pela primeira vez, Jungwoo se sentiu vivo - nove

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Não demorou mais que um selinho. Isso porque Anny não queria que o garoto — de qualquer maneira — ficasse constrangido ou mesmo não gostasse desse comportamento dela. Então, apenas os lábios foram selados. Os lábios macios a impressionavam profundamente, pois ela sempre notava que sempre um pouco machucados, mas hoje — pelo incrível que pareça — não. Talvez fosse pelo estado do corpo dele, mas não a impediu de sentir como os lábios do Kim são suaves como um casaco felpudo acabadinho de comprar. 

Ela se afastou lentamente e parou de estar na ponta dos pés. Abriu os olhos e viu que o maior estava de olhos fechados. Isso foi algo que ela não esperava, mas vê-lo desse jeito a deixou feliz, o que provou que ele gostou desse ato.

Anny continuou a olhar para ele até que finalmente abriu os olhos. Jungwoo sentiu uma onda totalmente nova passando por seu corpo. Uma onda que ele não conseguia explicar o que era, mas estremeceu por seu corpo com tudo.

— Gostou? — Anny perguntou, tentando quebrar o silêncio que tinha se formado entre eles.

— S-Sim. — Gaguejou. Comprimiu seus lábios, se xingando mentalmente por ter gaguejado ao responder uma pergunta tão simples.

Anny notou uma coloração vermelha tingir as bochechas de Jungwoo. Não sabia se já estava um pouco antes, mas agora se notava bem e ela achou a coisa mais fofa do mundo. 

— Você está corado. Que fofo. — Sorriu. 

— E-Eu não estou. — Gaguejou de novo, mais uma vez, se xingando mentalmente. — Aish, porque eu só gaguejo? — Perguntou para si próprio após se xingar em cinquenta formas diferentes.

— Você quer mais? — Jungwoo não esperou por essa de Anny. A garota estava se divertindo ver Jungwoo ficar ainda mais corado. Mas não mente que quer sentir melhor a boca de Jungwoo, mas antes apenas tinha aquele receio dele não gostar.

— Você me daria outro? — Jungwoo perguntou sem menos pensar. 

— Sim, mas eu tenho uma pergunta antes.

— Pode fazer. — Finalmente tinha conseguido parar de gaguejar, o que o deixou mais aliviado.

— Posso te dar um beijo... Sem ser selinho?

— Eu... Não sei beijar. 

— É só seguir os movimentos da minha boca. Não é difícil. — Jungwoo fechou os olhos e suspirou, abrindo-os de novo, encarando-a.

— Tudo bem. Mas não me responsabilizo de ter sido ruim.

— Não se menospreze assim... — Olhou aos redores, comprimindo os lábios. — Vamos para outro lugar. — Jungwoo nem falou nada contra, apenas seguiu a garota que se encaminhou para trás da escola e se encostou na parede.

— Você é mais alto, então... Pode se baixar só um pouquinho? — Perguntou assim que o maior colocou sua mochila no chão.

— Claro. — Jungwoo se aproximou de Anny, se abaixando um pouco. Foi puxado pela gola da blusa, ficando a pequenos milímetros de distância e, ainda teve que se segurar na parede, pois não esperava ser puxado.

Seu cotovelo é que estava na parede, apoiando-o. O mesmo estava um pouco acima e ao lado da cabeça da garota, deixando ela "presa" por um dos lados. Jungwoo até pensou em tirá-lo, mas surpreendeu-se novamente quando sentiu seus lábios serem pressionados contra os de Anny, mas não foi como à pouco. Os lábios dela começaram-se a mexer bem devagar, como se esperasse Jungwoo se movimentar também. Jungwoo não sabia como fazer, mas também ela tinha-lhe dito que era só seguir seus movimentos e ele fez isso e, com isso, o primeiro estalo do beijo foi ouvido. 

Um sorriso saiu da boca de Anny, separando o beijo, fazendo Jungwoo abrir os olhos.

— Isso, Woo. — A maneira que ela lhe chamou lhe fez arrepiar. A onda que se presenciava à pouco no corpo dele tinha voltado. Sinceramente tinha voltado desde o início de tudo, ainda antes dela o beijar. Começou justamente quando ela o puxou para mais perto de si.

Anny voltou a beijá-lo, mas desta vez, ele conseguiu-se sair melhor que antes, onde ficou parado no início. Mais um estalo foi produzido pelos dois. Outro e mais outro. O beijo era calmo, transmitia tudo o que eles estavam sentindo, embora de maneiras diferentes. Jungwoo estava beijando alguém pela primeira vez. Essa pessoa que afirmou que o amava e provou ao beijá-lo. E cá estavam eles de novo, se beijando. Ele sentia-se feliz também, tinha descoberto a dona da cartas, cuja mesma esteve do seu lado todo o tempo desde que se cruzaram. Já não pensava nas probabilidades que iria ter ao não ter-se cruzado com a mais nova, ele estava feliz de mais para isso. Pela primeira vez, Jungwoo se sentiu vivo.

Anny se sentia mais que feliz. Ela gostava realmente de Jungwoo. Embora tenha demorado, e pensado em esquecer esse sentimento pois o garoto era mais que fechado, a ajuda do casal de amigos foi a melhor. Os dois, sendo da turma do Kim, a ajudaram imenso a se aproximar dele, já que ela era de turma diferente e raramente os horários batiam, então ela sempre pedia a algum deles para deixar a carta no cacifo de Jungwoo.

O sorriso que Jungwoo soltava sempre que lia as cartas era visto por ela mesmo que de longe, ela sempre viu tudo. Se sentia feliz, pois estava fazendo outra pessoa feliz. 

Ela sabe que Jungwoo poderá não sentir da mesma forma. Talvez seja algo novo para ele e o facto das cartas, pode ser o caminho aberto, e ela não tem motivo para reclamar. Prefere muito mais isso do que perder Jungwoo para a morte... Pois ela sabia, ela sempre soube. Estava na cara que Jungwoo estava morto por dentro, era só mais um passo e ele estaria por fora e ela nunca se perdoaria, pois ela sabia que poderia fazer algo para mudar, e fez.

Ela conseguiu mudar a vida de Jungwoo para melhor, graças a cartas de amor anónimas.



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E vamos de choro porque esse é o penultimo cap da fic ☹❤
Eu espero que estejam gostando, pois eu estou amando escrever cada pedacinho dela 

Cartas para Kim Jungwoo | kim jungwooOnde histórias criam vida. Descubra agora