Na manhã seguinte eu estava caminhando pelos arredores da floresta, vi um rio enorme e confesso que senti um enorme desejo de pular nele, mas esses pensamentos logo se foram quando eu notei a garota se aproximar, ela estava com um largo sorriso no rosto.
-Jeff, nós podemos comer alguma coisa?- ela disse fazendo um leve bico.
-Se quiser vá a cidade e compre algo - falei e ela me olhou com profunda tristeza.
-Eu ñ tenho dinheiro!- ela respondeu.
-Psé, eu tbm ñ, agora você sabe como ser adulto é difícil!- falei e ela riu baixinho._- oq é engraçado?- pergunto a encarando.
-É que você ñ é adulto irmãozão jeff!- ela disse rindo e me olhando sorrindo.
-Ñ me chame de Irmãozão!....sua peste!- saio andando para a cidade e ela vem atrás.
Assim que chegamos vamos nós aproximando de um mercado, ele ñ tem muitas pessoas e á apenas um atendente no caixa, olhei para a pirralha então pensei em um plano rápido.
-Hei praga, vem cá!- a puxo e ela se aproxima desajeitadamente._- tá vendo aquela pilha de refrigerante?? Vai lá e derruba tudo!- falei e ela me olha confusa.
-Derrubar tudo??- ela perguntou.
-Sim, vai lá vai!- dou uns tapinhas nas costas dela e ela foi de encontro a pilha de refrigerantes, o atendente deu um grito e xingou a pequena praga, mas logo se acalmou e começou a arrumar a pilha, um casal começou a discutir com ele dizendo que ele ñ deveria gritar com uma criança e blábláblá
Com a distração eu aproveito e roubo o caixa, pego 25 dólares, era tudo que tinha, chamei a pirralha e saímos correndo.
-Boa praga! 25 dólares, dá pra comprar um lanche pra nós dois!- falo então olho pra ela, a garota ficou meio cabisbaixa._-O que foi?- digo
-Ñ é errado roubar? - ela falou me olhando e usando um tom de voz manhoso e choroso.
-E o que você queria que eu fizesse? Chegasse lá com essa aparência e pedisse emprestado?- falo irônico e grosso para a mesma.
-O que tem a sua aparência?- ela disse mais confusa, eu a olhei irritado.
-Como assim o que tem, veja! Eu sou tipo um monstro ñ está vendo? Ninguém gosta de monstros!- falo quase em um berro e ela se encolhe um pouco.
-Eu ñ te acho um monstro! Você me salvou e agora está comigo!._- ela deu uma pausa e se aproximou pegando na minha mão._- Eu te acho muito bonito irmãozão jeff!- ela termina sorrindo inocentemente.
Puxei minha mão dela e sai andando na frente, suspirei então senti ela atrás, continuei andando.
-Você é insuportável praga!- falo então olho pra ela, a mesma tbm olhou pra mim e sorriu._-qual é o seu nome?- pergunto e ela parece procurar em todas as suas lembranças mais profundas.
- eu ñ lembro...- respondeu, sei que está mentindo.
-Ñ lembra ou ñ quer falar?- indago.
-Ñ lembro e ñ quero falar!- ela sorri novamente.
-Tô quase te chamando de risonha, toda hora começa sorrir mesmo sem motivo!- falo revirando os olhos.
-falou o irmãozão jeff com um sorriso artificial desenhado no rosto!- ela riu.
-Olha aqui sua praga!- sou interrompido por um grito então noto um policial batendo em um ladrão de 15 anos, ele está chorando e implorando para que ñ o matasse, dizia em plenos pulmões que tinha que cuidar da sua irmã doente, o policial ñ estava ligando para o moleque então continuou batendo nele até que ele começasse a sangrar.
Desviei o caminho mas logo a pirralha segura a minha mão e me olha desesperada.
-Irmãozão jeff você precisa fazer alguma coisa!- ela está me olhando com os olhos expressando total pavor.
-Ñ posso fazer nada, se eu ser visto por aquele policial eu serei morto!- falei e ela continuou a insistir.
-Por favor!! Você me ajudou, pode ajudar ele tbm!- ela continuou me puxando, já sem a pouca paciência que eu ñ tinha decidi ajudar o garoto, me aproximei do policial e o ataquei por trás, cortei sua garganta e o garoto me olha assustado.
-Você é...- ele começa.
-Ñ sou ninguém!- saio andando então pego a pirralha, coloco embaixo do braço e saio andando com ela.
[...]
Um tempo depois estávamos comendo batata frita e bebendo coca sentados em um tronco em frente ao rio na floresta, a praga ficou quieta a tarde inteira mas quando chegou o por do sol ela começou a tagarelar.
-Obrigado irmãozão jeff!- ela diz me olhando por cima do ombro.
-Huh...-Ñ respondo apenas continuo comendo e olhando para o rio.
-é sério, muito obrigado, você é um herói- ela completou e eu logo a olho nos olhos.
-Ñ sou um herói, praga!- falo então coloco o pote de batata na cabeça da pirralha.
-pra mim você é._-ela disse rindo._- pq ñ me dá um nome?._-Ela me olha curiosa então eu a encaro por alguns minutos pensando em um nome.
Ela ñ combina com nenhum nome, consigo viver a vida inteira chamando ela de praga, mas acho que isso é bullying né? Decido chamar ela de algo fácil.
- White!- disse e ela me encarou._-Seu nome agora é White!-.
-Pq White?._-ela perguntou me olhando com uma sobrancelha arqueada.
-Pq me lembra o vazio, o silencio e a morte! - falo e ela parece ficar satisfeita.
-Eu gostei!, White é um bom nome, obrigado irmãozão jeff._- ela respondeu sorrindo gentilmente.
Mais tarde tínhamos voltado pra cabana, e como previsto, ñ tinha agua para tomarmos banho, decido então voltar para o rio e pular no mesmo, tirei a roupa e apenas me joguei nele, White fez o mesmo.
-Ah, vc poderia esperar!- Grito de longe para ela.
-Mas eu estou fedendo mais!- ela retrucou, eu me aproximei então joguei agua nela, a mesma revida enfim uma guerra havia começado, passamos longos minutos sobre a luz do luar e jogando agua um no outro.
[...]
Assim que saímos White e eu lavamos nossas roupas, mas teríamos que ficar sem até a manhã seguinte, deixei nossas roupas penduradas em uma janela e white ficou encolhida no mesmo canto de quando chegamos, eu decidi ficar no escuro sentado no chão do outro lado da sala, nós dois estávamos um em cada canto sem manter contato visual, eu tenho a ligeira impressão que White ñ sabe diferenciar homem e mulher ainda, talvez ela ainda ache que somos iguais, ela ñ reclamou quando eu a vi sem roupa.
~inocência~
Penso então vejo que a pirralha havia dormido, vou até ela então jogo o pano de ontem em cima dela, volto pro meu canto e fico olhando para as estrelas através da janela, o céu está tão bonito, nem parece que o mundo embaixo dele está pegando fogo.