𝑨𝒒𝒖𝒊𝒔𝒈𝒓𝒂𝒎𝒂, 𝑨𝒍𝒆𝒎𝒂𝒏𝒉𝒂
Argh... Nada!
Suspiro fortemente e olho pela milésima vez para a tela do celular não vendo nenhum email. É... Acho que não foi desta vez... E para complementar estou me sentindo um saquinho de batatas... Esse vestido é tão desconfortável quanto esse casamento...
– Se você não parar de puxar o pano deste vestido, aí sim ele vai parecer um saco de batatas – Sou interrompida pela voz da minha mãe enquanto tenta ajeitar meu vestido
– Como sabe que..? Espera... Eu disse isso alto?
– O suficiente para metade da festa ouvir – Me olha com um olhar de censura seguido de um sorriso, logo me dando as costas e saindo
– Mas...
– Alguém está de mal humor – Viro para trás dando de cara com o jovem casal e logo consigo ver seu sorriso
– Ela nunca gostou do namorado da prima – Vejo o sorriso de Sophia e sorrio de volta
– Em minha defesa ele nunca me deu motivos para qualquer sentimento positivo
– Bom... Vou pegar bebida! Vocês querem? – Pergunta o jogador recebendo um aceno positivo de sua namorada, enquanto eu apenas nego com a cabeça agradecendo – Já volto...
– Então... Como está? – Sophia me olha tímidamente
– Estou bem, na medida do possível – Digo as últimas palavras um pouco mais baixo – Tirando esse casamento, sério o que as pessoas vêem nele – Olho para o lado e vejo metade da família bajulando ele
– Lembra que você chamava ele de Sr. Pomposo? Ele passava o dia inteiro com um pote de gel, passando no cabelo – Diz a Alemã enquanto gargalha
– Eu não tenho culpa se ele se importava mais com o cabelo do que com a namorada, lembra da vez que ele deixou a Melissa cair na lama porque um mosca ficou presa no cabelo dele – Lembro enquanto a acompanho na gargalhada
– Ela ficou furiosa e ele ficou chamando ela de "benzinho" a cada trinta segundos – Rimos ainda mais
– A conversa deve estar boa visto que chamaram atenção de metade da festa – O jogador fala com um enorme sorriso no rosto e as bebidas em mãos
– Você falou iguazinho a mamãe – Torço levemente o nariz
– Oh! Me espera aqui, eu já volto – Diz Sophia enquanto anda em direção a mesa em que sua mãe a está chamando
– Do que estavam rindo?– pergunta curioso
– Você não entenderia – o respondo com um sorriso inocente
– Piada interna? Ok... Você não irá falar – Sorrio de sua expressão de derrota – Então... Já sabe sobre a faculdade?
– Nenhum email... Não deu certo dessa vez... mas talvez dê na próxima – Forço um pequeno sorriso – ou talvez não, ou talvez não dê certo nunca e eu largue todos os meus estudos e sonhos, nunca receba um diploma, tenha que fugir de casa, comprar uma passagem de volta para o Brasil e uma tenda e vou vender minha arte na praia e depois eu posso me tornar Hippie e... – Digo as palavras quase que sem respirar, enquanto sinto o desespero tomar conta de mim
– Você vai o que? – Sinto seus olhos me olharem assustados e em confusão
– Tem razão! Eu não posso vender minha arte na praia porque eu não tenho arte para vender. Ai Meu Deus... Eu não sei fazer nada... Eu sou uma inútil – arregalo os olhos desesperadamente jogando a cabeça para trás
– O que? Não! Para! – Sinto suas mãos segurarem meus braços me fazendo parar e só então percebo que estava andando de um lado a outro
Olho em seus olhos e me sinto ser arrastada até o pátio do lado de fora
– Olha... Você não é inútil, tá bom? Ouvi dizer que você era uma das melhores alunas na escola e que escreveu dois ótimos livros que esconde na sua mesinha de cabeceira e, sabe..? Eu gostaria muito de ler um dia. Eles podem não ter mandado ainda, mas não quer dizer que não vão mandar, e se não mandarem eles que estão perdendo – Deixei escapar um riso com sua última frase – É sério! Quem rejeitaria a garota pródigo nerd... Ai – Deixo um tapinha em seu ombro
Só então percebo que estamos sentados em um balanço duplo de madeira de tintura branca. Costumava vir aqui sempre para ler, ele fica pendurado em uma arvore do lado de fora nos fundos da casa de campo onde está ocorrendo o casamento
– Foram quatro! – O Vejo franzir o cenho em confusão e abaixo a cabeça tímidamente – Foram quatro livros! E você nunca vai lê-los
– Ah! Desculpa aí, garota pródigo – Vejo seu olhar de deboche e Reviro os olhos com um sorriso – Vamos fazer um acordo... Quando você me entrevistar em campo na final da Champions, vou lembrar disso e você vai deixar eu ler seus livros como símbolo de "parabéns" – Estende sua mão esperando pelo aperto
– Se vocês conseguirem passar pelo meu Real Madrid no nosso campeonato – Empino o nariz dando ênfase no "nosso", logo vendo seus olhos revirando – Eu deixo você ler, mas vou logo avisando que meu time está forte – Estendo meu mindinho para ele vendo a interrogação em sua face – Jura de mindinho... Eu e Sophia fazíamos isso quando pequenas, é uma juramento MUITO sério e jamais pode ser quebrado – Vejo um sorriso se abrir e ele junta seu dedinho ao meu enquanto encara meus olhos com suas orbis azuis
Vejo Sophia correndo em nossa direção e parando completamente ofegante apoiando as mãos nos joelhos
– Achei... Hora... do... Um segundo – Pede respirando fundo – Hora.. do buquê! Oh! Isso é um Juramento de mindinho? Espero que saiba onde está se metendo, amor, é um juramento muito sério – Fala arregalando os olhos
– Eu disse para ele – vendo-a dar um sorriso
– Tá bom então, senhoritas super sérias. Vamos logo descobrir quem vai ser a próxima a casar – Fala debochando da teoria do buquê
– Cuidado Alemão, vai que o buquê cai em suas mãos... – sugeri com um sorriso sapeca o vendo dar de ombros
– Olha só... Eu ficaria lindo de noiva, tá bom? – Fala fazendo um biquinho enquanto Sophia lhe dá um selinho, torci o nariz com a cena
...
Estou de pé atrás do amontoado de mulheres, que estão se estapeando loucamente para pôr as mãos em um buquê de noiva. Sophia foi até lá, já eu... Estou fingindo estar interessada, sinto um pé me chutando por trás e viro, tendo a visão do jogador acomodado na cadeira
– Alemão, será que você pode parar de imaginar uma bola na minha perna – Pergunto semicerrando os olhos, logo o vendo rir
– Por que não vai lá? – Pergunta apontando para a multidão
– Eu não vou casar... – Ele me olha com as sombrancelhas arqueadas – Bom... A ser que Maxon se materializasse em minha frente me dizendo que o coração dele é meu, para fazer o que eu quiser – Dou de ombros
Cruzo os braços logo sentindo algo atingir minha cabeça por trás, viro e me deparo com o buquê no chão, o levanto lentamente, logo ouvindo gritos, sorrio forçado para as pessoas, me viro de volta e vejo o jogador prendendo o riso
– Não! Não fala nada – Digo entre dentes enquanto fecho os olhos respirando fundo, logo o vendo levantar as mãos en rendição
– É... Parece que o universo quer que você se case na força do ódio – Jogo o buquê com força nele o fazendo gargalhar tombando a cabeça para trás
– Bobão – Resmungo emburrada sentindo minhas bochechas ruborizarem
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𝑺𝒆𝒆𝒍𝒆𝒏𝒗𝒆𝒓𝒘𝒂𝒏𝒅𝒕𝒆 | 𝑲𝒂𝒊 𝑯𝒂𝒗𝒆𝒓𝒕𝒛
Fanfic"𝑨𝒔 𝒆𝒔𝒕𝒓𝒆𝒍𝒂𝒔 𝒏𝒐 𝒄𝒆́𝒖 𝒏𝒐𝒕𝒖𝒓𝒏𝒐 𝒏𝒐𝒔 𝒑𝒓𝒐𝒗𝒂𝒎 𝒒𝒖𝒆 𝒆́ 𝒑𝒐𝒔𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒊𝒓 𝒍𝒖𝒛 𝒏𝒂 𝒆𝒔𝒄𝒖𝒓𝒊𝒅𝒂̃𝒐"