𝑺𝒆𝒆𝒍𝒆𝒏𝒗𝒆𝒓𝒘𝒂𝒏𝒅𝒕𝒆 | 𝑲𝒂𝒊 𝑯𝒂𝒗𝒆𝒓𝒕𝒛

𝑲𝒂𝒑𝒊𝒕𝒆𝒍 1

𝑺ã𝒐 𝑷𝒂𝒖𝒍𝒐, 𝑩𝒓𝒂𝒛𝒊𝒍

Trim trim trim...

Abro os olhos levemente sentindo o sol iluminar meu rosto fazendo minhas orbis  arderem, gemo em frustração me arrependendo completamente de ter dormindo tarde, procuro meu celular na cama, encontrando-o na banquinha ao lado da mesma, desligo aquele som irritante do despertador vendo que já são 5:00h. Levanto esfregando os olhos sentindo todos os músculos do meu corpo falharem. Dormi somente duas horas e o meu vôo é daqui a... Oh Merda! Meu vôo... Tenho uma hora para fazer minhas higienes, fazer check-out do hotel, chegar ao aeroporto, fazer check-in no aeroporto, despachar minhas malas... Droga! Eu estou muito ferrada. Meus pais devem estar querendo me deserdar nesse momento. Saio correndo para o banheiro, afim de conseguir me aprontar em tempo recorde.

...

– Cheguei...- sinto o ar faltar nos meus pulmões assim que chego até onde meus pais estão.

– Onde você estava??- quase consigo ver a fumaça saindo por suas orelhas- Estamos quase perdendo o vôo e você chega como se nada tivesse acontecido, chegamos a São Paulo com antecedência para não nós atrasarmos e mesmo assim você parece não dar a mínima... Você tem noção do quanto essa viagem é...

–Importante para os seus avós que estejamos no casamento da sua prima com aquele empresário milionário blá blá blá... É eu sei mãe, a senhora fez questão de falar isso a semana toda- Completo o discurso repetitivo dela

–Última chamada para o vôo 701 com destino a Alemanha...– escuto a voz nós auto falantes

– Viram? Vamos lá pessoal é o nosso vôo, sem estresse, deu tempo e o que importa é que em algumas horas estaremos em Aquisgrana– após a fala do meu pai nos dirigimos ao portão de embarque um silêncio desconfortável... Não gosto de brigar com a mamãe, mas desde que soube que teríamos que visitar meus avós, ela está impossível.

...

Sentei na poltrona ao lado de uma senhora que já estava babando no banco antes mesmo do avião decolar.
Respiro fundo e parei para observar como eu estava, sai nas pressas que nem pensei na roupa que peguei... O que não é do meu costume, já que gosto de estar sempre bem vestida... Bem... Ao meu ver, estou apresentável... Uma calça de algodão colada ao corpo, acentuando bem minhas curvas, uma camisa básica preta colada de manga comprida e gola alta com minha bota de salto e por cima um sobretudo bege... Ok... Tudo sob controle.

...

...Estava tudo escuro, andei mais um pouco e dei de cara com uma enorme escada de madeira que parecia estar bem desgastada, fui subindo devagar ouvindo o ranger das tábuas abaixo dos meus pés, sentindo todos os pelos do meu corpo arrepiarem, até que dou de cara com uma porta marrom, coloquei a mão na maçaneta sentindo o medo e a curiosidade me tomarem, ao abrir a porta consigo vê-los, eles estão juntos... Engoli seco quando eles me perceberam entrar e logo senti meu estômago revirar, Théo veio até mim me fazendo encolher

– O que faz aqui? Não cansa de fazer papel de idiota ou você acha que terá chance algum dia?? Hum?? Haha Você não passar de uma nerd, a sombra...– Suas palavras ecoavam na  minha mente, me fazendo sentir o desespero e a angústia tomarem conta de mim...