O diario de duas irmãs

capítulo 8

Depois que as aulas terminaram, Ângela perguntou se eu queria ir até a quadra de basket com ela, mas dessa vez eu falei que não e inventei a primeira desculpa que me apareceu, eu precisava de um momento só para mim, sem ninguém, eu até podia ir para casa, mas Ângela não deixaria ir sozinha, ela realmente estava preocupada comigo, e também em casa eu não teria paz , ou minha irmã mais nova me encheria o saco, não que eu a odeiasse, eu a amava, mas as vezes.... Ou minha irmã mais velha também não me deixaria em paz .
Assim que me separei de Ângela fui pro banheiro, talvez eu teria mais socego lá, só que não, eu mal lavei o rosto e começaram a aparecer garotas fofocando alto, e meu pânico estava voltando, eu precisava parar com isso, e eu sabia um jeito , não que eu me orgulhasse desse jeito que eu encontrei para controlar minha ansiedade, mas era o único que resultava, -cocaina- e eu tinha ainda um pouco na bolsa, tá bom talvez muito, eu tinha tirado da pasta de Leu quando fui pra sua casa por ordem da minha irmã, Leu me fazia mal, ele era a raiz de um dos males que eu tentava esquencer, mas eu não podia falar para ninguém, e eu descobri que as drogas faziam esquencer esses males, eu estava parecendo uma viciada, entrei em um dos banheiros, tirei o pó , e ingeri , puxei com o nariz, e em alguns segundos tudo se foi, eu estava voando, eu precisava de mais daquilo, repeti o processo várias vezes até que eu não sentia mais meu rosto, eu precisava sair dali, por sorte a faculdade estava quase vazia , fui camaleando para biblioteca e por sorte ninguém me viu, assim que cheguei lá procurei um cantinho e fiquei, eu me sentia voando, era tudo paz e amor, eu estava rindo de minhas piadas, mas rindo em silêncio , o que parecia engraçado , muito engraçado para mim, liguei pra Ângela vir me buscar, eu realmente não estava em condições de andar.

📞:Voce ainda está na quadra?

📞:Sim , onde você está?

📞:Na biblioteca, vem pra agente ir pra casa.

📞:Você está bem?

📞: Claro, eu nunca me senti melhor.

📞:Tá certo, tou chegando, não saia daí...

Cara ela soava tão engraçada, e eu só ria, depois de alguns segundos tudo ficou escuro e eu apaguei.
Não sei quanto tempo fiquei apagada, a única coisa que lembro e ter ter acordado com o som de meu celular e alguém gritando meu nome, era Ângela, mas eu não conseguia responder, tudo parecia estar girando, e eu estava com uma dor de cabeça muito forte.

-O que aconteceu com você Frã? - Perguntou Arthur se aproximando mais rápido assim que me viu nó chão.

- Eu nao sei, não lembro, aliás, eu estava aqui na biblioteca e depois tudo ficou escuro - Respondi tentando me ajeitar nó chão em uma tentativa falha, mas Arthur me ajudou.

- Você lembra de ter ligado pra mim? - Perguntou Ângela.

- Sim, mas não com detalhes.

- Vamos tirar você daqui e levar para casa, a faculdade está quase fechando - Disse Arthur se levantando me levando junto.

- Não conta pro meu Tio por favor. - implorei, ele parecia ter percebido o porque do meu estado, pois ele estava com uma cara de incrédulo e muito sério, confesso que aquilo me assustou, depois que meus pais morreram ele cuidou de mim, como uma irmã mais nova e a ideia de ter o decepçonado..., Nunca antes o vira tão sério.

-Agente conversa melhor em casa. - Disse Arthur.

Depois que entrei nó carro do Arthur, o clima ficou muito pesado, eu estava sentada nó banco de trás e ele e Ângela iam a frente.
Depois de alguns minutos sem ninguém se pronunciar decidi vagar em meus pensamentos, eu não queria, mas não conseguia evitar. Eu só pensava nó que será que ele ia fazer, se ele contasse pro tio Carlos eu realmente estaria ferrada, ele fez papel de pai depois que meus pais morreram, eu o decepcionaria, minha irmã...
Voltei a realidade assim que Ângela desceu do carro abrindo a porta e trazendo o ar frio para dentro. Ela se despediu do professor e depois Arthur seguiu viagem.