Era uma tarde chuvosa, a floresta estava coberta por uma Densa neblina, eu estava olhando a chuva pela janela da sala.
Ouvi um rangido da porta dos fundos sendo aberta então olhei na direção, era White, ele estava toda suja, coberta por lama.-Tá formando umas crateras maneiras lá fora, dá até pra andar em cima de uma prancha você deveria experimentar!- ela disse animada tirando os sapatos e se aproximando de mim.
-acho que sim, vou dar uma olhada, e você, deveria tomar cuidado, ñ quero que se mate!- digo me levantando indo em direção a porta, olho para a chuva e para a floresta.
-Mas uma hora talvez você me mate!- ela diz indo para perto de mim e se apoiando em meu braço, eu a encaro.
-Ñ duvido nada ñ!- falo puxando o braço fazendo a mesma soltar.
-Oque...você realmente me mataria?- ela perguntou com tom triste na voz.
-É claro que ñ né...praga, eu jamais mataria você!- respondo fazendo carinho em sua cabeça, ela olha para mim curiosa.
-É mesmo? E...pq ñ me mataria?
-ãh...pq ñ tenho motivos para te matar, quem sabe?
-Mas...assim, sem for esse o caso...
-humh..bem, eu ñ sei tá legal? Eu ñ sinto vontade de te matar, até pq...quem mataria a pessoa que ama?- falei então notei as bochechas da pequena corar em um tom escuro, eu olhei para ela e sorri.
-Então...você me ama?- ela perguntou tímida se encolhendo um pouco.
-Amo sim..amo você baixinha!- disse então desviei o olhar dela e voltei a minha atenção na chuva, ela ficou ao meu lado, senti a mesma se apoiar no meu braço.
Ainda me lembro do que eu ouvi a noite passada..então eu ñ estava sonhando.
[...]
White estava caçando e eu fazendo oq eu sei fazer de melhor....irritar ela!, white era uma caçadora talentosa e centrada, aprendeu rápido quando menor, agora aos seus 13 anos diria que é quase uma profissional.
Por mais que ela seja tudo isso, ultimamente ela ñ têm caçado só animais, ela têm ido atrás de pessoas e tbm têm se irritado fácil, qualquer piadinha ou até mesmo comentários aleatórios está a tirando do sério, suponho que seja a idade.
"Esses adolescentes"
Penso enquanto a observo de cima de uma arvore, ela mira uma arma que roubamos de um idoso que morava aqui perto em um cervo, ela prepara então atira mas erra por um triz, eu me aproximo dela, noto que ela quase torceu o cano da arma.
-Ououou, vai com calma aí praguinha, se você quebrar essa vai ficar sem caçar por um ano!- falo me aproximando então ela me fuzila com os olhos.
-Ah jeff, eu ñ quero mais caçar hoje!-
-Oi? Mas você nem começou!-
-Mesmo assim, agora me deixa!- ela saiu irritada, decido ñ a incomodar por hora.
Mais tarde eu havia feito a comida, ñ sou tão bom quanto ela mas dessa vez acho que me superei, eu a chamei mas ñ obtive resposta, decidi ver se ela estava bem, quando entrei no quarto e vejo se contorcendo de dor na cama, me aproximo preocupado então ela olha para mim chorando.
-Jeff...tá doendo!- ela disse entre-soluços.
-Oq está doendo? Você está machucada?- pergunto sem saber exatamente oq fazer então ela se vira novamente.
-Aaah..tá doendo muito!- ela está apertando seus braços contra o abdômen, entendi finalmente oq estaria acontecendo, decido descer e pegar um pano, molho em agua morna e levo pra ela, ela deixou o pano ali e continuou encolhida.
-Ah white eu ñ posso fazer muita coisa agora!- disse então olho para o lado pensando no que fazer.
-Jeff....me abraça!?- ela disse chorosa.
-Claro..- me aproximo dela então eu a abraço, a mesma se virou de frente para mim e me abraçou forte, eu fiquei lhe fazendo carinho até que ela dormisse.
Assim que notei que ela estava dormindo, me levantei e sai da cabana, decidi ir a cidade fazer umas compras necessárias, assim que termino, deixo tudo perto de white, assim quando ela acordar saberá oq fazer.
Eu sai a noite para fazer uma pequena patrulha, ñ saia direito desde que comecei a cuidar de white, minha vida antes era sobreviver apenas por mim, agora eu sobrevivo por mim e POR ELA!, é uma batalha atrás da outra, sou um psicopata tentando parecer normal, white me mostra sempre as histórias que as pessoas inventam de mim, dizem coisas como, "ah, ele é um psicopata imperdoável" e blábláblá...as pessoas ñ sabem oq é REALMENTE ser um psicopata, oq me torna um ñ é o fato de eu já ter matado alguém e sim o fato de eu ñ sentir simpatia pela dor de outra pessoa, exemplo : se um cachorro estivesse quebrado a pata e eu passasse por ele, eu ñ iria me importar nenhum pouco, ñ sentiria nada, isso é...indiferente.
Eu ñ me divirto com a dor de outra pessoa, apenas ñ sinto nada, simples, ñ sinto necessidade de ajudar a pessoa que está pedindo socorro, mas bem, no caso de White, ñ sei ao certo, eu a amo de um jeito especial, quero cuidar dela apenas, só isso, espero ñ estar agindo igual um estranho, mas enfim, é esse o meu pensamento quanto a ela, sei que um dia ela irá crescer e irá querer viver sua vida, eu ñ vou prende-lá a mim, apenas espero que ela ñ se mate até lá, eu deveria ñ me preocupar tanto com ela mas é impossível, ela é um quebra-cabeça especial, vai levar tempo até eu aprender a montar ela, mas que se foda, leve o tempo que precisar, eu ainda vou cuidar dela até quando ela dizer que ñ me quer mais por perto
Quem sou eu?...quem eu me tornei pra cuidar de uma garotinha indefesa?.....o destino me fez dar uma volta pelos lados mais obscuros do meu ser até encontrar esse lado que já havia se perdido a muito tempo....
[...]
Eu havia voltado pra cabana e ela já estava de pé, como sempre usava meu moletom, eu a encarei surpreso.
-Bom dia- digo.
-Bom dia..- falou envergonhada.
-Oq foi praga?- falei entrando em casa e a encarando frente a frente.
-Obrigada!...por....hum...-Ela tentou falar, eu apenas sorri de leve.
-Por nada praguinha!- falo e ela logo se aproxima estufando as bochechas.
-Ah seu idiota, pare de me chamar de praguinha, eu tenho nome!, humph!- ela diz tentando ficar do meu tamanho para me encarar melhor.
-tá bom tá bom...ñ te chamo mais assim....praguinha!- começo a rir e ela a me bater, ñ sinto nada e isso parece a deixa-lá mais brava, enfim, ela continua a mesma praga de sempre, uma semana depois ela já se sentia melhor, tempos difíceis estavam apenas por começar entre eu e a minha praga....