Na manhã seguinte eu estava afiando a minha faca, enquanto observava a pirralha brincar no meio da floresta, ela corria de um lado para o outro e dava muitas risadas, white caia quase toda hora mas sempre se levantava e voltava a correr novamente, foi esse o ciclo por muito tempo, parou apenas quando ela caiu de um barranco e ralou o joelho, ela chorava alto, muito alto.
-Ah, pare de chorar praga! - falo irritado me aproximando dela então assim que noto, vejo seu joelho com um corte profundo, estava sangrando muito, eu me agachei então com um lenço que eu tinha, eu limpei o sangue, peguei a pirralha no colo e a levei para o rio, chegando lá eu a fiz lavar o joelho e eu fiz um pequeno curativo no mesmo com o lenço, ela se acalmou.
-Obrigado!- ela respondeu secando as lagrimas.
-Vê se com isso você aprende a ñ ficar correndo por aí feito Retardada!- falo e ela ri baixinho como sempre.
Bagunço seu cabelo como carinho e ela abre um sorriso largo para mim, a pego no colo novamente então voltamos para a cabana, ao chegar, reviso meus planos para o futuro.
[...]Três meses se passaram, White e eu estamos nós virando bem, nossa cabana já tem luz e agua quente no chuveiro, também roubamos uma geladeira e conseguimos um ponto de energia, conseguimos uma cama nova e diria que agora estamos quase 100%.
Eu estava esculpindo alguma coisa na madeira quando sinto White vir por trás e apoiar a cabeça sobre a minha e me abraçar pelo ombro.
-Oq está fazendo irmãozão jeff?- ela perguntou.
-Ainda ñ sei...- respondo olhando pra ela por cima do ombro.
-Então como você pode estar fazendo algo se nem sabe oq está fazendo exatamente?- ela me olha nos olhos e ficamos nós encarando.
-Bem, é assim que eu vivo e cuido de nós dois!- respondo e ela sorri, faço carinho em sua cabeça e ela sorri pra mim.
Ñ diria que somos amigos, nossa relação tá mais pra pai e filha, nos aproximamos, talvez, eu ensino ela como se defender e também sobre nossas diferenças, mesmo assim ela ainda ñ parece sentir vergonha de mim, claro, ela ainda é uma criança, quando crescer temo que ela comece a se afastar de mim por conta de nossas diferenças.
Eu peguei roupas novas para ela e a mesma ficou tão feliz que começou a chorar, mas mesmo assim ela ainda insiste em usar meu moletom, já faz mais de duas semanas que ñ encosto em meu moletom, tudo bem, acho que combina mais com ela.
[...]7 anos depois...
Eu estava caminhando pela floresta quando White chegou suja de sangue e segurando um machado, eu a encarei incrédulo.
-Mas que diabos, White?- grito para a mesma então ela se aproxima de mim, a mesma jogou o machado no chão.
-Jeff, eles estavam implicando comigo! Ñ foi culpa minha!- ela falou rápida tentando se explicar.
-Ah ñ me diga, você mata os seus coleguinhas e ñ quer que a culpa caia em você? Você acha que vão culpar quem quando verem os corpos, o papa?- berro para ela então a mesma abaixa a cabeça e se aproxima.
-Eu enterrei os corpos!- ela falou cabisbaixa então eu a encaro procurando seus olhos, a garota levanta o olhar pra mim mas ainda me olhando tristonha.
-Ñ sei se sinto orgulho ou medo de você!- me aproximo dela então bagunço seu cabelo como carinho, ela sorri pra mim então me da um soco na barriga, ñ sinto nada.
[...]
Mais tarde eu estava colocando o último vidro de uma porta de vidro atrás da cabana, White estava fazendo a comida então assim que eu sinto o cheiro eu me aproximo da cozinha.
-Esse cheiro....é ensopado?- pergunto e ela assenti com a cabeça.
-Aham, ñ tem mais nada no armário então fiz oq deu!- ela respondeu.
-Vá ao mercado!- falo entrando.
-Pq você ñ vai? Fica sempre na floresta ou as vezes nem sai de casa!- ela disse bufando.
-já disse que eu sou um assassino que vivo nas sombras, as pessoas ficariam alarmadas._- respondo e ela estufa as bochechas, me aproximo dela por trás então eu aperto as bochechas dela.
White me empurra então continua me olhando emburrada, ela se aproxima e começa me dar socos de leve em meu peito.
-Seu idiota!! Pare de ficar apertando minhas bochechas como se eu fosse uma criança!- ela falou ainda dando socos em meu peito, eu soltei um riso curto.
-Aiaiai, tá bom tá bom praga, ai!- ela parou de me bater e eu a encaro, sorrio de leve para ela a mesma cora e desvia o olhar se afastando.
-eu vou tomar banho, come alguma coisa e depois lava a louça tá bom-ela disse se virando para as escadas e indo até as mesmas, ela foi para o banheiro e eu escutei apenas a porta fechando.
Comi o ensopado que ela tinha feito e mesmo que simples, estava muito bom, quando terminei, lavei a minha louça e separei um prato de ensopado para White, eu fui para o quarto pensando que a mesma tivesse levado uma roupa para o banheiro, assim que entro vejo algo que gostaria de ñ ter visto.
-AICARAMBA!- acabo gritando por conta do susto, white estava nua então a mesma ficou muito vermelha e joga um travesseiro na minha cara, eu sei do quarto de imediato.
-IDIOTA PQ Ñ BATEU?- ela berrou.
-PQ Ñ DISSE QUE IA SE TROCAR NO QUARTO?- gritei de volta dessa vez do andar de baixo.
Me joguei em uma poltrona então tentei esquecer oq eu vi, isso foi desconfortável.
[...]
Minutos depois White voltou vestindo uma camiseta social branca e um shorts, eu ainda ñ conseguia olhar pra ela, a garota se aproximou ficando na minha frente, ela estava vermelha, me pergunto se era de raiva ou só vergonha, talvez fosse os dois.
-Você ñ vai pedir desculpas?
-Oq? Pedir desculpas? Mas eu ñ fiz nada!
-Você invadiu minha privacidade e quebrou minha honra!- ela disse fazendo uma pose dramática e se jogando no meu colo.
- idiota, ñ fiz por querer, eu ñ iria te espionar- respondo sem jeito virando o rosto.
-Eu sei, só tô zoando- ela respondeu então sorriu, eu a encarei e dei um peteléco em sua testa.
-vai comer vai!- falo e ela mostra a língua parecendo brava.
-já vou, ñ precisa mandar!- ela se levantou e saiu andando, eu subi para o quarto e me joguei na cama renovada, senti meus músculos relaxarem então adormeci.
[...]
Senti algo se mexer ao meu lado da cama então soube que era white, ela me abraçou forte eu retribui.
-Jeff...- acordo com sua voz perto de mim.
-Humh......que é?- falo ainda sonolento.
-Eu te amo!- ela disse quase em um sussurro mas mesmo assim eu consegui ouvir, ñ acreditei no que eu acabara de ouvir, era realmente verdadeiro ou talvez, eu apenas estivesse dormindo, gostaria de ter achado uma resposta para isso enquanto ainda estava acordado, pois depois de ouvir isso eu acabei apagando.