17 - Tempo

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Taehyung apertou Jeongguk em seus braços, sentindo o cheiro bom que vinha dos cabelos lisos do garoto deitado em seu peito.

O Jeon parecia tão indefeso enquanto dormia, parecia tão pequeno, tão criança... Taehyung tinha vontade de protegê-lo de tudo.

No mundo dos sonhos, Jeongguk não se preocupava com toda a confusão que estavam vivendo. Costumava sonhar com coisas bobas; unicórnios azuis e discos voadores. Era legal, pois ele quase nunca sonhava com o que estava acontecendo na vida real.

Taehyung beijou o topo da cabeça dele, olhando pela janela e vendo que a luz já estava entrando por ela há um tempo, o que queria dizer que o dia já tinha se iniciado. Suspirou, com dó de sair do quentinho que estava, mas sabendo a necessidade de ir embora.

Dormiu pouco, pois sempre acordava com Jeongguk se mexendo em cima de si, agarrando-se mais ao seu corpo. Ele ria e o abraçava mais apertando, vendo que aquilo o tranquilizava. Depois, cochilava um par de horas até que se repetisse.

O Kim começou a sair do abraço, lutando ao máximo para não acordar Jeongguk, vendo-o resmungar alguma coisa e tentar agarrar sua camisa. Taehyung foi forte e lutou contra os instintos que lhe diziam para continuar ali com o garoto por quem era apaixonado, aproveitando o aconchego.

Conseguiu se soltar e observou Jeongguk franzir o cenho e abraçar um travesseiro, dando, inconscientemente, um beijinho no tecido fofo. Taehyung riu, passando as mãos pelos cabelos enquanto negava com a cabeça.

Foi até o mais novo e acariciou seus cabelos apaixonadamente. Precisava ficar longe dele, mas não sabia como. Selou os lábios de Jeongguk bem de leve, apenas em um carinho e, em seguida, olhou para ele uma última vez, sussurrando:

— Eu te amo.

Taehyung caminhou em direção a janela e passou por ela, tomando cuidado para não cair do telhado. Não demorou muito para que estivesse pulando no chão, um pouco ofegante pelo esforço.

A ruazinha do condomínio ainda estava pouco movimentada, mas o Kim sabia que, a poucas casas da dos Jeon, sua família já estaria de pé. Bateu as mãos na calça, sabendo que tinha de ir até lá; se explicar (ou tentar) e, também, pegar algumas roupas.

Caminhou naturalmente até sua casa e parou de frente para a porta, tocando a campainha algumas vezes, o estômago gelado de ansiedade.

Poucos instantes depois, a maçaneta girou e o Kim pôde ver a figura da sua mãe vestindo um robe bonito de seda e chinelos ultrapassados.

Minjoo colocou as mãos de dedos finos sobre os lábios, uma expressão de alívio em seu rosto.

— Tae! Graças a Deus! — abraçou o filho, grata por ele estar bem. — Que bom que está aqui, meu bebê — apertou o caçula entre os braços magros. — Você tem comido bem? E tomado banho?

— Oi, mãe — Taehyung riu, soltando-se do abraço preocupado de Minjoo, olhando para o rosto da mulher. — Eu tô bem, de verdade. Meu olho ainda dói, mas eu vou ficar novinho em folha.

— Ah, menino! — seu tom era de frustração. — Você me matou de preocupação saindo de casa daquele jeito — bufou. — Entra, vamos tomar café.

— Mãe... O Namjoon...

— Ele está dormindo, não se preocupe — disse, já arrastando o filho para dentro de casa. — Ele não teve uma noite boa.

Adentraram a cozinha e viram Donghee tomando uma xícara de café. Ao ver o filho, o médico se levantou rapidamente, indo ao seu encontro e o recepcionando com um abraço, assim como Minjoo.

The Kim • TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora