A noite passada foi muito chuvosa e fria. Chifuyu e Baji caminhavam pela praça quase as onze da noite. As mãos entrelaçadas uma nas outras. Já não havia mais ninguém por perto, apenas os dois sentindo o aperto quentinho das mãos grudadas. Mas não durou muito, até começar a chuviscar. De primeira, ficaram abaixo de uma barraca ali do outro lado do rua, mas logo começou trovões e raios, assim como o vento, que foi ficando forte a cada vez mais. No final das contas, os dois já estavam encharcados antes mesmo de chegarem em casa. Chifuyu ainda ria muito durante o caminho, ria do quanto que Baji reclamava por ter que ir lavar o cabelo uma hora tão tarde assim. Chifuyu iria já se despedir de Baji na hora que pararam na frente do condomínio, mas Baji o insistiu para que passassem essa noite juntos. Chifuyu demorou quase quinze minutos para conseguir finalmente avisar sua mãe. Chifuyu cumprimentou a mãe de Baji que estava sentada na mesa de jantar na hora que os dois chegaram. Baji ainda levou um esporro, mas Chifuyu apenas recebeu elogios de como havia ficado mais bonito. Então os dois logo subiram para o quarto, já Baji iria direto ao banheiro, tomar banho e trocar de roupa.
— Ah, é. Baji-san, acho melhor eu ir até lá em baixo, ou seja, em casa e...tomar banho lá e pegar alguma roupa para mim. — Chifuyu coça a nuca.
— Neeem, vai ser chato. Tome banho aqui mesmo, vá primeiro, eu no mínimo vou demorar uns vinte minutos aí. Você pode pegar um resfriado. — Baji diz dentro do banheiro, a voz ecoa.
— Mas... e a situação de roupas? eu realmente preciso ir.
— Tem problema você usar alguma minha? caso tenha pra você, então pode ir buscar. — Isso quebra Chifuyu, o deixando de olhos arregalados, e logo ele dá um suspiro lento.
— Ok...ok...eu vou ficar. — Chifuyu sai andando até o banheiro. Baji joga a toalha em cima da cabeça do loiro e sai rindo. Chifuyu termina rápido. E até meio constrangedor para ele estar na situação de agora, mas continua agindo normalmente.
— Ah...Baji-san! — Chifuyu grita meio receoso, o medo de acordar a mãe do outro. — Você pode trazer a roupa? caso já tenha separado. — Chifuyu balança a cabeça na intenção de tirar o excesso de água no cabelo.
Baji não responde, mas logo em seguida aparece na porta com um moletom verde meio pequeno, mas muito fofo. Junto uma bermuda moletom preta. Baji apenas espera Chifuyu abrir a porta e o entrega, normalmente. Chifuyu se veste, enxuga o rosto e vai até o quarto de Baji, novamente. Baji está jogado em sua cama, o lençol acima apenas de seu abdômen. Chifuyu vai para perto do garoto e se senta a beirada da cama.
— Minha vez. — Baji se espreguiça se enrolando no edredom.
E mesmo quando ele volta, Chifuyu já está quase dormindo sentado.
— Ei. Se deite. — Reclama o de cabelos longos. Chifuyu se esperta em um susto só. Chifuyu apenas joga o corpo para trás, enquanto Baji retira a toalha de seu cabelo, apenas secando as pontas agora.
— Pegue o lençol, está frio. — Baji ainda continua de costas a Chifuyu, com a regata preta marcando seus músculos. Chifuyu segue, ele se vira para o canto esquerdo da cama e se cobre.
Cinco minutos depois, Chifuyu tenta fechar os olhos para dormir, mas Baji o agarra pelas costas.
— Ah! finalmente acabei. Está com sono, Chifuyu?
— Ah, não! não estou. — Chifuyu responde rapidamente, oque deixa Baji meio confuso.
— Você pode se virar para mim? caso não seja problema também.
Chifuyu sente seu coração chegar até a goela. Ele hesita em falar algo e se vira logo. Baji o encara com os olhos semicerrados, e ele põe uma das mãos a testa de Chifuyu.
— Você está muito quente. Talvez uma febre? se sente mal? quer algum remédio? minha mãe deve ter. — As respostas são tão juntas e rápidas que Chifuyu apenas arregala os olhos, mas ri em seguida.
— Não...eu não me sinto mal. Pode ser só coisa besta, não se preocupe. — Chifuyu diz risonho. Seu coração quer o levar seus braços até as costas de Baji e o abraçar também, mas seu corpo continua a hesitar. Os dois continuam a se encarar, apenas ouvindo as próprias respirações no silêncio daquela noite. Agora a porta estava fechada, mas as janelas não. Então a luz da lua chega até aos pés descobertos de Baji. Baji põe alguns fios de cabelo de Chifuyu atrás da orelha do mesmo, fazendo Chifuyu apertar os olhos.
— Vou te usar como urso-polar de pelúcia. — Baji o traz para mais perto, o agarrando com mais força agora. Agora Chifuyu não há mais escolhas a não ser fazer oque tanto quer. Devagar...ele leva as mãos até os cabelos de Baji e os acaricia. Baji está com a cara enfiada no peitoral de Chifuyu, como se ele estivesse sendo um filhotinho com medo ou frio. Ele ainda segura Chifuyu, mas agora é carinhoso. Chifuyu o abraça e logo despeja um pequeno beijo em sua testa por impulso. Baji apenas continua quieto, e Chifuyu começa a pensar no que acabou de ter feito.
— Vai ser estranho se eu pedir para não parar? — Reclama Baji. Chifuyu abaixa a cabeça, conseguindo ver claramente os grandes cílios de Baji.
— Não, não irá. — Uma risadinha é solta.
{...}
Agora já são nove e vinte. Chifuyu acorda meio desnorteado, sentindo sua cabeça pulsar e alguma coisa o tocando várias vezes seguidas. Baji está em cima de Chifuyu, ainda jogado, mas está selando vários beijinhos por seu pescoço e subindo até seu rosto, que é o momento em que acorda Chifuyu. Baji não percebe, já que continua com os olhos fechados. Chifuyu apenas finge continuar dormindo, mas isso não dura tanto tempo até Baji selar um em seus lábios. Chifuyu agora arregala os olhos de vergonha, e Baji pior ainda.
— F-foi... mal. Não sabia que estava acordado. — Baji diz se afastando aos poucos. Chifuyu sente frio na mesma hora, sente um arrepio.
— Não se preocupe. Fique aqui mais um pouco- Quer dizer, durma mais um pouco! — Chifuyu sorri nervoso, Baji ri dele e logo os dois já estão deitados no mesmo jeito da noite passada.
Poucos segundos depois, Baji levanta e senta acima da cintura de Chifuyu, deixando o garoto corar. Ele leva uma das mãos até as bochechas do garoto que continua aumentando o rubor das bochechas.
— Como será que posso fazer essa vergonha sumir? — Baji se aproxima e o beija. Dura mais de quase um minuto, até os dois perderem o ar. Mas Baji continua deixando beijinhos por toda a face de Chifuyu.