Capítulo 16

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Emma

Eu não estou em bons termos com Peter.

Além do beijo - e eu não consegui esquecer esse pequeno acontecimento que fica martelando no fundo da minha mente, por mais que eu tente ignorar -, posso dizer que estou fugindo dele e de Kate desde que acordei. Levantei mais cedo que de costume para conseguir me arrumar e me refugiar na escola antes que eles caíssem na pegadinha, mas tive tempo de ouvir os baldes caindo e a fúria de Kate enquanto descia o elevador. Agora estou passeando pelos corredores do colégio enquanto não podemos entrar nas salas, esperando encontrar Ned para me servir de testemunha em qualquer possível caso de tentativa de homicídio. Mas eu ainda tinha esperanças de que meus amigos acordariam de bom humor.

— Ned! — aceno para ele assim que o vejo caminhando para o seu armário, e vou em sua direção. Para a minha surpresa, ele me abraça quando estou perto o suficiente.

— Obrigado por ter levado meu carro! — Ned me solta e eu arregalo os olhos, só agora lembrando que abandonamos o carro dele no galpão de sábado. Não tenho certeza de se sua fala foi ironia ou não.

— Ah, meu Deus, Ned, me desculpa. Tem um bom motivo pra eu não ter te devolvido ainda...

— Relaxa, Emma. Eu sei que vocês perderam o carro. — a animação dele contradiz suas palavras, e eu inclino a cabeça tentando entender o porquê. — Mas por causa disso eu ganhei um novo do Tony Stark! Quer dizer, um homem de terno apareceu na minha casa e me entregou as chaves - por um momento eu achei que estava sendo chamado para uma operação secreta do governo -, então não era o próprio Tony Stark, mas ainda assim! Tony Stark me deu um carro!

— Não grita isso por aí se não vão te chamar de maluco. — Sussurro, mas compartilho da felicidade dele. — Mesmo assim, me desculpa por não ter cumprido a promessa de levar o carro de volta pra você. Aconteceram alguns... imprevistos.

— Como vocês quase morrerem? A Kate me contou ontem, mas acho que ela aumentou um pouco a história. Vocês não tiveram helicópteros atrás de vocês, tiveram?

— Bom dia, Emma. — a voz de Kate me cumprimenta pelas minhas costas, e eu dou um passo para a frente com o susto.

— Ned, meu bom amigo, você tem aula de inglês também, né? Vamos comigo? — me protejo ao lado dele, segurando seu braço e o arrastando pelo corredor.

— Você não tem inglês agora. — Ned nem hesita em corrigir.

— Eu não estou brava com você. — Kate diz, me tirando de perto dele. Não sei se confio nisso. — Vocês jogaram bem. Para amadores.

— Amadores? — cruzo os braços. — Aquilo não foi um trabalho amador. Fomos ótimos.

— Eu não diria ótimos...

— Eu diria. — Peter aparece ao nosso lado, e eu sorrio normalmente pra ele, como se não tivesse feito nada. — E nós vamos parar por aqui. Paz?

— Paz nunca foi uma opção, Peter. — Kate o olha, indignada. — Estamos apenas começando.

— E se nós deixarmos como está? — pergunto inocentemente. — Nós podemos dizer que foi um empate. Embora eu tenha certeza de que vencemos, mas eu deixo isso passar.

— É essa a paz que você quer? — Kat arqueia as sobrancelhas para ele. — Eles nunca vão esquecer se nós retirarmos nossas tropas.

— Não estamos no Vietnã, você sabe?

— O jogo continua. É melhor vocês se prepararem. — o sinal toca e o assunto morre ali.

Meu primeiro tempo é história, e coincidentemente todos nós estamos na aula, menos Ned, o que me deixa com um total de zero aliados. Antes de entrarmos na sala, Kate bate com as mãos nas minhas costas, me chamando a atenção, e pisca para mim quando olho para ela.

Filhos do Infinito | Peter ParkerOnde histórias criam vida. Descubra agora