Capítulo 5 - Luto

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Acordo às 8h da manhã, me sento na cama.

- Bom dia. - diz Lauren. Ela está organizando suas coisas. Hoje vamos para um apartamento próprio.

- Bom dia. - respondo sorrindo. - Cadê George e os outros?

- Levantaram mais cedo. - ela dá de ombros. - Está empolgado com a escolha do emprego?

- Sim. E você?

- Muito. Estou tão feliz de ir morar com George.

- Estou feliz que ele tenha você, e que além de ser minha melhor amiga é também minha cunhada. - eu falo rindo.

- Para boba. - ela me empurra. -Mas também estou feliz. Sempre nós três, certo? - pergunta ela levantando o dedo mindinho.

- Certo. - eu cruzo meu dedo mindinho com ela. Nos abraçamos e saímos do dormitório.

A iniciação pode até ter sido difícil, perturbadora, mas uma coisa boa que aconteceu foi virar amiga de Lauren.

Caminhamos juntas por um tempo até que chegamos perto do abismo. Na volta do abismo está cheio de pessoas. Membros da Audácia e iniciandos.

- O que será que houve? - pergunto a Lauren.

- Ei - Lauren chama um homem que está próximo de nós. - O que aconteceu?

- Um iniciando pulou do abismo esta madrugada.

Sinto uma pontada de medo em meu coração. Desde a primeira simulação da morte de George tenho sentido muito medo dele morrer.

Lauren e eu voltamos a andar, procurando nossos amigos. Encontramos Nikki, Noah, Ethan e Kimmy. Nikki está com os olhos cheios d' água e os outros parecem nos olhar com cara de pena.

- Disseram que alguém pulou. Vocês sabem quem foi? - pergunta Lauren.

- Eu sinto muito meninas. - diz Nikki se recompondo.

- Sente muito pelo o quê Nikki? - pergunto irritada. - Cadê o George? - o procuro com o olhar mas não o encontro.

- Foi ele. - Nikki neste momento prende minha atenção. - Foi ele que pulou do penhasco. Reconhecemos o corpo.

Meu mundo começa a girar, não pode ser verdade. Sinto que vou desmaiar, mas antes que isso aconteça, Noah me segura.

- Não pode ser. Ele não faria isto. - digo chorando.

Nikki agarra a mão de Lauren e Noah me guia pelo corredor. Chegamos no espaço onde está o corpo e então eu o vejo. O meu irmão. Pálido. Morto. Perco o meu chão, caio ao lado do corpo de George e lágrimas escorrem sem parar.

- NÃO!! - eu grito chorando. - GEORGE NÃO! POR FAVOR NÃO. - me seguro ao seu corpo. Isso é mentira. Estou em uma simulação, só pode ser isto. Uma simulação que eu estou consciente. Pode ser né?

Tento controlar minha respiração para a simulação acabar, mas não acaba. Continuo no chão, perto do abismo, ao lado do corpo caído do meu irmão. É verdade, George está morto.

Lauren se ajoelha ao meu lado e me abraça em silêncio, consigo ouvir seu soluços. Eu a abraço de volta e continuamos a chorar juntas.

Ficamos um tempo daquele jeito até que Noah fala:

- É melhor sairmos daqui. Vamos para um lugar mais calmo para vocês respirarem.

Lauren se levanta.

- Vamos Tori. - diz ela com calma.

- Não. Não vou sair daqui. - digo chorando. - Isto não é justo! - estou gritando. - George nunca faria isso, ele foi morto. Temos que descobrir quem foi!

Tory Wu - Uma história DivergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora