— Passado é passado, melhor deixar ele lá. De qualquer jeito nós não temos mais o privilégio de viver um romance.
Falava Paul colocando sua farda novamente.
— Tá aí uma coisa que mudou, parece que você não tem mais nenhuma esperança da vida.
— Quando se tem o trabalho que a gente tem, com esse tipo de ideologia em um mundo de maioria capitalista, realmente não tem como ter muita fé na vida.
— É né, mas fazer o que. Nós acabamos nascendo em famílias extremamente comunista de extrema esquerda.
— Comunismo já é passado, ninguém fala comunismo hoje em dia, é socialismo. — falava enquanto trocava de roupa. — Que cá pra nós não tem nenhuma diferença.
— Diferença até tem, mas não é tãaaaao grande assim.
— É né. Mas enfim, melhor a gente já ir preparando os nossos postos, temos muitas coisas pra fazer.
— Verdade, até mais então.
— Até.
Algumas semanas se passaram até que Paul fosse para a Polônia, estava falando com todo mundo e deixando tudo no lugar antes de ir.
— Devo passar só uma semana fora. Se alguma coisa estiver fora do lugar, posso ser generoso com a punição.
— Falou o cara que deixou um tanque de guerra ser roubado por um idiota de moletom verde em uma base inglesa.
Sussurrou algum soldado qualquer. Todos estavam reunidos na frente da base, e logo ele estava na frente.
— Soldado, repita o que você falou.
— QUE?!! N-não foi nada General Paul.
— EU MANDEI REPETIR, AGORA!!
— HÃaaA, e-eu fa-falei que-
— Como eu pensei. Homem que é homem fala na cara, se você não tem capacidade nem para isto, por que está no Red army?
— Me desculpe, General Paul!
— É bom não se repetir mais, principalmente na presença de Red Leader.
— O-ok.
— Enfim, voltando para o assunto. O novo general de vocês será o General Patryck, ele vai cuidar das princesinhas enquanto estou fora. O soldado Fernande vai estar encarregado de levar dinheiro para Cuba, entendidos?
— Entendidos!!!
Gritava todos os soldados. Paul voltou para seu ir pegar suas coisas para viagem
— Boa sorte.
— Você que devia ir Pat, você que é o Polonês na relação aqui.
— Pois é, mas estão te convocando, não a mim. Apenas lembre das aulas de polonês que te dei.
— Ok ok, mas bem que essa reunião podia ser na Holanda.
— Apenas pare de reclamar e vá, vou cuidar de tudo por aqui enquanto estiver longe.
— Valeu.
Os dois deram um abraço sincero e Paul seguiu seu caminho para Polônia.
Agora estava tudo na mão de Patryck.
O tempo foi passando, Patryck foi se virando bem com as coisas. No começo zombavam dele, até saberem que ele é mais rígido que Paul. Por não gostar muito de ficar no meio dos homens, acabou se dando melhor na enfermaria, onde todas as funcionárias eram mulheres, poucas, umas 5, mas para ele era melhor ficar lá nos intervalos.
— General Patryck! Que visita agradável, o que leva o senhor a vir aqui novamente?
Uma enfermeira, baixa estatura, um pouco gorda, cabelos longos, cacheados; um tom de castanho bem claro; pele branca; recheada de sardinhas no rosto.
Era a hora do almoço, ela estava a ajeitar a mesa.
— Olá, Beatrice, vim comer com as senhoritas novamente. Sabe, é melhor se servir no meio das damas do que no meio de trogloditas, ou comer sozinho mesmo.
— Não imaginava que o senhor seria tão gentil e receptivo, os homens daqui são tão brutos como pedra.
— Em qualquer quartel são.
— Mas com certeza o pior deles é Red Leader, ele quer usar todos como meros objetos, especialmente as mulheres. Acha que toda dama que encontra pela frente trabalha com bordel, um dia me ofereceu uma "oportunidade" de se deitar com ele, ainda por cima de deu uma roupa super erótica de enfermeira.
— Tord é assim desde adolescente, mas pelo menos na época ele conseguia conquistar uma garota ou outra.
— Tord?
— Tord é o seu verdadeiro nome.
— Sério? Nossa, nem imaginava. Os senhores se conhecem há muito né? Já ouvi boatos por aqui sobre.
— Sim Sim, eu, Tord e Paul nós conhecemos desde da barriga da mãe.
— Sei, um dia encontraram umas fotos dos tempos de mais jovens do General Paul, o senhor parecia muito íntimo dele, mais íntimo que Red Leader
— Eu e ele éramos namorados.
— O que?!
— Antes que pergunte, sim, eu sou gay.
— Agora sim eu fiquei surpreendida, o senhor é muito corajoso em falar isso.
— Por que?
— Generais sempre tentam parecer os mais másculos possíveis, mesmo sendo homossexuais, escondem de Deus e o mundo.
— Não há necessidade de me esconder. O fato de ser um homem que gosta de outro homem não me faz mais fraco ou menos competente.
— Compreendo totalmente, mas poxa, já estava sentindo uma coisinha pelo senhor, uma pena não gostar de mulheres.
— Hahaha. Caso eu gostasse de mulheres também sentiria uma coisinha pela senhorita. E por favor, pare de me chamar de senhor ou de general, me chame de Pat.
— Se o senhor, que quiser, se você prefere assim, ok. Pode me chamar Bea também.
— Ok, Bea.
— Mas só entre a gente, você ainda gosta do General Paul?
— Só tem nós dois aqui né? Bom... Meu coração ainda dá um negocinho com ele para falar a verdade.
— Por que não voltam a ficar juntos então?
— Foi apenas um namoro de adolescência, o meu primeiro namorado na verdade, que acabou sendo interrompido porque cada um foi para um lugar diferente. Não acho que Paul ainda sente o mesmo.
— O primeiro namoro a gente nunca esquece.
— Besteira Bea, esquece sim. Agora deixa eu te ajudar que já já as outras chegam. Quem falta chegar mesmo?
— Nem precisava, já tô quase acabando, e só falta chegar a Jennie, a Hana, a Aurora e a Nona.
— Ok
— Mas sério, me escuta, você devia dá outra chance pra esse namoro.
— Só em sonho.
Pat a ajudou com o resto até que as outras chegassem. Conversa vai, conversa vem, mais uma tarde agradável almoçando.
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Igual aos velhos tempos
Fanfiction"Vamos fazer que nem antes, igual aos velhos tempos" Mas vai ser realmente igual aos velhos tempos?