Capítulo 8 - A divergente

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O nome da garota loira da Abnegação que eu espero na porta é Beatrice Prior. Se não estou enganada, seu pai trabalha com o líder da cidade.

Ela entra na sala e eu a observo, ela parece nervosa, prestes a entrar em pânico com o teste. Ela encara a cadeira do teste com medo.

- Não se preocupe, não dói. – digo tentando acalma-la um pouco.

Vou para perto da cadeira ligar a máquina.

- Sente-se e fique à vontade. – falo. – Meu nome é Tori.

A garota, se senta na cadeira e me observa enquanto arrumo a máquina e os fios.

- Por que o gavião? – ela me pergunta de repente. Sua voz, me lembra a voz de uma criança. Prendo um eletrodo em sua testa.

- Você é a primeira pessoa curiosa que conheço da Abnegação. – ergo as sobrancelhas ao olha-la.

O único abnegado que falou comigo além de ¨oi¨ e ¨obrigada¨ foi Quatro. Os abnegados são quietos e nunca trazem a atenção a eles mesmo.

Eu começo a cantarolar um pouco, pensando se eu conto a ela ou não, ela está nervosa, não tem porque eu não a ajudar um pouco a se acalmar.

- Em certas partes do mundo antigo, o gavião simbolizava o sol. Quando fiz esta tatuagem, pensei que, se eu carregasse o sol sempre comigo, não teria medo do escuro.

Ela fica em silêncio por alguns segundos, até que outra pergunta salta de sua boca.

- Você tem medo do escuro?

Lembro das minhas simulações e de passar mal durante elas por causa do escuro.

- Eu tinha medo do escuro. – eu a corrijo. Prendo o eletrodo na minha testa e conecto os fios. – Hoje serve como um lembrete do medo que superei.

Ela não faz mais nenhuma pergunta, enquanto termino de arrumar a máquina e os fios que conectam nós duas, vejo ela apertar com força o braço da cadeira. Após terminar de arrumar tudo entrego o soro a ela.

- Beba isto. – digo.

- O que é? – ela pergunta nervosa. – O que vai acontecer?

Se eu pudesse contar...

- Não posso falar. – isso não é uma frase de conforto para quem está tão nervosa. – Apenas confie em mim.

Ela expira fundo e bebe. Depois seus olhos se fecham.

**

Depois de abri-los, Beatrice observa o cenário, até que a voz de Jeanine Matthews surge no ar.

- Escolha.

- Por quê? - pergunta Beatrice.

- Escolha.

- O que farei com eles?

Por que ela não pode simplesmente escolher, o que ela está fazendo?

- Escolha! - a voz grita.

Beatrice cruza os braços. O que está criatura está fazendo?

Os objetos desaparecem e ela se dá de frente ao cão. Ela não escolheu o queijo, então sua facção não é a Amizade. Ela não tem uma faca, nem o queijo, não a solução. Ela pensa um pouco, ela não quer fugir, o que pode sugerir como facção a Audácia. Ela pensa no que sabe do cachorro, da anatomia dele, uma coisa que sugere como facção a Erudição. Ela pensa mais um pouco e se ajoelha no chão fechando o olho. O cachorro fica manso e se aproxima dela, lambe sua bochecha e ela abre os olhos.

Espera, ela está mesmo apresentando aptidão para mais de uma facção? Antes que eu consiga pensar melhor, aparece a menininha chamando o cachorro. O cachorro começa a rosnar está prestes a atacar a menina quando Beatrice se joga por cima da menina.

Tory Wu - Uma história DivergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora