8 - Like Dreamers Do

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A noite caíra em Mônaco, iluminada e refrescante com os ventos advindos do oceano ao redor do principado

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A noite caíra em Mônaco, iluminada e refrescante com os ventos advindos do oceano ao redor do principado. Com as malas prontas, Amelie finalmente tivera um tempo para relaxar no sofá da sala.

Havia passado o dia deixando o apartamento organizado para quando voltasse. As pernas estavam cansadas e sua barriga roncava pela falta de pausa para comer, então usou o celular para pedir uma pizza e depois seguiu o caminho do banho. Trajada em seu pijama de flanela estampado com pequenos girassóis, esperou pela entrega enquanto saboreava um dos vinhos da pequena adega que tinha. Nem se deu o trabalho de pegar pratos e talheres quando a refeição chegou, abriu a caixa ao seu lado no sofá e foi pegando os pedaços com a mão, se deliciando com a massa cheia de queijo enquanto Air Supply soava no seu toca-discos.

Amelie colecionava os discos das décadas antigas desde que ganhara o presente do pai. Ela amava como seu corpo reagia às melodias que soavam em seus ouvidos. Gostava de relembrar as músicas que embalaram épocas de uma forma magnífica e que vira os pais por milhares de vezes dançarem na sala de casa. Para ela, música era a representação do significado de tudo que era bom. Por vezes, o que inspirava seus momentos e despertava sua criatividade. Por isso, quando seus olhos alcançaram o notebook disposto na mesa de centro, a lâmpada das ideias se acendeu e seus dedos começaram a coçar para escrever algo.

Amelie já havia se maravilhado tanto com tudo que estava vivendo e sendo proporcionado pelo seu trabalho, que cogitara diversas vezes agir como na época de sua adolescência em que registrava suas memórias em um pequeno diário que ganhara da avó. Estava tudo sendo tão surpreendente e encantador, que ela não queria perder aquelas lembranças. Foi então que resolveu colocar a ideia em prática e, abrindo um novo arquivo em seu computador, começou a registrar do seu ponto de vista tudo que já vivera no novo emprego.

Amie começou contando como se sentiu num parque de diversões quando passou pelas catracas exclusivas de um autódromo pela primeira vez — carregar um crachá de jornalista credenciada era de um sabor inenarrável. Depois comentou o fato de achar incrível as imensas estruturas que preenchiam os espaços de um circuito serem montadas e desmontadas em outro continente no curto intervalo de mais ou menos uma semana, falou sobre as vantagens de estar do lado de dentro para registrar os momentos da alegria que se via no olhar dos torcedores vendo os carros correrem pela pista, e de como a Mercedes era sempre gentil com a adorável chegada de um lanchinho inesperado — e que eles tinham os melhores cafés também.

Amelie escreveu sobre o momento em que perdeu o enquadro da fotografia como se fosse a verdadeira narração de um jogo de futebol e tentou pôr em palavras alguma forma de descrever o quanto o ambiente era bom. De como mesmo com toda correria que o trabalho naquela área do esporte dava, era precioso estar naqueles lugares, presenciar grandes histórias e lendas sendo construídas diante de seus olhos. E a doce melodia de Making Love Out Of Nothing embalou seus dedos ágeis e inspirados a também escreverem sobre o momento que vagou por seus pensamentos por bastante tempo durante dias à fio.

Dandelions  |  Daniel RicciardoOnde histórias criam vida. Descubra agora