1- Prólogo

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Era um dia especial para Dayane. Ela havia acabado de se formar na faculdade e decidiu fazer uma surpresa para sua noiva. Elas estavam juntas há cinco anos. Conheceram-se no primeiro dia de aula, no refeitório da universidade.

Os longos cabelos ondulados da morena e seu jeito de mulher fatal deixaram Dayane fascinada desde o primeiro momento. Dayane de estava radiante.

Ela queria compartilhar esse momento com ela. Então, ela passou em uma floricultura, comprou o buquê mais bonito e passou em uma joalheria para comprar as alianças de casamento.

E corria pelas calçadas da Avenida Paulista até o pequeno escritório de seu sogro, onde ela estagiava por meio período. Teve um momentos em que precisou parar no caminho para conseguir respirar.

Apesar de estar em boa forma física, ás vezes o ar lhe faltava. Assim que chegou ao seu destino, sorriu passando a mão nos cabelos longos e desgrenhados, tirou um pequeno lenço do bolso de sua calça jeans e secou o suor que escorria por sua testa.

_Primeiro andar, por favor- ela disse ofegante ao homem dentro do elevador. Assim que as portas se abriram, Dayane caminhou até a recepção e foi atendida por Mari, a secretária de seu sogro.

__ Senhorita Dayane! - a moça exclamou com olhos arregalados.

_Oi, Mari. Rosalinda está? - ela perguntou animada dando um belo sorriso para a morena.

_Desculpe, mais a dona Rosalinda está com um cliente- disse sem graça.

Ela sabia que Dayane não era bem vinda naquele momento.

_Vou esperá-la aqui - ela se sentou no confortável sofá preto a sua frente. Após quase uma hora de espera, Dayane pediu encarecidamente para que ela mencionasse sobre sua presença.

Mari foi extremamente descuidada. Ela interfonou para sua chefe deixando o viva voz ligado.

_Doutora Rosalinda , a doutora dayan... - as palavras da bela moça foram interrompidas por gemidos e risos do outro lado da linha. Dayane a olhou com fúria e levantou do sofá no mesmo instante e entrou na sala de Rosalinda.

O que ela viu naquele momento, fez seu coração parar e sangrar até a última gota.

_Mas o que significa isso? - ela gritou ao vê-la sentada no colo de Zenga, seu desafeto da época em que estavam no primeiro ano da faculdade. Seu amante estava literalmente enterrado nela. Sua saia cinza chumbo, na altura dos quadris e uma minúscula calcinha preta em volta de seu tornozelo esquerdo. Sua camisa branca de botões jogada em cima da imensa mesa de madeira envernizada e seu sutiã em cima do livro de código penal.

Quando ela percebeu que estava sendo observada por sua noiva, não se envergonhou. Deu-lhe seu melhor sorriso e disse:

_Poderia ter esperado lá fora, querida.

Dayane, abismada com sua tamanha cara de pau, jogou o buquê caríssimo que havia comprado para ela no chão e pisoteou várias vezes vociferando palavras sujas e pracejando toda sua existência.

Ela olhou com nojo e fúria para Zenga. que sorria triunfante e, com lágrimas nos olhos e orgulho ferido, apenas sussurrou:

_Espero que seja muito feliz com essa cadela.

Rosalinda saiu lentamente de cima de seu amante, ajeitou sua saia e colocou sua calcinha. Aproximou-se de Dayane e sussurrou em seu ouvido:

_ O que eu queria de você day, eu já consegui. Você foi algo que eu precisava conquistar para chegar onde eu estou hoje.

Preciso te agradecer por ser tão influente - ela sorriu e se afastou deixando Dayane perplexa.

_Sua vadia - ela gritou

_Não sou uma vadia. Apenas estava comemorando - ela disse pegando um envelope pardo em cima da mesa.

_Graças ao seu pedido, eu agora sou a advogada do governador e irei ganhar prestígio e uma fortuna considerável - ela olhou para ela com repulsa.

_Era por isso que estava comigo? Por dinheiro e interesses?

_E por que mais seria, docinho? Você é uma aberração, uma bela mulher mais apenas isso, nunca sentir nada além de nojo, não via a hora de acabar tudo, tinha vergonha de ser vista com você além de chata, sem graça, pegajosa e romântica demais...

Acho que o dinheiro é sua única qualidade - ela diz partindo de vez seu coração.

_Eu iria casar com você, Rosalinda. Como pode ser tão falsa? Tão mesquinha e egoísta?

_Casar? Comigo? Oras, Dayane... Não me faça rir- ela diz gargalhando enquanto Zenga fazia o mesmo em silêncio.

_Cinco anos, Rosalinda. E você me diz que estava fingindo todo esse tempo? - ela sussurrou derrotada.

É mas até que foi fácil. Zenga desempenhou bem o papel de amante, agora cai fora.

Eu iria terminar nosso relacionamento de outra forma. Mas foi melhor assim. Pelo menos não terei que aguentar você no meu pé pedindo para voltar.

E antes que você cogite essa ideia, eu e Zenga vamos nos casar no mês que vem. Então... sem chances para você - ela diz de forma natural.

_Escute bem uma coisa Rosalinda. Eu vou dedicar a minha vida a destruir tudo o que vier a conseguir. Não vou deixar que seja feliz um minuto sequer da sua maldita vida desgraçada. E quando você estiver totalmente arruinada, vou pisar em você, cuspir em você e terei o prazer em ouvi - la suplicar por misericórdia - ela disse entredentes.

-Quanto a você, seu filho da puta... Não quero nem que chegue perto de mim, da minha família ou de qualquer pessoa que eu conheça. Serei a pedra no seu sapato, o seu pior pesadelo. O seu e de toda sua família maldita - conclui com fúria e joguei a caixinha de veludo com os anéis em cima do pequeno aparador.

A partir daquele momento, Dayane transformou-se em algo que ela mesmo abominava. Um ser arrogante, frio, insensível e cheio de ódio no coração, apenas carregava as imagens de uma traição amarga.

Ela começou a sair com várias mulheres, mas ela não as achava dignas, as tratava como objeto e as usava para seu prazer.

Ela jurou naquele dia, com seu coração estraçalhado, que jamais se deixaria enganar. Que jamais amaria novamente.

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