6 - Monsieur Gasly

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Enquanto arrumava a mala outra vez, Amelie pensou sobre como o tempo estava voando

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Enquanto arrumava a mala outra vez, Amelie pensou sobre como o tempo estava voando.

Quase um mês percorrendo pelos cantos do mundo, mal tinha voltado para Mônaco e já teria outra viagem em três dias. Dadas as circunstâncias ela poderia dizer não aguentar mais a rotina corrida, mas na verdade sentia que jamais se cansaria daquilo. Jamais cansaria do seu trabalho, de passar horas andando pelas pistas do padoque, de escrever os vários textos acompanhados de um bom café e de colecionar memórias — em vários países diferentes e lugares que nunca tinha conhecido.

Depois da Austrália, embarcou para a Ásia — visitou Bahrein, China e Azerbaijão. Em seguida foi para o GP de Barcelona. Entre cada corrida do calendário havia mais ou menos uma semana de intervalo, então como não era viável voltar para casa e depois viajar de novo num curto espaço de tempo enquanto as disputas seguintes seriam em lugares próximos,  Amelie e os amigos aproveitavam os momentos de folga para passear nas cidades de onde estavam. 

Nos primeiros dias ela preferiu ficar no hotel se mantendo ocupada com os textos de suas matérias enquanto Camille e Lorenzo saíam para passear — até ser vencida pelo cansaço dos dois querendo companhia e ir junto. Amie ficou grata pela insistência dos amigos pois havia amado circular pelas ruas, saborear a culinária e aprender novas culturas. Mandou quase um álbum de fotos inteiro para os pais, montada num camelo, passeando de barco no mar mediterrâneo, andando pelos grandes centros na China e visitado lugares como o mágico Camp Nou — o salário generoso estava lhe proporcionando maravilhas. Comprara uma camisa do Barcelona para o irmão, além de provar "Muhammar" e "Won Ton" — um arroz com tâmaras maravilhoso no Bahrein e massas em forma de pequenas trouxinhas recheadas com camarão em Xangai. Tinha certeza que até o meio do ano precisaria entrar numa rotina assídua de exercícios, afinal estava certa que estaria acima do peso pelo tanto que se deliciava com os vários pratos de onde passava.

A próxima viagem era para o Canadá. Amelie conheceria o circuito Gilles Villeneuve, em Montreal. O favorito a vencer a corrida nas terras de Céline Dion era Lewis Hamilton — mais uma vez. Amie acreditava com sinceridade que o sétimo campeonato mundial tinha grandes chances de vir, Hamilton havia vencido quatro das cinco corridas anteriores.  A disputa pelo topo estava sempre entre ele, o companheiro de equipe Valtteri Bottas e Max Verstappen, mas o inglês estava imbatível.

A data do grande prêmio de Mônaco havia sido mudada do calendário, seria segunda corrida após a pausa que era dada no meio do ano. Então depois do Canadá embarcariam de novo numa rotina de viagens sequenciadas pela Europa até a pausa de verão, na qual finalmente poderia aproveitar um gostinho de férias em meio à todas as vivencias novas que estava tendo. E que vivências.

Amelie trouxera um novo amigo na bagagem do último Grande Prêmio. Francês, simpático e gentil — Pierre Gasly.

Numa das noites em que saíram para jantar em Baku, Cami e Lorenzo queriam apresentá-la à um dos lugares que gostavam na cidade, um restaurante maravilhoso, porém tão concorrido que a falta de uma reserva quase os impossibilitou de conseguir alguma mesa — se não fosse Pierre. O piloto estava no mesmo lugar acompanhado apenas de Pyry — seu preparador físico — e do parceiro de equipe Danil Kvyat. Amelie tomou um susto quando ouviu o francês chamar o nome de Lorenzo e viu os dois começarem a conversar como amigos de longa data. Passou um minuto se perguntando onde tinha se perdido para não saber daquela novidade, mas lembrou que chegara há pouco tempo — e que provavelmente haviam muitas coisas que ainda não eram do seu conhecimento.

Dandelions  |  Daniel RicciardoOnde histórias criam vida. Descubra agora