Palavras de Amor (TsukkiYama X KageHina)

PARTE 3 - SIM, VOSSA MAJESTADE

Era uma segunda-feira cinza, nublada. Faltava exatamente uma semana para as provas escolares.

E Tsukishima continuava evitando Yamaguchi. Não respondia mais suas mensagens e na escola o ignorava completamente, até mesmo em sala de aula, já que estudavam juntos.

Quando tinha alguma atividade em grupo ou em dupla, dizia que preferia fazer sozinho e durante a hora do intervalo ficava ouvindo música, enquanto lia algum livro ou fazia o dever de casa.

Também costumavam ir para o colégio juntos mas, desde então, cada vez que Yamaguchi ia até a casa do amigo para esperá-lo, sua mãe lhe dizia que o garoto já havia saído.

Portanto, decidiu sair bem mais cedo do que de costume de casa para esperar Tsukishima na frente do portão da escola. Estava disposto a não deixá-lo fugir dessa vez.

Alguns minutos se passaram e havia um grupo de estudantes chegando. Logo atrás deles, Yamaguchi pôde ver o rosto abatido do amigo. Como o loiro tinha um pouco mais de 1,90 de altura agora, era fácil encontrá-lo no meio de multidões.

- Bom dia, Tsukki!

- Ah... Bom dia, Yamaguchi. - Tsukishima responde, com o rosto pálido. Havia levado um susto por ter sido arrancado de seus devaneios.

E continuou andando, seguindo em frente.

- Ei, tá tudo bem? Você parece cansado. - Diz Yamaguchi, enquanto seguia o amigo.

- Não é nada. Só não consegui dormir direito essa noite.

- Hmm... Será que não é porque você está se sobrecarregando demais? Vêm exagerando muito nos estudos... Bom, tava' pensando e a gente podia...

- Ei, Tsukishima! - Kageyama aparece, interrompendo a conversa.

- O quê você quer? - O loiro diz.

- Me compra um iogurte.

- E por que você mesmo não compra, hein? - Yamaguchi interfere, irritado.

- Ah... P-porque... Porque... Tô' sem dinheiro, é óbvio!

Tsukishima revira os olhos. Não podia acreditar que nem uma mentira tão simples daquela Tobio conseguia contar.

- Claro, vossa majestade! E de que sabor deseja? - Diz, fazendo uma reverência.

- De pêssego. Mas, se não tiver, pode trazer um de morango.

- Estou ao seu dispor, ó grande rei!

- E para com isso! - Kageyama diz, saindo de cena.

...

- Você e ele têm andado bem próximos, não é? - Yamaguchi diz, em tom suspeito.

- Só tô' ajudando ele a estudar, nada demais.

- Ah, sim... Bem... Como eu tava' dizendo, a gente podia sair mais tarde pra você relaxar um pouco a cabeça, botar o papo em dia... Fiquei sabendo de uma fofoca que cê' nem vai acreditar!

- Não vai dar, Yamaguchi.

- Então... Talvez outro dia?

- Não. Tô' cheio de coisa pra fazer.

- Ah... T-tudo bem, eu... Eu entendo...

E Tsukishima continuou andando.

Yamaguchi sabia que alguma coisa estava errada, porém Tsukki não era uma pessoa que abria o coração fácil. Queria muito ajudá-lo de alguma forma. Precisava ajudá-lo de alguma forma.

- E-Espera, Tsukki! - Diz, correndo em sua direção.

De repente, o loiro para, congelado. Seu coração acelera.

Yamaguchi estava segurando sua mão...

- Não importa o que estiver acontecendo... V-você... Você pode contar comigo, ok? Nós... Nós ainda somos melhores amigos, não somos?

Tsukishima não ousou olhar para trás. Sentiu um nó em sua garganta se formar. Se olhasse para os olhos de Yamaguchi naquele momento com certeza iria chorar.

Também sentia aquele toque delicado e afetuoso das mãos dele na sua. Queria morar naquela sensação calorosa e macia para sempre. Aquela sensação que aquecia seu coração... Ao mesmo tempo que o esmagava. Queria fugir daquele toque. Correr para bem longe daquele sentimento que fazia seu peito doer e sua cabeça entrar em colapso.

Por isso, foi deslizando sua mão suavemente por entre os dedos de Yamaguchi.

E continuou andando.

Sem olhar para trás.

Sem dizer nada.

Um trovão urrou ao longe. Algumas gotas de chuva começaram a cair do céu diretamente em seu rosto, se misturando com as lágrimas traidoras que caíam de seus olhos...

- Me desculpa, Yamaguchi.