Omissão.

323 14 0
                                    

Para ser sincero, o advogado não sabia como reagir aquela atitude da esposa. Ele foi recíproco no beijo e mesmo que as palavras de Ryzia estivesse ecoando em sua mente, em seu intimo ele ainda tinha dúvidas se havia tomado a atitude certa.



O toque sútil dos lábios da mulher ao seu era tão bom, que apesar de estarem em um lugar público e rodeado de pessoas, eles nem se importaram. Talvez, essa sensação de liberdade viesse da saudade que estava ocupando um lugar gigantesco no coração dos dois.



Era como se aquele simples beijo abrisse uma espécie de portal para um novo tempo. Um novo momento. Era como se a junção das duas almas através daquele toque fechasse um ciclo terrível na vida da família Bocaiúva Monteiro e desse a esperança para novos ares.



— Vocês arrebentaram! - Alfredo se aproximou afoito, comemorando, no momento em que Germano desceu Lili de seu colo.



— Só orgulho! - Sofia se junto a família. — Estou muito feliz.



— Arrasaram! - Guilherme se uniu a eles, enquanto segurava Bernardo no colo.



— Eu adorei, papai e mamãe! - o pequeno falou ao estender os braços para o advogado.



— Obrigado, pessoal. - Germano falou ao pegar o filho no colo.



— Agora deem espaço para mim fazer história com a minha dupla. - Alfredo falou divertido os empurrando com leveza para fora da quadra. — Vamos, Claudinho! - zoou ao chamar o amigo que seria seu parceiro naquela partida.



— Pai, eu acabou minha água e estou com sede. - Bernardo reclamou.



— Vamos comprar mais. - olhou para a filha e a esposa. — Vocês querem alguma coisa lá da conveniência?



— Água e energético, por favor. - Sofia respondeu.



— Só água. - Lili respondeu ao dar uma piscadela e o homem sorriu sem mostrar os dentes.



— Ok... - suspirou, estava cansado por conta do jogo. — Vamos lá com a gente, encosto! - chamou Guilherme.



— Amei o apelido carinhoso. - o menino falou divertido e seguiu o advogado.



— Se a Cassandra e o Fabinho estivessem aqui, eles teriam vibrado, mãe! - a menina comentou eufórica assim que o padrasto saiu. — Você arrasou na atitude! - a parabenizou.



— Acho que seu tio ficou desconfortável. - comentou ao refazer o rabo de cavalo em seu cabelo.



— Ah, mãe! Finge que não percebeu isso e segue. - aconselhou. — É normal que ele se sinta assim, afinal, vocês estão "separados". - gesticulou aspas. — Mas se você continuar assim, logo ele volta para o quarto de vocês e o resto é história.



— Ô Sofia, você anda tão "cabeça" para relacionamentos, o que é isso, em? - a olhou.



— Mãe, basta ler os livros da Rupi Kaur, do Igor Pires, do Aka Poeta e vários outros, que você nem tá sofrendo por amor, mas chora como se estivesse. - explicou fazendo a mãe rir.



— Por falar em amor, como está você e o Guilherme? - acarinhou os cabelos da filha que estava sentada ao seu lado. — Contou para ele que vai viajar?



— Estamos bem e sim, contei. Ele ficou super eufórico e o tempo inteiro falando que essa será a primeira viagem, de muitas que faremos. - riu ao lembrar. — Ás vezes eu acho ele muito serelepe, sabe?



Sorte & Azar: Paralelos.Onde histórias criam vida. Descubra agora