𝑲𝒂𝒑𝒊𝒕𝒆𝒍 7

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𝑳𝒐𝒏𝒅𝒓𝒆𝒔, 𝑰𝒏𝒈𝒍𝒂𝒕𝒆𝒓𝒓a

Unf...

Suspiro fundo assim que esvazio a última caixa, passei esses últimos 7 dias desempacotando as caixas no pequeno apartamento que consegui em um prédio a uns oito quilômetros de distância da faculdade. Eu sei, é bem distante e vou acabar tendo que pegar transporte todos os dias. Sabe... As vezes ainda tenho a esperança de que meus pais vão falar que somos ricos e que só me fizeram viver humildemente pra aprender a valorizar o dinheiro, bom... Pelo menos estou em Londres.

...

Nesse momento estou andando pelas ruas em busca de um supermercado, infelizmente não dá para viver de fastfood pra sempre. Olho em volta e começo a reparar nas pessoas ao meu redor, andando de um lado para o outro vestidas com suas roupas de frio e parecendo sempre com pressa, enquanto carregam em uma de suas mãos o típico copo dos filmes que para mim sempre parece café, porém não me surpreenderia se fosse chá, já que os ingleses adoram isso. Avisto as luzes acesas e consigo reconhecer o mercado. Finalmente... Achei que teria que ir ao Brasil fazer as compras.

Estou andando pelos corredores até que tropeço em algo e apoio minhas mãos na estrutura ao meu lado que logo depois percebo ser uma pilha de papel higiênico derrubando-os  "AI MEU DEUS". Olho para trás e consigo ver um belo rapaz de cabelos castanhos e olhos extremamente verdes, quase acinzentados, típica aparência de um playboy conquistador

Ei, se queria chamar minha atenção era só ter me cutucado, não precisava me chutar — Só então percebo que ele trajava um avental azul, me fazendo perceber que ele provavelmente trabalha aqui — E com certeza não precisava derrubar uma pilha de 52 papéis higiênicos que demoraram umas 3 horas para serem organizadas

Oh! Moço, me desculpe! Eu não te vi no chão, eu só estava... — Começo a entrar em desespero enquanto vejo as pessoas me encararem no meio dos papéis higiênicos

O vejo se aproximar e logo me estender a mão, não deixando o sorriso brincalhão sumir de seu rosto

Tudo bem! Nem fui eu que arrumei mesmo. —  Me tranquilizo ao ver que ele não está chateado — Mas é sério... Não precisava disso, seu sotaque já me chamaria atenção o suficiente

Quê? Que atenção? Eu só estava procurando coisas para conseguir me manter viva por m semana e... — consigo ver seu sorrisinho debochado enquanto cruza os braços, destacando seus bíceps levemente marcados pela camisa branca — Da pra parar de me encarar como se estivesse duvidando? Ou sua autoestima é tão elevada a ponto achar impossível alguém não estar tentando chamar sua atenção? Não é porque você é bonito, tem olhos encantadores, braços malhados e esse sorrisinho de "Vou partir seu coração logo depois de abrir suas..." — Sou interrompida de meu pequeno surto pela risada alta do garoto, sentindo minhas bochechas esquentarem ao perceber tudo que acabei de dizer

Auch! Calminha aí, estressadinha. Eu só estava... Você está corando!? Você está corando! — o escuto prender a risada — Não fique envergonhada, é normal eu causar esse efeito nas pessoas

Faço uma careta emburrada o vendo soltar a risada, logo respirando fundo, não tirando o sorrisinho de seu rosto

— Tá bom! Vou parar agora, antes que você possa se camuflar nos tomates — O vejo estender uma das mãos em minha direção — Sou Matteo, Matteo Rivera

𝑺𝒆𝒆𝒍𝒆𝒏𝒗𝒆𝒓𝒘𝒂𝒏𝒅𝒕𝒆 | 𝑲𝒂𝒊 𝑯𝒂𝒗𝒆𝒓𝒕𝒛Onde histórias criam vida. Descubra agora