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Uma att levinha para hoje porque a realidade de ontem foi pesada demais :(

Na dia seguinte Rafaella acordou se sentindo incrivelmente bem, mesmo que tivesse perdido a hora da sua caminhada matinal. Nada havia mudado do dia anterior para este, mas o fato de saber que Bianca a apoiava e a ajudaria a realizar seus planos lhe dava motivação para fazer o que quer que fosse preciso.

Levantou espreguiçando o tronco, em seguida fez alguns exercícios de alongamento da coluna e do pescoço. Calçou seu chinelo e seguiu para o banheiro para realizar sua higiene matinal. Voltando ao quarto pegou seu celular vendo que ainda não era tão tarde e, lembrando-se da hora que ela e Bia foram dormir, imaginou que a outra ainda estivesse no décimo quinto sono. Aproveitou para preparar alguma coisa para o café da manhã de ambas.

Essa era uma atividade comum entre elas. Quem acordava primeiro fazia o café. Não era um acordo pré-estabelecido mas fora assim que desde a adolescência se acostumaram a agir e seguiam essa rotina desde então. 

Quando entrou no campo de visão da cozinha, porém, ouviu vozes conhecidas. Ou melhor, ouviu uma voz conhecida e outra que preferia ser surda a ter que escutá-la com tanta frequência. Respirou fundo e ensaiou voltar para o seu quarto mas já era tarde.

— Olha ela aí! Bom dia, Rafinha! — Bianca exclama com uma irritante animação após ter dormido no máximo por 4h — Acordou tarde hoje, hein!

— Bom dia, gente. — cumprimenta recebendo um sorriso falso da loira sentada ao lado de Bianca — É... eu... demorei a dormir ontem a noite. — se explica como se a morena não estivesse presente na aventura da madrugada.

— Então aproveita que a Gabizinha trouxe café da manhã e senta aqui pra comer com a gente! — da dois tapinhas no espaço vago a sua frente.

— Imagina, Bia. Vocês tão aí no maior clima romântico e eu não quero atrapalhar. Além do mais eu nem to vestida de forma apropriada também. — tenta ser o mais educada possível apesar de já estar com vontade de esganar a visita pela forma como a olhava, certamente a repreendendo por estar de calcinha e blusão em sua própria casa.

— Puff! — a carioca da de ombros — Nada que eu já não esteja acostumada, e a Gabi não se importa também, não é linda?

E naquele momento Rafaella teve certeza que se um olhar matasse, ela já estaria morta. Pôde ver plenamente o ódio cintilar na íris azul da loira após o comentário sugestivo de Bianca que pra um mau entendedor - ou um entendedor ciumento, no caso - era um prato cheio para surtar.

— Não seja inconveniente, Bia. A Rafa já disse que não quer, deve ter outros planos, tipo passar o dia se bronzeando na praia. — a mais nova segurou a pose e tentou sair como superior.

— Mas eu sei fazer ela querer! — insistente, a morena levou sua mão tatuada a mesa levantando um recipiente na altura da visão de todas — A Gabi trouxe pão de queijo! Não vai recusar, né? 

A mineira mais velha semicerrou os olhos tentando entender se Bianca estava com algum problema de noção, no caso a falta dela, ou apenas estava se divertindo colocando lenha na fogueira. Poderia apostar na segunda opção e sendo assim, resolveu entrar na onda da carioca e de quebra ainda provocar seu desagrado.

Um pouco de diversão no café da manhã não faria mal a ninguém. Inclusive poderia revidar as gracinhas da sua companheira de apartamento e espezinhar a loira sem sal.

— Ah, sendo assim eu fico. Não consigo dizer não pra um pão de queijo. — aceita o convite se sentando na mesa, vendo os olhos de Bianca brilharem com um sorriso sacana e Gabriela quase soltar fogo pelo nariz.

CRIMINAL - RABIAOnde histórias criam vida. Descubra agora