carro.

Eu não sei se a fic está boa, mas eu espero que vocês estejam gostando.

Obrigada por lerem!

😉