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Carla

O dia estava sendo corrido e tudo estava dando errado, eu sentia uma sensação estranha, queria chorar o tempo todo, além da minha azia ainda estar atacada, hoje cedo eu nem consegui tomar café, tive que optar pelo chá. Almocei com uma amiga de infância e do condomínio e passei a tarde na minha dermato, estava chegando em casa mais tarde hoje, quase não falei com Arthur, ele escreveu pouco hoje, e as coisas estavam meio monossilábicas.

Hoje combinamos de pedir pizza e não vejo a hora de comer a minha de chocolate, só de lembrar minha boca saliva.

Chego no apartamento e Dummy me recebe todo saltitante, coloco as coisas no sofá, vejo as coisas de Arthur espalhadas pela mesa e cadeira e escuto o barulho do chuveiro, ele provavelmente está no banho.

Vou pro quarto e tiro o salto que está me matando, além de colocar um vestido mais soltinho, volto pra sala e cozinha pra ajeitar umas coisas enquanto ele sai banho.

Enquanto dou uma geral na mesa o celular de Arthur apita, é uma WhatsApp e o nome de Diana aparece, meu coração acelera, o que será que ela ainda mandava em mensagem pra ele? Resolvo perguntar quando ele sair.

Começo organizar as coisas e recolher os papéis da mesa e colocar na pasta que está dentro da mochila, assim que eu tiro a mochila algumas coisas que estavam em baixo caem no chão, o carregador do note e alguns papéis, um envelope é um cartão colorido, abaixo para pegar e a escrita do cartão me chama atenção: "parabéns papai", quando abro o cartão está assinado como Diana, meu coração gela e parece que eu vou desmaiar, dou uma lida nos papéis na minha mão e abro o envelope, testes de sangue, positivo, Diana, grávida.

Tudo parece girar, minha garganta fecha, e eu não consigo ter nenhuma visão de nada.

-Cá? Você passando bem? - escuto o Arthur parado atrás de mim - Carla? - o tom de voz dele muda e eu só me lembro de girar pra frente com o cartão na mão mostrando, Arthur está branco

Carla: quando você ia me contar? É por isso que ela tá te mandando mensagem?

Arthur

Quando eu saí do banheiro escutei Carla na cozinha, vesti uma camisa rápida e um shorts quando escutei um barulho de algo caindo, corro para a sala e encontro minha mochila no chão com várias coisas espalhadas, minha primeira reação é saber se ela está bem, só então me toco do que estava embaixo da mochila

Chamo Carla pela segunda vez e ela vira pra mim, segurando o bendito cartão e o envelope, já tem lágrimas nas suas bochechas e ela nem deve ter percebido, meu coração para, puta que pariu!

Arthur: Cá, eu vou explicar - tento ir até ela que da um passo pra trás e eu paro no meio da sala

Carla: Não! Quero a resposta, quando vc ia me contar? E desde quando ela está te escrevendo? - Carla está com os papéis e o cartão apertados na frente do peito dela como forma de proteção

Arthur: Ca, se acalma, eu ia te contar hoje, na verdade eu to sabendo hoje, Diana me escreveu que estava no Rio e precisava muito falar comigo, então marcamos de nos falar hoje e ela veio pra cá. - Carla parece acordar do transe

Carla: Você trouxe ela pra nossa casa?

Arthur: era melhor do que um lugar público que iam falar coisa que era mentira, Ca por favor me deixa explicar - tento me aproximar mais uma vez mas ela estica a mão em forma de me parar

Carla: explicar o que? Tá tudo muito explicado pra mim, pelo amor de Deus - Carla fala mais para si do que pra mim - Quando vocês, estiveram juntos, a gente tava junto?

Arthur: Pelo amor de Deus Carla, lógico que não

Carla: QUANDO ARTHUR? - ela se sobressai

Arthur: uma vez, na viagem de Brasília - confidencio para ela e Carla parece em outra dimensão

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