Perda Total - História De Um Verdadeiro Sobrevivente

Brincando de Casinha - Capítulo 56

~13/08/2023
CAPÍTULO 56: Brincando de Casinha.

Após esse constrangimento, fomos dormir.

De manhã cedo acordamos e vimos que os dois tinham voltado e falaram que o plano tava seguindo de acordo. O medo dela nos trair era muito grande, então esperamos em outro apartamento, caso aconteça, tínhamos uma vantagem.

Sophia passava os momentos falando sozinha baixinho, Maria e Ewerton conversavam e eu...
Ficava igual um maluco vigiando a janela a cada segundo.

Lá pelo final de tarde, um rapaz de bicicleta chegou. Nos chamou e disse que era enviado da Líder.

Ninguém queria descer de primeira. Mas ele acabou jogando seu pacote no chão e o deixou aberto.

E foi embora.

Depois de uns minutos, nós descemos e verificamos. Era uma carta feita a mão pela Líder.

Ela nos avisou que o grupo dela acreditou naquela história toda, ela não era de mentir, então acreditaram nela facilmente.

Apesar do meu medo dela estar mentindo pra gente... acabei confiando nela. Eles nos deixaram em paz e alguns dias depois, recebendo notícias de onde podiam estar os outros. A informação era de uma base dentro da floresta no alto do morro atrás de nós. De fato era uma boa fuga, mais tarde fiquei sabendo que Allan teria criado uma base secreta, justamente pra quando acontecesse algo, ter uma rota de fuga. Desgraçado era paranoico mas era inteligente. Tanto quanto é hoje hahahaha.

Perto do final do mês de agosto, fizemos uma expedição para dentro da mata, coletamos suprimentos para uma semana para cada e adentramos ao morro. Para facilitar, subimos pela própria entrada do morro, muitos corpos na rua destroçados, as barricadas feitas pelos traficantes antes do mundo mudar ainda estavam lá, estavam até reforçadas, com pedaços de carros e barras de ferro. Era realmente um bom local. Enquanto subíamos até ouvimos uma pessoa falando, mas pelos episódios anteriores, achamos melhor continuar.

Fomos até o alto do morro e na parte lateral de um barraco abandonado dava entrada pro mato.

Colocamos panos e tecidos para proteger de cortes e espinhos.

Nos cortamos bastante ainda do mesmo jeito hahahaha.

Chegamos em uma casa da árvore alguns minutos a frente.

Não faço ideia de como Allan fez aquela base, mas ela era muito boa. Sua localização era difícil de achar, difícil de chegar e difícil de ver. Toda coberta de galhos e vinhas. Durante o Apocalipse, eu acho que você não iria achar estranho uma árvore enorme cheia de folhas e vinhas. Era do tamanho de uma Kitnet praticamente.

Quando chegamos lá, achei que viria eles de novo, mas não achei ninguém. Mas uma panela elétrica ligada a painel solar estava morna, alguém esteve lá a pouco tempo. Pensei em esperar por eles lá dentro, bom que até teria um lugar para dormir.

27/08/2023

Amanheci ouvindo o som do vento balançando as folhas das árvores, um local feito de madeira, num ponto estratégico para a Brisa ser suave e sem sentir o frio congelante da madrugada. Bem agradável mesmo.

Ewerton: É um local muito bom... de verdade.

Maria: Allan que criou isso?

Ewerton: Eu via ele pegar algumas madeiras de vez em quando, isso quando sobrava, mas não sabia o que ele fazia.

Maria: Está muito bem posicionada. Muito boa.

Sophia: Acho que achei alguma coisa.

Sophia tinha achado um livro de anotações de Santo. Ele sempre gostava de escrever o que teria acontecido no seu dia a dia.

Ele disse que naquele dia estaria indo fazer uma expedição para dentro da mata para pegar recursos naturais, como ervas e plantas medicinais e explorar uma das favelas vizinhas.

Saíram um pouco antes da gente chegar, ficamos esperando eles voltarem, perto das 19H eles voltaram.

Eu ouvi as vozes deles chegando.

Allan: Eu... não quero que vocês toquem mais nesse assunto, beleza?

Santo: Mas Alla-

Allan: O QUE EU ACABEI DE FALAR?

Santo: Foi mal.

Coloco a cabeça pra fora da janela.

Eu: Qual foi Allan? Tá putinho?

Jessyca e Santo: ISAAC!!

Eu: Não pensaram que eu vinha sozinho né?

Todos nós descemos e cumprimentamos todos. Santo me deu uma abraço forte quase me quebrando, Jesga chorou um pouco, Maria também hahaha.

Allan me deu um aperto de mão e me puxou para perto para falar baixo.

Allan: Fico feliz que tenham voltado com vida, seus vermes.

Eu só dei um abraço de uma mão só e agradeci por cuidar do resto do pessoal.

Pedro tentou quebrar minha coluna, bem normal.

Jesga: Mas como vocês sobreviveram?

A few moments Later...

Jesga: Então... ela não era tão ruim assim. Até onde sabemos.

Allan: Tem certeza que não foram seguidos? Demorei semanas pra fazer esse lugar sem ninguem saber.

Eu: Tenho. Temos que, ou fazer uma nova base, talvez parecida dessa, ou tentar reformar nosso antigo ou até mesmo ir para outro lugar. Sair daqui.

Votação?

3 para fuga
2 para reformar
4 para ficar no mesmo lugar.

Eu: Bem, foi uma votação secreta. Então acho justo fazer o que a maioria pediu. Aqui é meio pequeno mas dá pra ficar, não vai ser diferente de quando tava geral na casa do João.

Allan: Bem, aqui geral tem um canto, vocês ou tenta dormir junto de alguem no canto ou faz um canto aí pra vocês.
Se tentarem chegar perto de mim a noite vai levar uma facada.

Eu: Calma tio hahaha.

Olha, tive uma ideia, por que não vamos um dia ver se tem alguma painel sobreviveu pra usar aqui? Pra termos eletricidade, pra usar alguma panela elétrica ou celular.

Pedro: Não é má ideia. Podemos usar isso também e fazer uma modificação nos Walk Talk para serem a base de bateria. Tirar de algum eletrônico e fundir neles.

Eu: Sinto que a gente tá igual no começo do condomínio, uma sensação de esperança e de lar.

Allan: Vai começar com a boiolagem não né?

Eu: Calma hahaha.